Sorria. Para todos, sorria.
Conversava, partilhava, vivia.
Sozinha, conhecia o segredo
que de si não mais escondia -
a vergonha, a dor, o medo,
do amar tão tolamente,
do desejar impotente,
de sem alma, seguir em frente,
por saber-se sem esperança.
E sem conhecer, sem poder
experimentar, sem gozar
o imenso e terno prazer
de sentir-se dele e para ele
entregar-se docemente e
com ele, amor realizado,
para sempre adorado,
seguir, eternamente....
Amordaçou o sentimento
e, do peito dilacerado,
do sonho estrangulado,
brotou uma flor escarlate.
Foto e poema: Vera Alvarenga
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