Mostrando postagens com marcador amor. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador amor. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Nas frágeis asas de uma Libélula...

 
  No Tempo de um recomeço
  de um novo ano, de promessas,
  que segue indiferente ao que deixa para trás,
  que engole os sonhos e todos os ais,
  que me marca o rosto e as mãos
  e vai inalterado de encontro ao futuro,
  apesar de tudo e mesmo assim, encantado...
  neste tempo que já não é meu,
  do que vou falar que não seja eu?
  Do que irremediavelmente sinto e
  que a ninguém, nem a mim, interessa mais?
  Do que vou falar agora? e pra quem?
  Não daquela menina, que desde sempre o tinha
  em seu coração ainda que não soubesse,
  e o temesse, e o tivesse procurado
  e quase o tivesse tocado...
  E não falarei mais de mim, que sou meio morta,
  desde que meu último e derradeiro sonho
  levou com ele minhas asas de libélula e
  não posso mais voar!
  Deuses, emprestem-me suas asas!
  Alguém me escuta, em algum lugar?
  Talvez... talvez ainda ouse falar sim,
  de outras não de mim, daquelas mulheres
  de seus grandes amores e sentimentos, e ah!
  parece que já posso sentir o vento nos quintais
  fazendo dançar as roupas e os cabelos,
  refrescando-me a pele na tarde quente
  que me cora a face, o desejo ardente,
  e por que não? Por que não?
  Falar dos seus sonhos, não dos meus!
  porque ainda assim, ao falar de amor,
  seja onde for, somos todas iguais...
  e na renda de delicadas asas
  vejo escrito seu nome e só assim,
  sinto o bater das frágeis asas da libélula,
  vida pulsante em meu coração...
  Foto e poesia: Vera Alvarenga
  

sábado, 23 de novembro de 2013

O pequeno barco

Nem todo o mar é igual e
nem todo o que nele navega.
Aquele era pequeno e simples
feito barco de um só pescador,
perfeito para o que fora criado.
Mas agora, o barco naquela baía
sozinho ia, no meio de toda a gente
que na praia ria contente, e ele,
zanzando indolente, permanecia
à deriva, meio que perdido, dormente,
como o coração do homem
que não encontra onde ancorar,
ainda que a um passo do pequeno porto,
ainda que vadio naquele todo mar.

Foto e Poema: Vera Alvarenga


domingo, 17 de novembro de 2013

Reflexos...

Quando mergulho em lembranças que são minhas, vejo você refletido nelas. 
Ainda que mergulhe mais fundo no oceano, meu olhar verá em tudo, um reflexo de você.

Quando me dissolvo no mar de minhas emoções e me vejo presente de novo neste mundo a admirar tudo que há em meu redor,até mesmo então, percebo que o amor é sentimento que não se dissolve, mas permanece em mim e por isto, reflete em tudo... 
Fotos e texto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Gato na janela....

 E um dia, ela entrou por aquela porta.
Ao apagar a luz, pode ver na penumbra
o gato afastar-se silencioso e postar-se
à janela,com o mesmo olhar indiferente
com que seu dono olhava através dela.
E da janela, a luz que entrava, ainda
iluminava o livro aberto sobre a mesa
e a cadeira onde ele agora, se recostava.
Andando lenta mas decididamente, chegou perto
e sem hesitar um instante, porque sonhava,
estendendo a mão, tocou-lhe o rosto
e mesmo à pouca luz, olharam-se,
e ela viu naquele rosto tão querido,
o sorriso que, para ela, foi dirigido.
E viram, um no outro, o que era para ver
e souberam tudo o que era para saber.
Ela o beijou, docemente,
sem receio de ser mal compreendida...
e se beijaram de novo e ardentemente
como quem, finalmente, retorna à vida.

Foto retirada do Google ( com citação para br.freepik.com)
Poema: Vera Alvarenga

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Raízes...

 
Às vezes, sinto-me tão antiga e com as raízes tão presas ao solo, que esqueço de minhas asas, ou porque não as tenha mais, ou porque nunca as tenha tido...
Será que as asas de meu pensamento eram apenas as daqueles pássaros que passaram por mim?

Não sei ... não sei...

Em que ser maravilhoso eu poderia me transformar se conseguisse voar até encontrar solo fértil onde minhas raízes fossem aéreas e eu me sentisse livre para me fazer cativa apenas da alegria e do amor?

foto e texto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Anjos...


