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quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desconfio, que amo este homem...

Desconfiou que amava aquele homem,
mesmo sem conhecer tudo o que era,
sem compartilhar toda sua história,
nem dividir com ele a memória
de tudo o que, cada um, já viveu.
Tão frágeis somos todos nós,
imperfeitos,solitários,ansiosos
em busca do próprio eu,
do próprio amor idealizado,
quanto mais nos sentimos sós!
E ela, ainda buscava encontrar
- o eu no outro- um sinal, um reflexo
de sua crença, do singelo desejo
do melhor de si, ainda poder resgatar.
Sabia que o sonho era maior
do que jamais poderia alcançar.
Melhor seria tratar de esquecer,
pois na vida, um dia,tudo passa.
Por isto, impotente confessou:
Desconfio que amo este homem
que já não sai do meu peito
onde o coloquei desde que, sem jeito,
mostrou-me pequenos segredos de si,
e porque me fez de novo sonhar,
sorrir, novamente crer...voar!
Só por isto, docemente, eu o amo,sim!
Porque me basta nele reconhecer
um fragmento do sonho que era meu.
Porque me basta desejar em seus braços,
finalmente viver a paz que de tão minha,
hoje, ainda se esconde em mim.

Foto e poema: Vera Alvarenga

sábado, 26 de março de 2011

Minha loucura...

Só  o  amor nos resgata...
 E se for aquele que nos apaixona
  de novo pela vida, de um modo
   que nos parece quase divino,
    aquele que por tão inesperado
      tanto assusta quanto comove,
seria covardia imaginar que nós
pudéssemos simplesmente esquecê-lo,
como se não tivesse acontecido,  
como se não nos tivesse tocado
com o encanto de mágico cajado,
que de um distante conto de fadas,
vem nos trazer a eternidade,
nos salvar da morte, que espreita.
Ah! se a maturidade nos fizesse lembrar
quão prudente é mantê-lo adormecido!
   Este amor que só se contenta com amar,
  e forte, e doce, e suave, ora nos prende
  em rendadas teias prateadas, ora
  generoso nos liberta, faz o tempo parar.
  Só ele nos traz de volta a inocência
  e nos devolve a ingenuidade
  de quando éramos plenos de fé!

Na minha idade, portanto,
  desejar o amor é tão adequado,
    necessário, natural, apropriado,
     quanto é o sonhar ao sonhador,
      o escrever ao escritor,
       e a loucura, ao louco de amor!
    
Poema e foto: Vera Alvarenga

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