terça-feira, 30 de julho de 2013

Aquarela...

 E assim eu me diluo em ti, levando comigo as "marcas do tempo" ...
e vou me misturando às coisas que são tuas,
e vou tomando conta dos espaços que antes eram brancos
de um branco que queria preencher-se...
e entre as pedras do teu caminho, passo, e envolvo tudo,
colorindo, resignificando, dando vida a ti porque me permitistes,
e a mim, por feliz consequência e
porque só assim, sei ser eu...
porque sou cor e brilho do sol, aquarelados...
e desconfio que também sou amor...
até o dia em que não soubermos mais, desta obra,
como somos individualmente,
porque não nos interessa mais a solidão.

Foto, quadro e texto: Vera Alvarenga


domingo, 14 de julho de 2013

Reencontro...


Vivi uma vida com um homem
que me ama, eu sei,
com seu jeito de estranho amor
...e o amei.
Tive um amigo
que um dia me mostrou
que já era tempo de mudar,
e elogiou em mim a ternura
que eu procurava esconder,
pois me encabulavam os sentimentos
com os quais já não sabia viver.
Finalmente, li um homem, poeta,
que falava de inocências e do sentir,
sem nenhum constrangimento.
Tiro férias em minha vida!
Já sou velha, nada tenho
mais a conquistar, resta-me
o caminho que puder seguir.
Quero ser leve em sentimento,
ainda que austera a um primeiro olhar.
Quero evitar tanto pensar!
Já não quero mais compreender.
E na intimidade do meu quarto
de vestir aquilo que ainda sou,
ornar-me com minhas asas, isto sim,
com meu perfume de flor,
minhas tolices de mulher,
meus anseios de amor.
Quero ter braços de abraçar
e como uma árvore,
dar sombra para minha alma,
sentir que na água dos meus olhos
reflete tudo que eu amar
e amando, me serenar.
Quero perder finalmente o pudor
e assim, ser tola em excesso e
pertencer, e me entregar à Natureza
- a minha própria e de meu Criador.
...até o dia, seja qual for,
em que me liberte para sempre daqui.

Poema e foto: Vera Alvarenga.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Se eu pudesse te encantar!


 Ah! pego-me de novo em tua companhia,
porque trago-te comigo e
mesmo a contragosto,
distraída em pensamentos
me ponho a divagar...
- Se eu pudesse ser
mais do que hoje sou,
menos do que hoje estou...
... ser a brisa e o afago
que te acalmariam,
ser brasa a acender
teu desejo a se realizar,
ser como um sonho
que tua alma já sonhou...
e por ti, disto tudo saber...
Ah...se eu pudesse te encantar!
tanto quanto estou encantada,
por este absurdo desejo de te amar...

Como diz um poeta... muitas vezes é melhor nem pensar...
Música por Débora Blando - A luz que acende um olhar...

Poema e foto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O amor é uma companhia.


Vejam só...em julho de um ano tão distante deste que estamos, alguém escreveu algo que pode ser tão atual no sentir de algumas pessoas, mesmo que fosse descrito de outra forma. E sabemos que cada pessoa tem seu próprio jeito de sentir. Contudo, não importa onde quer que estejamos ou em que capítulo do tempo, emoções humanas e sentimentos são coisas que compartilhamos... (Vera)

O amor é uma companhia
Alberto Caeiro (10-07-1930)
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa
que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte
como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito
do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim
como um girassol com a cara dela no meio.

Como este pessoal era romântico naquele tempo, não é?
E nós, como somos?

Obs. retiradas do Wikipédia: " Alberto Caeiro da Silva foi um personagem ficcional (heterônimo) criada por Fernando Pessoa, sendo considerado oMestre Ingenuo. 
  • Mestre dos outros heterónimos e do próprio Fernando Pessoa porque, ao contrário destes, consegue submeter o pensar ao sentir, o que lhe permite:
    • viver sem dor; envelhecer sem angústia e morrer sem desespero;
    • não procurar encontrar sentido para a vida e para as coisas que o rodeiam;
    • sentir sem pensar; ser um ser uno (não fragmentado);
  • Poeta do real objectivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são com alegria ingênua e contemplação, recusando a subjetividade e a introspecção. O misticismo foi banido do seu universo.
  • Poeta da Natureza, porque integra-se nas leis do universo como se fosse um rio ou uma árvore, rendendo-se ao destino e à ordem natural das coisas.
  • Temporalidade estática, vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro. Cada instante tem igual duração ao dos relâmpagos, ou à das flores, ou ao do sol e tudo o que vê é eterna novidade; É um tempo objectivo que coincide com a sucessão dos dias e das estações. A Natureza é a sua verdade absoluta.
  • Antimetafísico, pois deseja abolir a consciência dos seus próprios pensamentos (o vício de pensar), pois deste modo todos seriam alegres e contentes.
  • Crença que as coisas não têm significação: têm existência, a sua existência é o seu próprio significado".

Ahh!!!  tá explicado! Compreendo este sujeito...rs...(Vera)

Texto e foto: Vera Alvarenga
Poema : Alberto Caeiro(1030)

Ainda era Outono...

 Ainda era Outono...

Na Natureza,
algumas árvores se desnudavam,
algumas simplesmente envelheciam,
outras ficavam ainda mais bonitas,
ainda outras permaneciam em silêncio
como se estivessem gestando
em segredo
o que viria num próximo futuro...




Como na Natureza,
alguns de nós
simplesmente envelhecemos,
alguns serenos outros não,
alguns poucos se redescobrem
em seus melhores momentos,
outros escolhem um sonho
que os agasalhará no inverno,
ainda outros constroem, em segredo,
projetos daquilo que ainda
querem realizar....

para todos o tempo passa
e as estações se sucedem
uma a uma, sem cessar.


Festas Juninas 2013


Meus caipirinhas prediletos...

Resolvi esticar o cabelo...rs...


- Tá bem, resolvi esticar o cabelo... Estou bonita?

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