Tudo se moveu, em instantes,
naquele mundo, entre nuances
indo de um lado a seu oposto.
... De um colorido febril,
em meio a alegria das canções
e sons e risos e festa e cor,
aquela juventude, em
segundos,
experimentou no tumulto,
gritos de susto, de medo e horror.
E daquele instante no qual a
chama
que brincava no sinalizador
tornou-se a causa de tanta
agonia,
pouco tempo se passou para
que
tudo se transformasse, como fumaça,
em negra tristeza, amargura e
dor,
que dilacerou os corações,
dos que lá não foram.
Havia, naquele dia, mais
mortos
do que os 236, pois em
silêncio
ou sussurro, caminhavam,
ainda
que disfarçassem sua própria
morte.
Para eles, os que aqui
ficaram,
o mundo perdera sentido e
cor.
Minha alma deseja e pede e
ora,
por uma benção de consolo
aos pais, amigos e familiares
dos amados que foram embora.
E num momento de medo, vi,
talvez por anseio de esperança,
fé,
desejo e parece que ouço até
o primeiro que encontrou a
saída...
-Hei, amigos! É por aqui!
Olhem aquela luz. Venham!
Estamos finalmente salvos!
Quem é que nos abraça
e nos recebe com tanto amor?
Ah! Senhor! então és tu?
Estamos nos braços de Sua
Graça.
Foto e poema em solidariedade aos jovens mortos numa festa, em incêncio de uma boate em Santa Maria, RS, no final de semana de 26/27 de janeiro-2013.