quinta-feira, 20 de junho de 2013

Olha o trem! olha o trem...


- Olha o trem!
olha o trem...olha o trem...
- Na estação!
na estação...na estação...
- Vou embora!
vai embora?...vai embora?...
- Vem amor!
vem amor...por favor...
- Não vou não!
não vou não...não vou não...
- Dá tua mão!
dá tua mão...fica não...
- Ai que pena!
ai que pena...quanta pena...
- O que eu faço?
sem você... o que faço?
- Vou então!
vou então...vou então...
- Onde está?!
onde está... onde está...
- Já tô dentro!
já tá dentro?...já tá dentro?...
- Não te vejo!
ao meu lado...ao meu lado...
- Ai que pena!
ai que pena...ai que pena...
- Mesmo trem!
mesmo trem ...mesmo trem...
e entre nós...
tanto espaço...tanto espaço...
t a n t o   e  s  p  a  ç  o...   ...

Poesia : Vera Alvarenga
Foto retirada do Google imagens


Passaste pelo jardim e não me viste...

Por onde andastes,
que tantas ocupações
te roubaram o tempo
em que passastes por mim
tantas vezes, sem ao menos,
olhar no fundo dos meus olhos?
E agora, o que faço,
de tanto amor que eu tinha
e se diluiu buscando teus passos
e penetrou na terra seca
e se escondeu até de mim?
E mesmo assim,
espalhado por todo chão
me afirma que ainda existe,
e me deixa neste conflito...
Será ainda o amor eterno,
que a tudo sobreviveu
e ainda guardo por ti,
ou um pobre desejo triste
que não encontra solução?

Poesia inspirada pelos versos de Mario Quintana :
" O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata o jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente."

foto e poesia: Vera Alvarenga


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Enquanto houver aquele sol...( em mim)

 
Por que o mau humor?
Por que tanta presunção!
Por que não comemorar coisas boas da vida?
E apenas ser simplesmente feliz?
Por que...POR QUE!!!???

"Quando parecer que não há saída,
qdo me parecer que não há mais solução
lembras sempre, mulher, como na canção,
que ainda há de haver esperança
em cada um de nós, algo de uma criança"
Enquanto houver sol em mim,
agora grito no espelho, assim:
- Quando não houver saída...
saia! acalme-se! vá tomar ar,
você vai ver, tudo vai passar!
Porque se você enganou a si mesma
quando haveria de ter esperança
em você, e se iludiu feito criança,
então é tarde pra mudar,
vá em frente, aguente...
Faça o melhor acontecer,
não se deixe destruir !
Levante a cabeça, esqueça,
porque se a torneira pinga e pinga,
e tinge a água com ferrugem,
e te assusta e você busca
o que não pode mais encontrar,
reconheça, é teu jeito errado
de encarar a vida e se enxergar...
Se a água então, não te mata a sede,
não se desespere! amorteça
ou saia e esqueça...dê um tempo,
não se deixe amedrontar,
não se deixe destruir porque
tudo, acredite, tudo vai passar...
Mas cuidado, não se espante,
se o seu coração de repente acordar,
e bater com mais força em outro lugar...
não se culpe nem se encante,
é só uma nova ilusão,
que também certamente vai passar,
por causa do teu velho jeito de acreditar
"que ainda há de haver esperança"....
Música que me inspirou: Titãs - Enquanto houver sol...
Texto: Vera Alvarenga.

domingo, 16 de junho de 2013

O que é Felicidade pra você?

 
Quando ficamos mais velhos, felicidade ganha contornos bem simples.
  Pode ser apenas ter saúde e ver os que a gente ama, felizes, e nossos netos conversando e rindo para nós....
  
  Pode ser apenas pensar a cada dia: - " Amanhã, com sorte nos encontraremos no meio da ponte... e como os mais leais dos amigos talvez possamos chegar ao final do dia, sem nenhuma discussão, sem nada que agrida em nós o desejo de nos entregar em gestos de amar."

