quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sem limites...

Sou pessoa modesta,
tenho costumeira humildade,
mas meus sonhos, hoje, não!
Ah! Neles tudo posso!
Neles, não sou pequena,
tenho o tamanho do amor
que cabe em meu coração.
Tudo, porque o sentimento
é livre para ser o que é.
Neles, não sou feita apenas
com um velho corpo de mulher.
Invisível, sou pássaro, sou asas,
para sonhar o que quiser.
Nos meus sonhos, não me falta o ar,
não tenho corpo, só consciência,
liberta dos limites que conheci,
não sou prisioneira da aparência.
Posso abraçar,quem me abraçou
quando precisei. Minha alma,
então, de tão feliz, sabe perdoar.
Posso amar, sem vergonha,
posso crer sem pudor,sem medo.
Porque vejo no olhar, o sorriso
e a paz que tanto desejei ver.
São os meus sonhos, tão sem limites,
que me encabularia de confessar.
Por isto, guardo em segredo.
Neles, não tenho idade, e
tenho tantas cores e sou tão bonita,
que me torno leve e vivo de amor.
Só neles, flutuo de novo, no azul infinito,
e minhas asas se tornam imensas
e, como sou livre, me fazem capaz
dos meus gestos mais bonitos, e
de gentilmente, hoje, te abraçar
e com a ternura de um sonho, te levar
comigo, a um doce momento de paz.

Poema e foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Asas escondidas...

Primavera começando.
Pássaros alegres no meu terraço.
Eu, cabeça cansada, mente preocupada, motivo nenhum para reclamar, e nem para emocionar a que, em mim, esconde asas há algum tempo já.
Então peguei máquina fotográfica e fui, seguindo o instinto, de encontro aos que tem asas pra voar.
Logo que cheguei, por sorte ninguém ali, a não ser eu e eles. Fiquei calada, pois é assim que me encontro. E um sabiá se aproximou. Sem medo, talvez porque me reconheça,de algum modo.

 Fiquei quieta, observando, no silêncio.
 Me senti em paz. Tão lindas asas. Tão lindos pássaros cuja única preocupação é agora fazerem seus ninhos e se acasalar.
Tantas cores ali surgindo no meio das folhas, e escondendo-se nos galhos da amoreira...quando entrava mais alguém.
Então eu o vi! mas fiz que não. Por pouco tempo, pois logo me rendi à minha adoração inconsciente, inconsequente, inconsistente, irremediável, inconcebível, torturante, apaixonante...
Que lindo! " Empresta-me tuas asas! ou me lembra das minhas, quero voar contigo!"  Pensei.
 Quando outras pessoas entraram fazendo barulho, todos eles alvoroçados se escondiam no meio das árvores. Quando voltei a ficar sozinha, e quieta, ele se aproximou.
 Chegou bem perto. Não sei o que acontece comigo, não consegui calar-me! Docemente o chamei e falei com ele... e ele parecia me ouvir.
 Não! certamente é a saudade inconsciente que sinto daquele outro que antes vinha à minha janela, que me faz imaginar que este, de algum modo, me reconhece.

Ele se aproximou mais, só para brincar comigo, talvez, só para me mostrar que a gente não sabe mesmo o que é razoável esperar de seres alados.
Então, olhou sério, bem nos meus olhos e acho que resolveu me dar uma chance...rs....

Eu estava encantada, enfeitiçada, tremia um pouco de emoção. Algumas fotos ficaram tremidas.
O que mais ele iria fazer agora?





Deu-me as costas para mostrar-me o quanto confiava em mim.
Chamou os amigos, que, para espanto meu, vieram!








Logo eram 3, bem ali na minha frente.

E eu falei com eles.

Depois se foram. Eu estava ternamente agradecida por aquele contato, embora isto tenha me feito lembrar do outro. Mas sorri.

Me despedi dele. Alguém mais entrou. Ele se foi, passando antes, bem perto de mim, tão perto, como se pudéssemos ter nos tocado, se quiséssemos.

Fotos e crônica fotográfica: Vera Alvarenga


domingo, 18 de setembro de 2011

Portas abertas...

  Tive um canário em Bragança Paulista.
Seu nome? Cris. Meus 3 filhos eram pequeninos e, depois que eles dormiam, nas noites em que eu estava sozinha, pegava o violão e cantava um pouco ou compunha canções.
 Meu marido chegava tarde. Cris me fazia companhia, cantava junto comigo. Era lindo!
 Depois tive um papagaio, que tinha uma correntinha que lhe dava liberdade relativa. Diziam que era assim que tinha de ser. Com relutância, acreditei. Num domingo,voltando de um passeio o encontrei morto. Um gato o atacou. Ele não pôde fugir.
Quando mudamos de lá para São Paulo, não pude trazer o Cris. No carro já vinha uma pastora alemã, um pastor filhote, 3 crianças, uma garota de 14 anos que morava conosco, malas, e eu, morta de medo por ter de dirigir à noite sozinha na estrada, pois meu marido havia ficado para acompanhar a mudança no dia seguinte.Meses depois soube que o canário parou de cantar e morreu.
  Eu, que já não gostava de gaiolas, nunca mais quis ter em casa pássaros presos. Aliás, não gosto de prender ninguém, mesmo que o queira perto de mim.
  