- Amor...
- Diga, anjo...
- Você não acredita em anjos, não é?
- Claro! por que não?! De vez em quando encontro algum por aí. Alguns são safadinhos..rs...
- Outros são muito humanos!
- E daí? Tem seus momentos angelicais. Mesmo assim, ainda creio nos divinos.

Foto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Então, onde estás?

Trago-te dentro de mim
como quem faz um filho,
nas entranhas.
Tenho-te em meus lábios
como quem ora, em prece,
todas as manhãs.
E, em pensamento, te ouço,
te dou nomes, falo contigo,
como se fora um amigo.
Não és nada e
nunca foste mais
do que um sentimento.
E, no entanto,és tudo,
mesmo em teu silêncio mudo,
pois que és o amor,
aquele que mora em sonhos,
que traz, em si, a lembrança
daquilo que desejamos
que um dia fosse eterno.

Foto e poesia: Vera Alvarenga

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Juntando pedaços...

 Penso que te quero assim tão bem
porque foste tu que me tocaste
no centro daquele tornado
em que um dia me encontrei.
E ali fiquei eu, até que tua mão
e teu olhar, por fim, me resgataram.
Penso que te amo de um amor
que não se pode medir,
agradecido e contente,
e de um jeito contraditório,
triste e tresloucado,
até indecente, pois
desconectado da realidade.
Devolveste parte de mim,
quando deixei renascer
a sensibilidade de que sou feita
e que pensara esconder, e
embora tenhas dado pouco
e teu calor não me aqueça,
e bem o quisera esquecer,
ainda escolho te amar
de um jeito manso, de um jeito meu.
E eu te reinvento
pois, se não fora
por este doce sentimento
com o qual me engano
mas toca meu sensível ser,
não me reconheceria mais,
eu me teria desfeito,
não encontraria amor em mim
para juntar meus pedaços... morreria.

Foto retirada do Google images
poesia:Vera Alvarenga

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quando me encontro assim, desprevenida...


 Quando me distraio, me descubro
daquilo que me protegia e me impedia
sentir quanto é grande o desejo,
quanto é grande a falta que sinto de você!
Você, que em mim é claro sentimento,
límpido,vivo e tão forte que ainda é real
como quando eu o senti pela primeira vez.
Amor! como eu queria ver-te em mim,
e tua luz no brilho do meu olhar, e
de novo me apaixonar, e amar, e amar,
encher-me da vida que vem de poder
de novo te provar, néctar dos deuses
que viveram e lutaram por ti e
unicamente para te experimentar!
Eles queriam te possuir!
Eu, queria apenas, a ti, me entregar!
Quem pode compreender-te?
Quem, senão tu, poderia me salvar?
Quantos de nós pudemos te provar?
E depois que te perdi, já te busquei
e desta vez, não me bastava sentir...
eu, que te queria ver em carne e osso,
hoje só posso conjecturar :
- Ah! Se meu caminho e o dele
tivessem decididamente se cruzado,
se pudéssemos ter nos tocado,
será que desta vez, teria a sorte
de realmente te reencontrar ?
Eu, que bem sei teu gosto, teu cheiro
e a magia de teus efeitos em mim...
Mas jamais o saberei.
Os deuses, assim o negaram!
Enganaram o destino escrito nas estrelas,
iludiram-me com falsos sinais,
enciumados da minha sede de amar,
preferem antes, a minha morte,
conspiram contra mim, apressam o tempo,
enviam feitiços que me envelhecem,
me curvam, me empobrecem...de tudo,
menos deste meu desejo de te reencontrar,
oh amor! único capaz de em um só milagre,
unir até as almas que estavam perdidas,
que viviam iludidas, antes de amar...
Foto e poesia: Vera Alvarenga

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pequenas escolhas.


Estava me lembrando de 2011 e de que nem tudo podemos escolher.
Não escolhemos, por exemplo, sentir saudades, muitas vezes não escolhemos por quem nos apaixonar, não escolhemos saber que pessoas de quem a gente gosta tem de enfrentar momentos difíceis que lhe causam sofrimento e não escolhemos sofrer, evidentemente.

Ah! se tudo pudéssemos escolher de melhor...