 Duas coisas me fazem serena e feliz: Uma, lembrar-me do tempo em que a inocência confundia as coisas e me fazia ver amor, onde, por vezes era apenas egoísmo e necessidade de poder. A outra é sonhar, e acreditar que é possível ser feliz quando a gente consegue amar sem mesmo pensar na retribuição...mas, hehehe...isto não é próprio do ser humano. O amor que sentimos vem de nossa fonte interior, sem dúvida, mas precisa, necessita mesmo ser realimentado, do contrário a fonte se esgota ou se esvai desensibilizando-se em triste abandono de si mesma. Talvez só a fé e a inocência sejam capazes de nos restituir alegria e serenidade. 

Texto e foto: Vera Alvarenga.
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ode à Vida!


Brindo a ti!
Ó tu que és a única que tenho!
Agarro-te com minhas mãos
eu, que só a ti conheço,
embora minha alma queira lembrar
algo que envolto em brumas está
e que não consigo me recordar...
Em que tempo foi que o toquei?
Em que tempo me tocaste?
Neste mundo, com certeza não.
Seria um descontentamento divino
que me assombra, sem que eu saiba?
Como foi que conheci o que
em meu peito ficou gravado
como o ferro marca o gado,
como o fogo molda o signo
que designa o designado?
Onde foi que então vivi
algo de que tenho saudade
e não sei como encontrar
e está em mim, e não fora,
e me deixava calma e serena,
e mais feliz que agora?
Pois é este, que faz de ti,
a promessa que vale a pena,
pois que em ti sómente eu vivo
mas é com ele, e só por ele,
que te faço, em mim, plena...

Foto e versos: Vera Alvarenga

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ah! o amor...

   
Plena de ti, aprendi a me superar,
por ti fui capaz de muito mais
do que sonhava imaginar.
Com tua presença a me preencher,
a me possuir, a me completar,
fui doce, forte e feroz,
fui senhora de mim
me entregando a ti,
fomos fortes, enquanto "nós".
Confesso minha fraqueza
e total dependência a
este sentimento maior,
que me ensinou a amar
de tantas outras maneiras.
Que me ensinou a querer
ser tantas vezes melhor.
Não tens apenas um nome,
rodopias em meu ser
em busca de um objeto
ao qual possa te entregar,
me deixas tonta de medo
se não posso te nomear.
Se não posso sentir-te,
perco o prumo e o rumo.
Ilusão, verdade ou algoz,
quero-te, ainda, dentro de mim.
E mesmo que o tempo passe,
que me faça envelhecer
pergunto-te, serei sempre assim?
Sem ti me sinto perdida,
de nada me vale a vida,
ah! sentimento...ah! o amor!

Foto e poesia: Vera Alvarenga.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O peso da espada da Justiça...


Quando os Justos, por cobiça
medo ou desatenção,
fecham os olhos ou descuidam
do que lhes vem às mãos,
meu coração estremece,
ao ver pender a balança.
Quando a Justiça pisa em falso,
em seu desequilíbrio
deixa cair a espada
que corta-me a cabeça!
Minha alma dela não precisa,
mas eu, sinto-me perdida...
Roubarão de mim, as roupas
e tudo que me pertence
porque ela não viu o que estava à frente?
porque como ela, não posso ver?
Os presunçosos, os ébrios de poder,
zombarão de mim, por fim?
enquanto outros me violentarão
porque meu grito não mais se ouvirá?
Sem a cabeça, jamais entenderei,
simples que sou, porque ela se desviou...
não acompanharei mais seus passos,
já não me encontrarei em paz...
Nem ouvirei, se em segredo,
ela me confessar sua vergonha.
Sem esperança, estarei nas mãos
de quem desviou sua atenção!
Sem cabeça, não serei mais nada,
seguirei os passos da boiada
prisioneira de seu destino.
Só minha alma poderá clamar
para que tudo não tenha passado
apenas de um sonho mau,
que jamais volte a me assombrar!

Poesia : Vera Alvarenga Foto: retirada do Google

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