Não sei
quando comecei a amar-te.
Não, não foi
aquele amor imediato dos olhos que se encontram da primeira vez,
e vê-lo não
me trazia, confesso, nenhum vislumbre de futuro grandioso.
Foi antes o
teu passado que me motivou.
E não foram
teus olhos azuis que imaginei um dia encontrar, porque não tinhas.
Também não
tinhas, como minha mãe dizia, nem um gato pra puxar pelo rabo!
Até hoje
nunca me detive nesta frase para ver como é engraçada e
cheia de
contradições. E como, por causa delas eu me sentia desafiada e
teimava
querer consertar um mundo que mal conhecia.
Aquela frase
parece engraçada agora, porque hoje tens um gato só porque eu o tenho
e ainda me
tens, o que é consequência não tua escolha, mas não gostas dele!
Nem te
deixas seduzir pelos seus olhos azuis ou pelo olhar que ele te oferece,
e aqui outra contradição, mesmo assim és tu
que o alimentas pelas manhãs
quando ainda
estou acordando.
Eu, ao
contrário dele, embora tenha olhos azuis, não tentei te seduzir !
Em minha
inocência não sabia como fazê-lo. Era tão inocente que, o que me fez te amar,
aos poucos,
talvez tenha sido o prazer que descobria no meu corpo, e no teu,
porque
queria retribuir-te e, mais do que isto, o que me fez te amar
talvez tenha
sido meu desejo imenso de te compensar e te dar tudo
que, no teu
tempo de inocência em criança, nunca pudeste ter.
Eu era
inocente de corpo e alma. Meu olhar não se deteve em nada,
mesmo quando
te conheci. Contudo, tu me disseste que meus olhos te abalaram e
que desde
aquele instante sabias que me ia ter .Que já sabias até antes!
Eu, só sabia
que um dia, o amor ia chegar e eu me entregaria.
Acho que somos todos inocentes.
Eu não sabia
nada do mundo Nem o que me esperava,
Nem o que
esperavas de mim. Te dei tudo, mesmo assim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é bem vindo ! Obrigada