terça-feira, 22 de setembro de 2015

Durante a noite...


Conforme envelheço parece que cada noite rouba-me um pouquinho do riso antigo.
 No entanto, enquanto durmo, se não estou enganada ou seria um sonho?
 Uma senhora bondosa, com vestido azul escuro sob um avental de branco puro,
vem banhar-me com águas mornas como se eu fora ainda criança.
Toma-me nos braços e com a caneca iluminada pela luz prata da lua,
joga-me água límpida enquanto estou assim, de tudo, nua.
- Pronto, estás banhada. Lavei-te a alma como sempre. É o que ela me diz.
E de manhã acordo pura. Perdoei, fui perdoada. Bendigo a vida. Recomeço.
Mais um dia para ser gente. Sorrir, chorar ou aquietar-me. Vencer os medos,
mergulhar nos silêncios e emocionar-me. Sentir saudades e amor, amar.
Buscar significados, significar. Resgatar esperanças,  tentar ser feliz! 

foto/poema: Vera Alvarenga

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sonhar, ainda?

 Sonhar, depois de tanto tempo,
sonhar ainda?
É porque sonhamos o tempo todo
sem perceber que sonhávamos.
É porque já era hábito, costume
que nunca deixamos de ter,
mesmo sem o perceber.
É deixar ali, onde possamos ver
com os olhos do coração,
e quase tocar com as mãos,
porque bem próximo colocamos
tudo o que transborda da alma,
tudo o que nos tira a calma e
de tão grande não cabe em nós,
e de tão bom, nos consola.
Sonhar ainda? É ainda viver.

domingo, 20 de setembro de 2015

Primeiro amor... e contradições...


Não sei quando comecei a amar-te.
Não, não foi aquele amor imediato dos olhos que se encontram da primeira vez,
e vê-lo não me trazia, confesso, nenhum vislumbre de futuro grandioso.
Foi antes o teu passado que me motivou.
E não foram teus olhos azuis que imaginei um dia encontrar, porque não tinhas.
Também não tinhas, como minha mãe dizia, nem um gato pra puxar pelo rabo!
Até hoje nunca me detive nesta frase para ver como é engraçada e
cheia de contradições. E como, por causa delas eu me sentia desafiada  e
teimava querer consertar um mundo que mal conhecia.
Aquela frase parece engraçada agora, porque hoje tens um gato só porque eu o tenho
e ainda me tens, o que é consequência não tua escolha, mas não gostas dele!
Nem te deixas seduzir pelos seus olhos azuis ou pelo olhar que ele te oferece,
 e aqui outra contradição, mesmo assim és tu que o alimentas pelas manhãs
quando ainda estou acordando.
Eu, ao contrário dele, embora tenha olhos azuis, não tentei te seduzir  !
Em minha inocência não sabia como fazê-lo. Era tão inocente que, o que me fez te amar,
aos poucos, talvez tenha sido o prazer que descobria no meu corpo, e no teu,
porque queria retribuir-te e, mais do que isto, o que me fez te amar
talvez tenha sido meu desejo imenso de te compensar e te dar tudo
que, no teu tempo de inocência em criança, nunca pudeste ter.
Eu era inocente de corpo e alma. Meu olhar não se deteve em nada,
mesmo quando te conheci. Contudo, tu me disseste que meus olhos te abalaram e
que desde aquele instante sabias que me ia ter .Que já sabias até antes!
Eu, só sabia que um dia, o amor ia chegar e eu me entregaria.
Acho que somos todos inocentes.
Eu não sabia nada do mundo Nem o que me esperava,
Nem o que esperavas de mim. Te dei tudo, mesmo assim. 

Um dia...um convite....

     
 Um dia, nem tão distante, fiz um convite :
   
 " Pega a tua música, aquela que te abranda a alma
                  e vem comigo para meu jardim.
   Assim, teremos muitos momentos de pequenas alegrias
 compartilharemos pequenos instantes de deslumbramento,
sorrisos ou silêncios cheios de significados, e cúmplices olhares...
         E, por conhecermos o gosto da bebida amarga
                    que por vezes tivemos de beber,
e por sabermos que o tempo nos rouba o que pensávamos eterno,
        beberemos, de nossa taça de vinho, bem devagar!"
Ah! Desconfio que, no Olimpo, até Baco sentiria inveja de nós,
porque o Deus de todos os deuses estaria sorrindo conosco,
porque só queríamos experimentar, de novo, de sua abençoada
                          paz na singela  felicidade!

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Amar?


Amar?
Agora sei, é para aqueles que são fortes, tem o coração resistente e .... fé.
E acima de tudo e mesmo assim, são capazes de tocar o outro com delicadeza.

foto/texto = vera alvarenga

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Quando me lembro...


Quando dou por mim e me lembro
juro que será a derradeira vez e,
por ser assim te beijo
um beijo longo e de tão longo beijo,
me vejo a sorrir, porque beijar-te
me faz feliz. E esta felicidade é
como um pássaro cujo voo, nem sei
onde pode levar.
Quando me lembro do que um dia quis,
sonho que te abraço num grande e
mais que tudo, num caloroso abraço,
onde me escondo e recomeço,
e que me faz esquecer que o tempo passou
e que envelheço, para nunca mais.....
Não posso nem repetir teu nome
pois que pensarias que estou chamando
e eu, nunca quis chamar-te, mas te encontrar!
Queria teus olhos em mim.
Quando me lembro...juro que será
desta vez, a última, e me despeço, e
penso que não ouvirei mais o bater
de tuas asas na minha janela.
E o sol, com seus raios dourados
como era tua cor, se põe, longe,
lá no horizonte distante de mim.
Quando dou por mim e me lembro...
e te sinto tão perto, de novo...
Ah! logo me esqueço!
É toda vez assim...

sábado, 12 de setembro de 2015

Sainte Chapelle- um dos mais bonitos monumentos góticos da França

Feliz oportunidade que tive de visitar esta igreja, que é considerada um dos monumentos mais bonitos da França! Achei realmente lindíssima! Imagino se não estivesse nublado e o sol pudesse entrar por entre os vitrais coloridos, como seria ainda mais bonita de se ver!
Quem sabe, um dia , ainda volto para uma segunda visita e para tirar novas fotos!
















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