terça-feira, 22 de novembro de 2011

Tento, de novo, alcançar-te...

Tento alcançar-te
para colocar um sorriso na tua cara,
para ouvir palavras da tua boca,
para ver o brilho no teu olhar,
para conhecer que linha me separa
do objeto do meu amor.
Tento alcançar-te
para sentir teu cheiro e,
tocando tua pele,acomodar-me no teu abraço,
entranhar-me na tua vida
da mesma forma que estás na minha,
como coisa boa que faz parte,
doce milagre em que acredito.
Desconfortável porém, rendo-me
ao tempo que me impede,
que me distancia e me limita,
e me faz sofrer quando abranda
à foice, o pouco e o muito que desejo.
Minha vida corre de mãos dadas ao tempo
sem notar minha presença.
Olho ao redor e nada vejo,
além do que existe e não me comove,
agora é triste, não mais me sustenta.
Nem pedra, nem argila ou cimento
que eu pudesse misturar às águas da emoção,
para construir com dureza e concretude
a existência de tão intenso sentimento.
Tento alcançar-te então,
para arrancar-te, simples assim,
num último e tresloucado esforço,
num gesto de fúria cega luto comigo,
só para me dar conta do esperado,
ele se volta decidido contra mim,
o sentimento que me pediu abrigo, e forte,
pois que não pode contentar-se
com sua sentença de morte.

Poema : Vera Alvarenga
foto: retirada do google imagens e não havia nome do autor.


quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Meus óculos de volta!...

 O mundo "já está cheio de danações", de gente que critica e não consegue fazer melhor, de atitudes  que destroem e não reconstroem, de quem não sabe mais confiar ou preservar o que tem de bom às mãos, dos que não valorizam o olhar dos "tolos" que ainda confiam ...

  Meus óculos de lente azul colaram em mim de tal maneira que, ao tentar arrancá-los por acreditar que era impróprio e fora de moda, me feri demais.
  Agarremos o que há de bom e sigamos!

Prefiro ferir-me por ter fé e crer, do que endurecer demasiado minha casca e construir nela, uma armadura.
Ela pesa demais para mim.Só sem ela fico mais leve.
"Realidade demais cansa!" (disse-me a amiga Luma).

  Vem, dá-me tua mão, põe um sorriso na sua cara,  oferece-o para mim, vamos sair por aí e agarrar o que há de bom.

 Esta é a cumplicidade que quero de ti!

Texto e fotos Vera Alvarenga
Vídeo Youtube. Fui inspirada também por comentários das amigas Sissym e Luma Rosa, a quem agradeço e envio um beijo..



sábado, 12 de novembro de 2011

Se não cuidarmos, o vento destrói os jardins...

Há 15 anos tenho morado em casas com quintais.
Os quintais são espaços que tenho encontrado vazios.. a gente transforma e cuida, planta e um dia, floresce, dá frutos. É  como relacionamentos importantes na vida.
Ah! dá trabalho, mas vale a pena!
A gente cria um vínculo de amor e bem-estar neste ambiente mágico.
Basta sair lá pra fora, entrar em contato, e a gente fica feliz. Adorei todo tempo que passei nos quintais...quando a gente ama ou gosta, é claro que a gente cuida...
E, sempre há os passarinhos...
Mas e aí? e quando uma mudança inevitável tem de acontecer?
Bem, há várias saídas, como pra tudo que a gente ama e tem que se afastar...
1. A gente pode levar as plantas junto...

2. Quando isto é impossível, a gente fica só com as lembranças boas. É frustrante, se a gente não puder reconstruir o que nos dava prazer e alegria em outro espaço, recomeçar de outra forma.

3. Pra não sentir falta a gente usa uma defesa...ou se desliga porque sabe que leva o amor pela criação e vai criar outro no lugar em que a gente vai ou...
   A gente transforma o jardim antes - o ambiente então volta a ser o vazio que a gente encontrou antes. Ou o próprio ambiente se deixa transformar, vencido pela ação do tempo que traz o vento sul.
Ao olhar para o que voltou a ser vazio e perdeu o sentido, a gente parte sem saudades, aceita o irremediável sem pena, porque não há mais nada ali do que a gente amava. Às vezes, se destrói antes de partir.
Passamos a pensar que esta perda faz parte da vida.
Podemos pensar que o que deixamos para trás não nos fará falta...
Mas há pessoas que sempre vão pensar que poderiam descobrir um modo criativo de preservar o que havia de bom, levando consigo o desejo de reconstruir
Texto e fotos;: Vera Alvarenga




sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Realidade ou Ilusão?




Reflexos não são a realidade

Contudo, dependendo do ângulo

São mais bonitos que ela...





Realidade também é Maia, sob certo aspecto é a realidade uma ilusão...

Quero criar uma ponte entre elas 
quero inventar minha vida,
decidir sobre meu destino
e escolher quando ir de um ponto a outro...

Texto e fotos: Vera Alvarenga

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Meu doce amor é semente...

