domingo, 29 de abril de 2012

O que fizeste?

Fizeste de mim o que não podia ser.
Seria teu rei, se eu a quisesse ter!
Puseste sobre meu corpo
um manto que não me serve.
Moldado sou em carne e osso
como o barro de tuas esculturas,
mas dentro, meu sangue pulsa e ferve
de minhas alegrias, não das tuas,
de minhas dores, de meus amores.
Se não sei mais sonhar, vivo.
Nem sei se ainda sei amar
mas ainda creio em meu velho instinto
e só ao meu desejo, sigo.
Quisera, contudo, compreender...
como pensei que me conhecias?
Como ouviste meus gritos mudos,
e acima de todos os absurdos,
como me colocaste assim
nas profundezas do teu ser
se nunca eu a tomei para mim?
Se nunca, verdadeiramente, me aproximei?
Não consigo crer neste laço imaterial,
irreal e antinatural, que somente uma mulher
pode, deste modo, absurdamente conceber!

Foto retirada do Google imagens.
Poema: Vera Alvarenga 

sábado, 28 de abril de 2012

Voar, voar...






Não faz sentido sentir-me limitada
pelo pouco que sou...












Se minha natureza limita-me, diante de alguns, também é ela que me dá a medida de minha aventura... e as asas da liberdade.









Se não consigo ser como todos e incluir-me igualmente em tantos bandos....








E se os sinais e chamados me sensibilizam de
outras formas...

E se o vento canta uma canção em meus ouvidos
e me convida a imaginar o que seria se pudéssemos voar mais alto...



Ah! Seria melhor acomodar-me e ficar quieta em meu canto e a felicidade seria não fazer-me perguntas e não sonhar mais. No entanto, meu pensamento me leva primeiro, e logo o vento, em seguida vou inteira.
  Por algum tempo pressinto que tenho companhia e, quando me sinto só, me lembro de minha natureza 
e minhas asas se alongam
    e me fazem leve como o vento...

Então, por alguns momentos eternos eu o vejo, como se lembrasse de um sonho que era real, 
em uma outra vida, em um outro mundo,
então quebro as correntes, transponho limites 
e sinto tudo o que posso sentir e vivo conforme minha natureza
e a natureza de meu sonho.

Um dia, talvez, ouça o bater de outras asas a voar por instantes comigo, 
com a mesma ingenuidade que faz da fé, a mãe das possibilidades,
mas mesmo em meu voo solo
meu céu é meu único limite. 


Fotos e texto: Vera Alvarenga.
Música: Sonho de Ícaro- Biafra


                                                                                                                   


quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fotos de Florianópolis II




Como fazer com que as tensões e adrenalina
em excesso, comuns na vida de todos nós, diminuam um pouco?

Como viver com menos, sentindo que se tem
mais?






Talvez...
Olhando com atenção ao nosso redor,
nos fazendo verdadeiramente disponíveis
para o outro que nos convida para viver
um instante de doce abandono.Por que não?

Deixando entrar em nós um pouco da paz
e da tranquilidade que pudermos encontrar...

















Perceber que o mundo não é apenas branco ou preto, mas cheio de cores, em diferentes nuances,
que se modificam com a luz de cada momento.
Deixar que a simplicidade dos momentos penetre em nosso coração, enquanto a mente relaxa e esquece de perguntar ou nos dar dilemas para resolver e, estando assim distraída com a beleza do silêncio de apenas "estar" e "ser", nos permite encontrar momentos de paz... nos permite um encontro verdadeiro com o outro...e, com sorte, com a gente mesmo.

Texto e fotos: Vera Alvarenga

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Fotos de Florianópolis I



Fotos  de  Florianópolis

     das praias de lá...

            da Lagoa da Conceição...












E no final da tarde....entre as nuvens escuras
ainda há espaço para os últimos raios do sol que se põe no horizonte
e ainda há tempo para meditarmos e fazermos uma oração,
para nos despedirmos de nossos antigos sonhos
e agradecer pelos que ainda teremos.
Fotos e texto: Vera Alvarenga





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