 
 Mas das coisas que posso escolher, e que
me lembram um cantinho de meus antigos quintais,
está o Gerânio.
Sim, escolhi tê-los, de novo, em um vaso.
E agora estarão no meu terraço. Não preciso mais de um quintal, porque o edifício onde moro já está num belo jardim. Sempre me cerco de natureza. Esta é outra escolha que pude fazer quase sempre e até hoje. Poder fazer esta escolha também é uma sorte, ou benção como prefiro dizer, pela qual sou grata!
Estou pensando em voltar a ter uma jaboticabeira. Eu gostava muito das duas que tinha em vasos e me ofereciam frutas deliciosas.
Tomara que se acostumem com a nova casa e fiquem tão bonitos como aqueles que já tive. Com certeza ficarão bem, só vão precisar, como eu, como todos nós, que o tempo proporcione ambiente adequado e de cuidado amoroso, para retribuírem com sua mais bela florada e seus melhores frutos....

Sempre que puder vou escolher alguma flor, algum fruto e amor para ter no meu quintal, seja ele como e onde for.

Fotos e texto: Vera Alvarenga

domingo, 14 de julho de 2013

Reencontro...


Vivi uma vida com um homem
que me ama, eu sei,
com seu jeito de estranho amor
...e o amei.
Tive um amigo
que um dia me mostrou
que já era tempo de mudar,
e elogiou em mim a ternura
que eu procurava esconder,
pois me encabulavam os sentimentos
com os quais já não sabia viver.
Finalmente, li um homem, poeta,
que falava de inocências e do sentir,
sem nenhum constrangimento.
Tiro férias em minha vida!
Já sou velha, nada tenho
mais a conquistar, resta-me
o caminho que puder seguir.
Quero ser leve em sentimento,
ainda que austera a um primeiro olhar.
Quero evitar tanto pensar!
Já não quero mais compreender.
E na intimidade do meu quarto
de vestir aquilo que ainda sou,
ornar-me com minhas asas, isto sim,
com meu perfume de flor,
minhas tolices de mulher,
meus anseios de amor.
Quero ter braços de abraçar
e como uma árvore,
dar sombra para minha alma,
sentir que na água dos meus olhos
reflete tudo que eu amar
e amando, me serenar.
Quero perder finalmente o pudor
e assim, ser tola em excesso e
pertencer, e me entregar à Natureza
- a minha própria e de meu Criador.
...até o dia, seja qual for,
em que me liberte para sempre daqui.

Poema e foto: Vera Alvarenga.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Se eu pudesse te encantar!


 Ah! pego-me de novo em tua companhia,
porque trago-te comigo e
mesmo a contragosto,
distraída em pensamentos
me ponho a divagar...
- Se eu pudesse ser
mais do que hoje sou,
menos do que hoje estou...
... ser a brisa e o afago
que te acalmariam,
ser brasa a acender
teu desejo a se realizar,
ser como um sonho
que tua alma já sonhou...
e por ti, disto tudo saber...
Ah...se eu pudesse te encantar!
tanto quanto estou encantada,
por este absurdo desejo de te amar...

Como diz um poeta... muitas vezes é melhor nem pensar...
Música por Débora Blando - A luz que acende um olhar...

Poema e foto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O amor é uma companhia.


Vejam só...em julho de um ano tão distante deste que estamos, alguém escreveu algo que pode ser tão atual no sentir de algumas pessoas, mesmo que fosse descrito de outra forma. E sabemos que cada pessoa tem seu próprio jeito de sentir. Contudo, não importa onde quer que estejamos ou em que capítulo do tempo, emoções humanas e sentimentos são coisas que compartilhamos... (Vera)

O amor é uma companhia
Alberto Caeiro (10-07-1930)
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa
que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte
como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito
do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim
como um girassol com a cara dela no meio.

Como este pessoal era romântico naquele tempo, não é?
E nós, como somos?

Obs. retiradas do Wikipédia: " Alberto Caeiro da Silva foi um personagem ficcional (heterônimo) criada por Fernando Pessoa, sendo considerado oMestre Ingenuo. 
  • Mestre dos outros heterónimos e do próprio Fernando Pessoa porque, ao contrário destes, consegue submeter o pensar ao sentir, o que lhe permite:
    • viver sem dor; envelhecer sem angústia e morrer sem desespero;
    • não procurar encontrar sentido para a vida e para as coisas que o rodeiam;
    • sentir sem pensar; ser um ser uno (não fragmentado);
  • Poeta do real objectivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são com alegria ingênua e contemplação, recusando a subjetividade e a introspecção. O misticismo foi banido do seu universo.
  • Poeta da Natureza, porque integra-se nas leis do universo como se fosse um rio ou uma árvore, rendendo-se ao destino e à ordem natural das coisas.
  • Temporalidade estática, vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro. Cada instante tem igual duração ao dos relâmpagos, ou à das flores, ou ao do sol e tudo o que vê é eterna novidade; É um tempo objectivo que coincide com a sucessão dos dias e das estações. A Natureza é a sua verdade absoluta.
  • Antimetafísico, pois deseja abolir a consciência dos seus próprios pensamentos (o vício de pensar), pois deste modo todos seriam alegres e contentes.
  • Crença que as coisas não têm significação: têm existência, a sua existência é o seu próprio significado".

