Vou confessar, ainda dói.
Não tem jeito, me corrói
a saudade, sentimento
que aperta no peito, meu
tímido e insensato coração.
Tento, compreender, refletir,
trabalhar, distrair o meu dia
para esta ausência não sentir.
Me rendo! Me encolho em volta de mim.
A razão não entende tal ironia :
É tão doce e tão meigo,
este solitário sentimento,
que se faz triste. Apenas existe!
Pertence só a mim, como um lamento,
que não pode ser compartilhado.
é o mesmo dos românticos,
do não correspondido,
da saudade, não duvido,
daquilo que nem é meu,
milagre, apenas em mim, contido.
É sentir-se uma criança
sem poder rir-se de contente,
porque amor, não se pede,
só se sente! E míngua quando
não se vê no outro, refletido.
Há que se aquietar a chama
do louco, que não pode iluminar a dois,
e então o transformar apenas em carinho
mesmo que só me reste a sensação
de eu ter morrido um pouco, no caminhotexto : Vera Alvarenga
foto retirada da internet - creditada a Niko Guido