O sentimento era tão doce
e às vezes, tão arrebatador,
que é fácil entender o lamento
por não poder vivê-lo.
E desejo, só existe enquanto
planejamos satisfazê-lo.
Impossível, vira sonho, ilusão.
Necessário se fará, esquecer.
Contudo, na paz que caminho
hoje de um campo deserto,
olho para o céu aberto,
na noite que se avizinha,
sob os pés a areia me queima,
mas o gesto já tinha feito,
porque brotava do peito,
nascia do corpo e da mente,
natural fruto, do coração,
como a maçã da serpente
- quis tocar uma estrela!
Porque, meu doce amor é semente,
que trago na minha mão.

Poema: Vera Alvarenga
Foto: Google imagens.



"Vende-se tudo- motivo mudança!"

-  "Vende-se quase tudo!"
Armários, poltrona,criado-mudo,
mesinhas, espelhos de mosaico,
vinte, trinta, quarenta reais !
Esculturas de mulheres nuas,
quadros, que eu mesma pintei!
Tem máscaras, que jamais usei...
Dou também quinquilharias
que já não preciso mais.
Motivo? Dos pertences me desfaço,
logo vou para novo espaço.
Lá farei outros cantinhos,
cantarei em novo compasso.

Mudar é difícil... me cansa,          
mas não me assusta.
Mudei pouco em criança,
depois, não consegui mais parar!
É oportunidade que a vida traz
quer queiramos ou não,
pra gente poder recomeçar.
Coisas boas sei que virão,
nem que eu tenha de inventar.
Frutos e flores dos meus quintais,
quem quer, quem dá mais?
Vasos, plantas, passarinhos...
Terei saudades destes bichinhos.

Só não posso me desfazer
do meu desejo de amar,
sem este, não sei viver.

Levo comigo, escondido e
bem guardado,o direito de sonhar.
Então, minha gente, "vendo quase tudo"
e contente ! Quem quer comprar?
Quem aceita, mesmo de graça,
algumas coisas que abandono?
Só não ofereço meu coração
que este, nunca esteve à venda,
e já o entreguei a seu dono.

Fotos e versos: Vera Alvarenga

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Devolve-me as asas...

Vivias num mundo tão real!
Eu não era da terra, eu voava,
só de passagem ali estava,
aturdida, perdida me encontrava,
nos esbarramos,em dor quase igual.
Então, com imensa compaixão
quase sem forças, te incentivei
a usar tuas asas e...voar!
que as minhas,não sabia encontrar,
e te desejei ver livre e feliz.
Como a um pássaro ferido
com cuidado, te curar, eu quis
mas ao tocá-lo... me curei.
Agora sou eu que te peço:
- Volta à terra! Volta!
Precisarei puxá-lo pelos pés?
Não consigo, me entristeço,
e tudo me parece de revés
já não me reconheço
nem sei mais quem tu és.
Acho que trocamos de lugar,
eu cá na terra, você no ar!
Vem, desce por um momento,
desfaz a dor deste encantamento,
ou devolve-me as asas e vem me beijar.

Foto e poema: Vera Alvarenga



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reflexo de mim...





Meus sonhos são, muitas vezes, um reflexo
mais belo do melhor que há em mim...












Porque, em nossas limitações, não somos belos sob todos os ângulos...
eu sei que não sou...










Eles, não são tudo o que sou...


Nem eu posso ser tudo que sonhei...











Queria ser, só por um dia, como a árvore que toca o rio em sua transparência, e por ele é tocada, da mesma forma, com a mesma intensidade...






Queria ser, só por hoje,  como a natureza
ela não se atrapalha,
se comete erros não se importa,
ela não teme,
ela nem ao menos sonha...

Ela realiza,
ela apenas é.



Texto e fotos: Vera Alvarenga

sábado, 5 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Há músicas que valem por mil imagens...

Existem músicas que falam mais que mil imagens... palavras que a gente já quis dizer,ou disse...
Existem músicas que cantam coisas que a gente...quem diria...não pode mesmo nem justificar...
nem com todos os unguentos e magias a gente pode curar...
Às vezes, doces memórias são o que restam para lembrar... e há palavras que a gente nunca queria ter de dizer, pois nos levam a saber que é hora de nos despedir de um sonho que não encontra esperança ou meios de se concretizar... E o possível se transforma em mais uma realidade impossível de trazer os momentos felizes que se queriam colher... e o mundo vai se conformando em fazer-se apenas dentro do limite do real, e perde sua magia...os que não são íntimos do mundo mágico paralelo ao considerado real, conformam-se e seguem  para sempre, em paz...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Flores para este dia...



Desde cedo, no meu jardim
procuro flores para colher
e as mantenho junto a mim
pensando em oferecer
a quem perdeu alguém...








São singelas flores
de todas as cores
para os corações feridos
pela morte dos sonhos
ou de seus queridos...








Ofereço meu abraço
sentido, emocionado,
meu silêncio e respeito
a você que sofre calado
a dor de um amor desfeito...







Não é que me faça de forte
porque bem sei, temo a morte,
mas ainda assim trago no peito
a esperança e o reconhecer
que cada dia tem novo amanhecer...



Versos e fotos: Vera Alvarenga

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