Ahh!!!  tá explicado! Compreendo este sujeito...rs...(Vera)

Texto e foto: Vera Alvarenga
Poema : Alberto Caeiro(1030)

domingo, 7 de julho de 2013

Acorda herói!

Acorda homem!
Acorda herói desnudado
para a principal batalha,
para salvar tua vida!
para salvar tua amada!
Mas não siga apenas por glória
que ela não te pede heroísmos,
siga por sonhos que serão
os que em leito macio
se transformarão,
para aqueles que se amam.
Acorda e fica alerta!
Pois o monstro que não tarda,
 aquele que espreita, ataca e mata,
não se deixa facilmente vencer.
Alimenta-se de tua presunção,
nutre-se de tua energia dispersa
mãe das tuas ilusões,
e quando menos esperas,
queimar-te-á vivo e em sombra
apenas te transformará.
Deixa tuas armas e armadura,
de outros não cometas o mesmo erro,
desnuda-te, vai de peito aberto,
mostra o que tens no coração!
E então, acordarás pela manhã,
saciado, em serena mansidão
como aquele que tem em seus braços
descansando, o corpo da mulher amada,
e terás vencido todas as batalhas,
e  terás conquistado a ambas,
a ela, que em teu braço dorme,
como a tua vida que a ti então,
para sempre pertencerá.

poema: Vera Alvarenga
foto retirada do Google imagens


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Passaste pelo jardim e não me viste...

Por onde andastes,
que tantas ocupações
te roubaram o tempo
em que passastes por mim
tantas vezes, sem ao menos,
olhar no fundo dos meus olhos?
E agora, o que faço,
de tanto amor que eu tinha
e se diluiu buscando teus passos
e penetrou na terra seca
e se escondeu até de mim?
E mesmo assim,
espalhado por todo chão
me afirma que ainda existe,
e me deixa neste conflito...
Será ainda o amor eterno,
que a tudo sobreviveu
e ainda guardo por ti,
ou um pobre desejo triste
que não encontra solução?

Poesia inspirada pelos versos de Mario Quintana :
" O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata o jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente."

foto e poesia: Vera Alvarenga


domingo, 16 de junho de 2013

O que é Felicidade pra você?

 
Quando ficamos mais velhos, felicidade ganha contornos bem simples.
  Pode ser apenas ter saúde e ver os que a gente ama, felizes, e nossos netos conversando e rindo para nós....
  
  Pode ser apenas pensar a cada dia: - " Amanhã, com sorte nos encontraremos no meio da ponte... e como os mais leais dos amigos talvez possamos chegar ao final do dia, sem nenhuma discussão, sem nada que agrida em nós o desejo de nos entregar em gestos de amar."

 Duas coisas me fazem serena e feliz: Uma, lembrar-me do tempo em que a inocência confundia as coisas e me fazia ver amor, onde, por vezes era apenas egoísmo e necessidade de poder. A outra é sonhar, e acreditar que é possível ser feliz quando a gente consegue amar sem mesmo pensar na retribuição...mas, hehehe...isto não é próprio do ser humano. O amor que sentimos vem de nossa fonte interior, sem dúvida, mas precisa, necessita mesmo ser realimentado, do contrário a fonte se esgota ou se esvai desensibilizando-se em triste abandono de si mesma. Talvez só a fé e a inocência sejam capazes de nos restituir alegria e serenidade. 

Texto e foto: Vera Alvarenga.
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ode à Vida!


Brindo a ti!
Ó tu que és a única que tenho!
Agarro-te com minhas mãos
eu, que só a ti conheço,
embora minha alma queira lembrar
algo que envolto em brumas está
e que não consigo me recordar...
Em que tempo foi que o toquei?
Em que tempo me tocaste?
Neste mundo, com certeza não.
Seria um descontentamento divino
que me assombra, sem que eu saiba?
Como foi que conheci o que
em meu peito ficou gravado
como o ferro marca o gado,
como o fogo molda o signo
que designa o designado?
Onde foi que então vivi
algo de que tenho saudade
e não sei como encontrar
e está em mim, e não fora,
e me deixava calma e serena,
e mais feliz que agora?
Pois é este, que faz de ti,
a promessa que vale a pena,
pois que em ti sómente eu vivo
mas é com ele, e só por ele,
que te faço, em mim, plena...

