Ultimamente percebo que venho repetindo algumas idéias ou descobertas, nos textos que escrevo. Repetidamente falo do bem que o amor faz, do mal que sua ausência em nós pode causar.
E por que repito? Será que me esqueço que já falei ou porque algo me fere, ou me emociona ou me encanta de tal maneira que, tendo ficado em mim, acaba povoando meus pensamentos e atos? De tudo o mais, esqueço facilmente...
Repito, não nego, mas a cada vez, talvez porque me esqueça como o disse antes, faço-o de uma nova forma.
Algumas coisas a gente repete porque chocou, sacudiu e parece que precisamos mais tempo para metabolizar tudo o que houve em nós com o susto, a surpresa ou o choque. Até arte se faz muitas vezes, repetindo o mesmo padrão. Escher faz isto em seus desenhos, em busca de representar o infinito. E nós, repetimos o mesmo padrão daquilo que ficou marcado em nós, mesmo que não percebamos muito conscientemente.
Algumas coisas repito porque gosto, me causam sensação de bem estar, de "estar em casa"...confessá-las, lembrar delas, desejar e então repetir algo concretizado, pode ser algumas vezes ,como beijar o homem amado. Me faz rir baixinho de alegria, me dá prazer, é bom. E o que a gente já sabe que é bom, a gente quer repetir ( estranho seria se não quisesse!). Andam dizendo que a gente não pode esperar repetir um momento glorioso, mas pudera, não é preciso desejar fazê-lo da mesma forma, não é? E por que não repetir? Por que não o desejo de repetir o que conhecemos, se gostamos de fazê-lo a cada manhã quando se trata de acordar bem e ver que temos mais um dia da mesma vida para viver! A gente quer repetir, nem que seja só em pensamento, nem que seja só pra lembrar como é boa a sensação que tem quando encontra aquilo que nos agrada, que é importante ou fundamental. A lembrança de uma boa emoção pode agir como um suave perfume que vem não se sabe de onde mas agrada aos sentidos e nos relembra o caminho. Quem já teve o prazer de trabalhar com algo que despertasse sua paixão, por exemplo, procurará este caminho para sua nova profissão. Quando eu penso em algumas emoções que já senti, me pego sorrindo e, por este instante trago o prazer para o meu momento presente...imagine quando são emoções por algo vivido completamente! rs.....
Repetir, pode ser também como abraçar a pessoa que a gente ama ou estava com saudades. Isto sim, com certeza, se eu puder vou fazer muitas vezes.
Não deve ser fácil viver desejando sempre emoções novas e superficiais. Não sei como vivem os que evitam se aprofundar ou crer em seus instintos quando encontram o que ou quem os inspire, ou não se permitem repetir e demorar-se naquilo ou com aquele que lhes dá prazer... O medo de não sentir o mesmo que antes foi possível sentir, também nos amortece. Tudo porque pensamos que o mal está em repetir, quando na verdade está em temer a aproximação, a repetição e a intimidade seja lá com o que estejamos a fazer, e é muitas vezes isto que nos aproxima mais da sensação infinitamente boa de chegar lá e ser feliz, não importa por quantos minutos, nem com quantos detalhes iguais. Podemos ser felizes por segundos, por qualquer coisa tola ou singela, mas repetidamente isto nos trará energia para enfrentar os momentos difíceis da vida em que felicidade não puder ser uma opção.
Vou parar por aqui, ou ficarei falando de amor, e me repetindo, me repetindo...
Texto: Vera Alvarenga
Fotos de desenhos de Escher, no blog Imagens com texto de JJ.Amarante (http://imagenscomtexto.blogspot.com/2010_10_01_archive.html)
E por que repito? Será que me esqueço que já falei ou porque algo me fere, ou me emociona ou me encanta de tal maneira que, tendo ficado em mim, acaba povoando meus pensamentos e atos? De tudo o mais, esqueço facilmente...
Repito, não nego, mas a cada vez, talvez porque me esqueça como o disse antes, faço-o de uma nova forma.
Algumas coisas a gente repete porque chocou, sacudiu e parece que precisamos mais tempo para metabolizar tudo o que houve em nós com o susto, a surpresa ou o choque. Até arte se faz muitas vezes, repetindo o mesmo padrão. Escher faz isto em seus desenhos, em busca de representar o infinito. E nós, repetimos o mesmo padrão daquilo que ficou marcado em nós, mesmo que não percebamos muito conscientemente.
Algumas coisas repito porque gosto, me causam sensação de bem estar, de "estar em casa"...confessá-las, lembrar delas, desejar e então repetir algo concretizado, pode ser algumas vezes ,como beijar o homem amado. Me faz rir baixinho de alegria, me dá prazer, é bom. E o que a gente já sabe que é bom, a gente quer repetir ( estranho seria se não quisesse!). Andam dizendo que a gente não pode esperar repetir um momento glorioso, mas pudera, não é preciso desejar fazê-lo da mesma forma, não é? E por que não repetir? Por que não o desejo de repetir o que conhecemos, se gostamos de fazê-lo a cada manhã quando se trata de acordar bem e ver que temos mais um dia da mesma vida para viver! A gente quer repetir, nem que seja só em pensamento, nem que seja só pra lembrar como é boa a sensação que tem quando encontra aquilo que nos agrada, que é importante ou fundamental. A lembrança de uma boa emoção pode agir como um suave perfume que vem não se sabe de onde mas agrada aos sentidos e nos relembra o caminho. Quem já teve o prazer de trabalhar com algo que despertasse sua paixão, por exemplo, procurará este caminho para sua nova profissão. Quando eu penso em algumas emoções que já senti, me pego sorrindo e, por este instante trago o prazer para o meu momento presente...imagine quando são emoções por algo vivido completamente! rs.....
Repetir, pode ser também como abraçar a pessoa que a gente ama ou estava com saudades. Isto sim, com certeza, se eu puder vou fazer muitas vezes.
Não deve ser fácil viver desejando sempre emoções novas e superficiais. Não sei como vivem os que evitam se aprofundar ou crer em seus instintos quando encontram o que ou quem os inspire, ou não se permitem repetir e demorar-se naquilo ou com aquele que lhes dá prazer... O medo de não sentir o mesmo que antes foi possível sentir, também nos amortece. Tudo porque pensamos que o mal está em repetir, quando na verdade está em temer a aproximação, a repetição e a intimidade seja lá com o que estejamos a fazer, e é muitas vezes isto que nos aproxima mais da sensação infinitamente boa de chegar lá e ser feliz, não importa por quantos minutos, nem com quantos detalhes iguais. Podemos ser felizes por segundos, por qualquer coisa tola ou singela, mas repetidamente isto nos trará energia para enfrentar os momentos difíceis da vida em que felicidade não puder ser uma opção.
Vou parar por aqui, ou ficarei falando de amor, e me repetindo, me repetindo...
Texto: Vera Alvarenga
Fotos de desenhos de Escher, no blog Imagens com texto de JJ.Amarante (http://imagenscomtexto.blogspot.com/2010_10_01_archive.html)