Mesmo porque, a exemplo das árvores em frente
o meu terraço, somos semelhantes à natureza que
se transforma, tem ciclos, fases...
alimento...
como vi acontecer com estas árvores no verão e outono...
De repente, chega o inverno, e tudo fica seco... aparentemente.
Nosso ninho fica à mostra, mas as emoções, não! E parece que, de nós, nada mais brotará...
As duas árvores em frente o terraço de meu aptº
ficaram nuas, como muitas vezes me sinto. Em silêncio, mostravam o que eram, sem seus adornos,
não estando em fase de oferecer nada...
E assim somos nós em nosso esqueleto, em nossa estrutura essencial. Por vezes precisamos repousar.
Até que vi acontecer !
Bolotinhas começaram a brotar...
não eram frutos mas folhas enroladas, que aos poucos foram se abrindo como uma saia, numa dança ao vento.
E, sem pensar na razão e por quês, elas apenas voltaram a ser, e tudo verdejou novamente.
E os pássaros vieram e começaram a cantar alto e alegremente.
E assim, nos vestimos de esperança pela vida... nós estávamos prontas para nova estação.
E colocamos nossos adornos ... novos brotos diferentes agora, anunciam o colorido das flores que, de novo ofereceremos...
Porque o que tem vida e é sã, precisa buscar a luz do sol e cumprir seu destino.
E viver, por sua missão de ser, é também um jeito de amar.
Esperemos para ver como estas árvores ficarão no
auge da Primavera.
Tomara que possam se encher de amor e cor...
Fotos e texto: Vera Alvarenga