segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quando vieres novamente...


Se soubesses do carinho
que me envolve quando lembro
do que sentia quando
nos encontrávamos...
Ah! mas hoje vi teu olhar
postado na minha janela!
Vieste roubar-me o sorriso
que guardo sempre pra ti?
Tua presença me faz bela.
E para o jardim, eu corri
a ver se te encontrava.
- Espera! ordenei para mim,
- Volta! certamente ele já foi,
só queria o que lhe faltava.
A mim, deixou-me o olhar,
aquele que eu adorava.
Só faltou-me a palavra
com a qual antes me chamavas.
Quando voltares novamente,
traz qualquer palavra tua,
qualquer uma e fico contente.
É tudo tão simples para mim,
que talvez não compreendas.
Porque hoje sei, somos assim,
sem expectativas nem promessas,
sem horizontes à frente,
não há futuro, só o presente
das palavras escritas no papel.
Somos o quase nada delicado
como brisa a tocar nossa pele,
ou a borboleta a beijar o rosto
que por um gesto mais ousado,
se assusta e se vai, de repente...
Proponho sermos apenas canção,
então, como a do pássaro dourado,
que nos eleve a alma e encante,
apenas isto, e será o bastante.
  - Poema e foto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

...como fogo a me dissolver...

- "Querida,  me subestimou!
Tomou-me por quem não sou!
E esperou mais, enfim,
do que eu pretendia dar."
- Querido,subestimei a mim!
E ao desejo que me assombrou!
E pensei não suportar
a saudade que me invadiu,
uma tristeza que me ficou,
por não poder te tocar.
Mas de nada adiantaria...
tocar-te não bastaria!
O que eu via em ti e
estava diante de nós,
era como o ouro que derrete
no fogo que, a ele submete,
o ourives, que lhe dá a forma.
Era o amor que ali estava
e forte me seduzia,
e ardia e me queimava.
Carecia do teu olhar,
precisava de cuidado
aquele desejo de amar,
que em nada se transformaria
se não fossem dois a burilar.
Era desejo contido e ardente,
meio sublime, meio profano
como o sonho que me assombra
e me encanta eternamente...
Era preciso dois...
...como um fogo a me dissolver
e as tuas mãos a me acomodar
...como o teu corpo a me receber
como uma fôrma a me moldar...

foto: retirada do Google imagens
Poema : Vera Alvarenga


  

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Grades? sempre haverão...


Grades? Sempre haverão...
no meu mundo ou no teu.
Eu? tenho um dom...
no meu mundo, tenho asas,
passo entre as grades
solto o canto ou um grito,
e estou livre...
voo ao infinito ou
para onde for a imaginação.
E tu, como estás ?



Versos e foto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Se eu não fosse mulher...

Distraída me perguntei: - hoje,
se não fosse mulher, o que seria?
Se eu fosse o teu jardim
num dos bancos sentarias
e nas tardes dolentes
ali, comigo dividirias
momentos de tua vida...
e um suave perfume de mim,
seria o discreto sinal
de que minha alma te ouvia
com meus atentos silêncios.
Melhor ainda seria, que
alguns dias pudesse ser
como a velha jabuticabeira
a te oferecer paz e sombra
e fruto doce, de primeira...
e assim, ao olhares para mim
saberias, que de tão antiga
sou digna confidente
e, para sempre, tua amiga.                        
Nos jardins e diante de velhas árvores
os homens não precisam se esconder.
Mais adequado porém,                  
à minha própria natureza,
e talvez a tua também,
é certo, indicado seria,
que eu pudesse ser a gata,
que sempre te faz companhia,
e como quem nada quer
ao teu redor permanece,
e se aproxima, de mansinho,
e brinca, e ao teu chamado,
se deita no colo ou ao lado,
te esquentando, ronronando
e sentindo no pelo macio
o calor do teu carinho.
Poesia e fotos: Vera Alvarenga          


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Ao sol, na minha janela...


Quando no poente, a tua luz
vem aquecer minha janela, eu,
que sou fria, cimento e terra,
parede nua de uma casa antiga,
sinto a vida em mim, pulsante,
e na preguiça da tarde finda,
me entrego ao sonho e
sou tua amante....


Foto e poema:
Vera Alvarenga

domingo, 14 de outubro de 2012

Primavera dourada à minha janela...

 
Mesmo com os dias de frio,
pude flutuar no tapete verde e dourado
em frente à janela do meu apartamento...

Adoro o meu terraço... a janela do escritório...
por elas posso apreciar as árvores, os pássaros,
o local onde escolhi morar, é um privilégio,
e sou grata, mais uma vez, por poder ver
a natureza ao redor do "meu ninho"....




A Primavera, agora, está dourada...


Fotos: Vera Alvarenga
   

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Um dia, compreenderás?

Jamais compreenderás
o que foste para aquela
que outrora jovem, bela,
habitava convicta, em mim?
É que ela, instintivamente,
sempre andará comigo.
Um dia, entenderás
porque docemente a saudade
me lembra de ti, e me invade,
numa insistência muda, sem fim?
É que eu, intuitivamente,
adivinhei o melhor de ti, querido.
Ainda duvidas?
Despertaste quem já morria
só pra saber da dor de viver,
esta alma, o que já não podia,
presa no tempo do envelhecer?
Pois acredita! Não é difícil entender.
Se me foi possível um querer bem
tão doce e terno... Sinceramente!
é que é fácil gostarmos de alguém
que nos mostra possibilidades novamente.
Tu, sejas o que vi em ti ou não,
por teus próprios atos e palavras
ou pela natureza dos opostos,
tu serás o bálsamo e o espinho
que machuca e cura meu coração.
Eu? de contrastes também sou feita,
e de algum modo sempre te amarei
embora não possa dar-te total perdão
porque o amor te queria perto,
e tenho ausente a alegria
de pelo menos, por ti, saber-te bem.

Foto e poesia: Vera Alvarenga

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