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quinta-feira, 11 de julho de 2013

O amor é uma companhia.


Vejam só...em julho de um ano tão distante deste que estamos, alguém escreveu algo que pode ser tão atual no sentir de algumas pessoas, mesmo que fosse descrito de outra forma. E sabemos que cada pessoa tem seu próprio jeito de sentir. Contudo, não importa onde quer que estejamos ou em que capítulo do tempo, emoções humanas e sentimentos são coisas que compartilhamos... (Vera)

O amor é uma companhia
Alberto Caeiro (10-07-1930)
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa
que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte
como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito
do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim
como um girassol com a cara dela no meio.

Como este pessoal era romântico naquele tempo, não é?
E nós, como somos?

Obs. retiradas do Wikipédia: " Alberto Caeiro da Silva foi um personagem ficcional (heterônimo) criada por Fernando Pessoa, sendo considerado oMestre Ingenuo. 
  • Mestre dos outros heterónimos e do próprio Fernando Pessoa porque, ao contrário destes, consegue submeter o pensar ao sentir, o que lhe permite:
    • viver sem dor; envelhecer sem angústia e morrer sem desespero;
    • não procurar encontrar sentido para a vida e para as coisas que o rodeiam;
    • sentir sem pensar; ser um ser uno (não fragmentado);
  • Poeta do real objectivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são com alegria ingênua e contemplação, recusando a subjetividade e a introspecção. O misticismo foi banido do seu universo.
  • Poeta da Natureza, porque integra-se nas leis do universo como se fosse um rio ou uma árvore, rendendo-se ao destino e à ordem natural das coisas.
  • Temporalidade estática, vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro. Cada instante tem igual duração ao dos relâmpagos, ou à das flores, ou ao do sol e tudo o que vê é eterna novidade; É um tempo objectivo que coincide com a sucessão dos dias e das estações. A Natureza é a sua verdade absoluta.
  • Antimetafísico, pois deseja abolir a consciência dos seus próprios pensamentos (o vício de pensar), pois deste modo todos seriam alegres e contentes.
  • Crença que as coisas não têm significação: têm existência, a sua existência é o seu próprio significado".

Ahh!!!  tá explicado! Compreendo este sujeito...rs...(Vera)

Texto e foto: Vera Alvarenga
Poema : Alberto Caeiro(1030)

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