Foto e versos: Vera Alvarenga

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ah! o amor...

   
Plena de ti, aprendi a me superar,
por ti fui capaz de muito mais
do que sonhava imaginar.
Com tua presença a me preencher,
a me possuir, a me completar,
fui doce, forte e feroz,
fui senhora de mim
me entregando a ti,
fomos fortes, enquanto "nós".
Confesso minha fraqueza
e total dependência a
este sentimento maior,
que me ensinou a amar
de tantas outras maneiras.
Que me ensinou a querer
ser tantas vezes melhor.
Não tens apenas um nome,
rodopias em meu ser
em busca de um objeto
ao qual possa te entregar,
me deixas tonta de medo
se não posso te nomear.
Se não posso sentir-te,
perco o prumo e o rumo.
Ilusão, verdade ou algoz,
quero-te, ainda, dentro de mim.
E mesmo que o tempo passe,
que me faça envelhecer
pergunto-te, serei sempre assim?
Sem ti me sinto perdida,
de nada me vale a vida,
ah! sentimento...ah! o amor!

Foto e poesia: Vera Alvarenga.

terça-feira, 19 de março de 2013

A gota d´água e a enchente...

Foi assim, como uma gota que pingava,
inconstante e inesperada tortura
a qual eu nunca me acostumava...
e pingava, e pingava, imprevisivelmente,
justo no momento em que já não se esperava,
no instante em que acabava de me entregar
e relaxava,ouvindo o som calmo do farfalhar,
junto com a brisa suave que brincava nos galhos
da árvore sob a qual eu podia descansar...
Era lá, nos teus braços, que eu me queria segura.
E era assim que, de repente, acontecia,
e vinha não sei de onde uma corrente
de frio, de ventania, de coisa desabando,
da palavra fria, do gesto desencontrado,
como última gota que causa o líquido derramado,
que me surpreendia, me balançava, tirava meu chão.
Foi assim, como uma gota que antes pingava
e cai no que transborda e forma o rio e a enchente,
que cega, carrega tudo que é da gente,
e mistura na mesma lama o medo e a coragem
e expõe em desarranjo, as boas lembranças,
sonhos, esperanças, ao lado das fraquezas
de que somos feitos todos nós,
que me virei num instante, e o vi no retrato...
e minha mão o alcançou e de mim se apoderou
sentimento inesperado, o avesso de um carinho,
intenso, desnorteado. E eu te joguei longe!
Em mil pedaços, te estilhacei...
Minhas pernas tremeram, me ajoelhei,
não te reconhecia mais,neste momento, não!
Chorei. Lentamente, porque me faltava energia,
arrastando-me, catei teus cacos e os meus
pedaços de vidro que refletiam o que somos nós.
Não havia nenhum pedaço perfeito,
mas nenhum deles era só imperfeição.
Juntei cacos e lembranças, refiz a imagem
a partir do sentimento que jamais se quebraria,
porque, perfeito, está moldado em meu coração.

Foto e poema: Vera Alvarenga
  

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sonho de amor...

Quando estou sozinha lembro teu rosto,
imagino o semblante sério, compenetrado,
de repente abrir-se num sorriso disfarçado
só porque lembraste de mim.
Porque o amor é assim,
generoso sonha, igualmente deseja,
trago-te refletido no coração,
mesmo que não o veja,
e me alegra fantasiar que te lembras
e imaginas também, como seria bom
estarmos juntos neste momento.
Me chamas: vem! Em teu abraço se desfaz
o medo, entregam-se corpo e alma
num suspiro de alívio, como se
finalmente encontrassem o lar.
E porque amar é assim,
nos faz capaz de sonhar,
do mesmo modo tua cabeça descansa
no meu peito e, das tuas dores, quase refeito,
vejo-te escolher o mesmo que eu
- juntos podemos caminhar, em paz.
E diante de nossa escolha de amar
e da calma que isto nos traz,
se há bem que a vida pudesse nos dar
neste meu sonho de amor antiquado,
seria, por nós, ainda alcançado.

Texto e foto: Vera Alvarenga

Compartilhe com...