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domingo, 6 de maio de 2012

Fruta madura.



Fruta Madura.
Falas da maturidade?
dos riscos da ingenuidade
e sinceridade do coração?
Cuidar sim, renunciar, não!
É como se uma fruta renunciasse
ao seu potencial para a doçura!
Mais uma vez, tudo se daria ao contrário,
e seria amarga a fruta madura!



A amiga Sissy fez um post que gostei demais e me inspirou. Concordo com ela em pensar como seria bom se não perdermos a expressão da ingenuidade e sinceridade de sentimentos, apesar de tantos que nos fazem pensar que se trata de uma fraqueza que não podemos levar conosco ao amadurecer. Claro está que diante das ameaças se faz necessário nos defender, e tentamos aprender a deixar de lado a ingenuidade,quando necessário, mas deixá-la expressar-se em nós,quando em vez,é não matar parte boa do que somos.
O link do poema da Sissy :
 http://blogzoomideiasdafadasemfim.blogspot.com.br/2012/05/como-fazer-sorrir.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+blogspot/Qvwhj+(BlogZoom)

Foto retirada do google images e vídeos do youtube
Poema de Vera Alvarenga

sábado, 26 de março de 2011

Minha loucura...

Só  o  amor nos resgata...
 E se for aquele que nos apaixona
  de novo pela vida, de um modo
   que nos parece quase divino,
    aquele que por tão inesperado
      tanto assusta quanto comove,
seria covardia imaginar que nós
pudéssemos simplesmente esquecê-lo,
como se não tivesse acontecido,  
como se não nos tivesse tocado
com o encanto de mágico cajado,
que de um distante conto de fadas,
vem nos trazer a eternidade,
nos salvar da morte, que espreita.
Ah! se a maturidade nos fizesse lembrar
quão prudente é mantê-lo adormecido!
   Este amor que só se contenta com amar,
  e forte, e doce, e suave, ora nos prende
  em rendadas teias prateadas, ora
  generoso nos liberta, faz o tempo parar.
  Só ele nos traz de volta a inocência
  e nos devolve a ingenuidade
  de quando éramos plenos de fé!

Na minha idade, portanto,
  desejar o amor é tão adequado,
    necessário, natural, apropriado,
     quanto é o sonhar ao sonhador,
      o escrever ao escritor,
       e a loucura, ao louco de amor!
    
Poema e foto: Vera Alvarenga

sábado, 6 de fevereiro de 2010

-" Mamãe Ursa e o Beija-flor "...

 
Havia um animal diferente e solitário na floresta. 
Era uma fêmea. No outono e inverno agia como uma ursa, que ficava na sua toca hibernando ou esperando seus filhotes nascerem.
No final do inverno, ela percebia que seu filhote, sua criação, não ia mais nascer. Estivera gestando apenas suas idéias e sonhos agora. Que bom... mas, ao mesmo tempo, ficava infeliz, porque não aguentava mais ficar ali sòzinha e acabava saindo ao sol.
Ao chegar da Primavera, ao invés de contentar-se com sua vida de ursa, cuja característica tinha sido passar longo tempo hibernando, ao ver as flores da estação, e o raio de sol, não conseguia mais conter-se... se apaixonava pela vida e queria voar. Tinha tanta coisa pra ver e sentir, daquele mundo tão colorido! 
Contudo, após tantos meses hibernando, não tinha coragem pra dar nem mais um passo, pra longe da toca, que era segura! Então, deitava-se ao sol, de barriga pra cima e, desanimada, tirava um cochilo.

Seu coração era terno e com o calor do sol, parecia não conter dentro de si, tanta energia! e era, neste momento, que saía de seu peito um pequenino e tímido beija-flor, que saía feliz ao redor, querendo distribuir carinho e receber beijos das flores...
entretanto, ele gastava muita energia, neste vai e vem, pois assim que ele ia um pouco mais longe porque vislumbrava uma linda flor, pensava que ainda era uma ursa, esquecia-se que agora poderia ser de fato um beija-flor, sentia-se pesado e voltava, voando rápido e assustado, para perto da toca.
Isto se repetia, porque por instinto da sua parte ursa, tinha aprendido a se proteger na toca, onde era seguro e não precisava mostrar seus sentimentos e vontades.
Deste modo, antes do verão terminar e sem ter aproveitado de fato sua liberdade para procurar alegria nas cores da primavera, ele já estava exausto e começava a sentir frio e solidão.... suas asas, então , ficavam pesadas e ele ia se aconchegar, de novo, no coração daquela grande e mansa ursa. Levava nas asas e na lembrança, o néctar das flores e o mel dos beijos. 
E ficava lá quietinho, até que o sol, brilhando de novo, depois talvez do próximo inverno, fizesse desabrochar outra vez, do peito daquela ursa, o desajeitado beija-flor.
A ursa vivia assim, contente com o que era, sem comparar-se ao beija-flor, porque no fundo, ela o tinha dentro dela...
Outros animais da floresta, não compreendiam aquele estranho animal. Alguns comentavam que, se ela se conformasse em ser apenas a velha e solitária ursa maternal, mesmo sem seus filhotes, seria acomodada e feliz! Outros, pior, acreditavam que ela podia escolher entre ser uma e outra coisa, e se acomodar de vez!
 Não sabiam o que é ser maternal e mansa naquele pesado corpo de ursa e ter, ao mesmo tempo, dentro do peito, um leve e singelo beija-flor. Como poderia ela escolher? Matando parte de si mesma ? 
Uma coruja certa vez, tentou compreendê-la e perguntou com o que ela se ocupava quando estava dentro da toca, cuidando de suas tarefas, além de sonhar.... E a ursa lhe contou :
- " Ora, não pense que sonho o tempo todo! Tenho muitas responsabilidades em minha toca, muitos dependeram de mim e eu, estive sempre ocupada aprendendo..."
A coruja não se conteve e retrucou que uma velha ursa como aquela ,que já criara a sua família, tinha cumprido sua missão com louvor, como todos lhe diziam, podia se acomodar agora, pois não tinha mais o que aprender.
A ursa sorriu e lhe respondeu:
- " Engana-se, sr. Prof. Coruja. Agora, estou aprendendo o mais difícil, 
estou aprendendo a me olhar com amor e também a me aceitar como sou, pois saiba meu amigo, não é fácil ser uma pesada ursa, com alma de beija-flor!!"

de Vera Alvarenga. 
Quero dedicar a todas as mulheres do mundo, que chegam na idade em que os filhos já não estão em casa e ela se depara com sua própria vida... e então tem que aprender o que fazer com este presente!

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