Hoje, há uma gaiola em casa, mas as portas estão sempre abertas...
 Aliás, eu tenho até um problema quanto a isto... quando penso que alguém perdeu a espontaneidade e parece estar se sentindo preso a mim, de alguma forma, com raras exceções, me afasto.
  Ou quando penso que vou perder algo, acabo me desligando ou tentando não me apegar.
  Ser humano é esquisito...a gente perde com medo de perder! Deseja não se apegar, quando percebe que já gosta muito! ..rs...........
Texto e fotos: Vera Alvarenga

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Qual a cor da Primavera?


Qual será a cor da Primavera?
Para mim, será amarela,
a cor do raio de sol,
entrando cálido pela janela...








...mas, terá também o rosa
aquele dos relacionamentos,
nos quais quero a ternura
a encantar meus momentos...









O azul claro do céu,
e do mar, o azul profundo
do sentimento eterno
que resgata a dor do mundo...







Vermelho,como deixá-la de lado?
é a cor quente da paixão!
Eu, pela vida, uma apaixonada
sempre a tenho no coração...








Roxo ou lilás
adoro estas cores e,
em todos os tons,
quero-as nas flores...








 Laranja, alegre e belo,
 chama logo a atenção,
 atrai todos os olhares,
 agrada até mesmo a razão
 que parece fria, mas
 é amiga da emoção.






O branco imaculado,
disponível ao bem e ao pecado,
ao prazer, dor e amor,
como uma tela virgem
à espera de seu pintor,
que com sua intuição
pintará o que viu, seu coração.
Quero-as todas,
cada uma a seu tempo
ou pelo acaso misturadas,
colorindo minha vida
com surpresas inesperadas!


Fotos e poema: Vera Alvarenga



sábado, 3 de setembro de 2011

Aconchego e carinho...



Se você quiser
apoio e aconchego,
um pouco de carinho,
se somos amigos,
eu posso lhe dar...
Não estamos sózinhos!





 



Mesmo estando longe,
do outro lado do mundo,
lhe envio um abraço
que parece um laço e
aquece por um segundo,
mas é fácil desatar...





 

  Por isto, não se acanhe,
  um dia precisarei também,
  e quando a gente quer bem
  quer ficar perto,saber novidades...
  sente saudades, um precisa do outro...
  Assim entendo uma grande amizade.

Texto e fotos: Vera Alvarenga

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amigos...




Se você tem guardada
uma lágrima dentro do peito
quando quiser, vem me falar,





             


escutarei, conversaremos,
choraremos juntos, se precisar...











e as lágrimas irão para o leito
daquele rio que corre para o mar....






Poema e fotos: Vera Alvarenga

sábado, 27 de agosto de 2011

Olímpia - Festival do Folclore Brasileiro

  Ontem publiquei aqui no blog, fotos das aves do viveiro do
Thermas dos Laranjais, o parque aquático da cidade de Olímpia.
Por feliz coincidência hoje, na TVCâmara vi uma reportagem
sobre o Festival do Folclore de Olímpia.
D. Cidinha Manzolli, coordenadora do evento e uma das entrevistadas, disse:
..."embora falte dinheiro e por vezes a gente se pergunte se vale a pena este trabalho, logo percebemos que sim e que o Festival consegue manter a magia há 47 anos!"
  Outra entrevistada, jornalista,historiadora e escritora, Márcia Camargos também falou da importância do folclore.
Neste ano o site recebeu 26 mil visitantes que assistiam o festival pela internet.
A cidade de Olímpia é considerada a Cidade do Folclore Brasileiro. O Museu do Folclore da cidade fica aberto para pesquisas durante 365 dias por ano e recebe pesquisadores do Brasil inteiro e de outros países.
   O folclore ainda é muito atual mesmo nos dias de hoje, no cotidiano das pessoas e, mais ainda, no das crianças daquela cidade, pois há um trabalho cultural feito durante o ano todo, no qual brincadeiras são resgatadas, há oficinas onde crianças e adolescentes fazem brinquedos - " " As crianças de Olímpia brincam!"
   Está inserido no curriculo escolar como disciplina específica porque ele se insere na vida diária das pessoas e na identidade da cidade.
  Para quem quiser assistir o vídeo ou saber de mais notícias a respeito, visitem o site:
www.folcloreolimpia.com.br
Texto: Vera Alvarenga

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