sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quando me encontro assim, desprevenida...


 Quando me distraio, me descubro
daquilo que me protegia e me impedia
sentir quanto é grande o desejo,
quanto é grande a falta que sinto de você!
Você, que em mim é claro sentimento,
límpido,vivo e tão forte que ainda é real
como quando eu o senti pela primeira vez.
Amor! como eu queria ver-te em mim,
e tua luz no brilho do meu olhar, e
de novo me apaixonar, e amar, e amar,
encher-me da vida que vem de poder
de novo te provar, néctar dos deuses
que viveram e lutaram por ti e
unicamente para te experimentar!
Eles queriam te possuir!
Eu, queria apenas, a ti, me entregar!
Quem pode compreender-te?
Quem, senão tu, poderia me salvar?
Quantos de nós pudemos te provar?
E depois que te perdi, já te busquei
e desta vez, não me bastava sentir...
eu, que te queria ver em carne e osso,
hoje só posso conjecturar :
- Ah! Se meu caminho e o dele
tivessem decididamente se cruzado,
se pudéssemos ter nos tocado,
será que desta vez, teria a sorte
de realmente te reencontrar ?
Eu, que bem sei teu gosto, teu cheiro
e a magia de teus efeitos em mim...
Mas jamais o saberei.
Os deuses, assim o negaram!
Enganaram o destino escrito nas estrelas,
iludiram-me com falsos sinais,
enciumados da minha sede de amar,
preferem antes, a minha morte,
conspiram contra mim, apressam o tempo,
enviam feitiços que me envelhecem,
me curvam, me empobrecem...de tudo,
menos deste meu desejo de te reencontrar,
oh amor! único capaz de em um só milagre,
unir até as almas que estavam perdidas,
que viviam iludidas, antes de amar...
Foto e poesia: Vera Alvarenga

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