Conforme
envelheço parece que cada noite rouba-me um pouquinho do riso antigo.
No entanto, enquanto durmo, se não estou
enganada ou seria um sonho?
Uma senhora bondosa, com vestido azul escuro sob
um avental de branco puro,
vem
banhar-me com águas mornas como se eu fora ainda criança.
Toma-me nos
braços e com a caneca iluminada pela luz prata da lua,
joga-me água
límpida enquanto estou assim, de tudo, nua.
- Pronto,
estás banhada. Lavei-te a alma como sempre. É o que ela me diz.
E de manhã
acordo pura. Perdoei, fui perdoada. Bendigo a vida. Recomeço.
Mais um dia
para ser gente. Sorrir, chorar ou aquietar-me. Vencer os medos,
mergulhar nos
silêncios e emocionar-me. Sentir saudades e amor, amar.
Buscar
significados, significar. Resgatar esperanças, tentar ser feliz!
foto/poema: Vera Alvarenga
foto/poema: Vera Alvarenga
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