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domingo, 30 de outubro de 2016

Como aquele rio ...

Queria ter te aqui comigo,
mais que companheiro, amigo,
no domingo ou noutro dia qualquer
deitar minha cabeça em teu ombro ou
aconchegar ao teu, meu corpo de mulher
e num caminhar preguiçoso
pelas manhãs de novos dias,
pelas ruas seguirmos juntos,
de mãos dadas, não pelo hábito
que frio, a tantos acomoda,
mas pelo encanto de tocar a pele amada
que nos conforta quando sentimos,confiantes,
que finalmente, não estamos mais sós.
Construiríamos com o tempo e sem pressa
mas intensamente, cada tempo que nos resta,
pois que sabemos as contradições do mundo,
e as possíveis amarguras.
Tu me escolherias
para sorrir contigo todos os nossos sorrisos
e viver tudo aquilo que ainda nos importa...
E o nosso mundo fluiria em paz
como aquele rio que um dia conheci,
que raso e gentil corre entre as pedras
e canta com alegria quando nossos pés
brincam na areia branca e grossa de seu leito.
Ah! deixa-me sentir teu cheiro
e descansar minha cabeça em teu peito.

poema e escultura:veraalvarenga

domingo, 2 de março de 2014

Quando aquele anjo me vinha....




Havia um anjo em minha vida,
que mesmo de asas partidas
quando vinha pelas manhãs
me visitar, me fazia sorrir e
eu me sentia mais capaz de amar,
e o sol aquecia minh´alma.
E à noite, quando me deitava,
após ter caminhado pelo dia
corajosa e decididamente,
ainda que sem encontrar
tudo aquilo que me movia
antes da tempestade desabar,
mesmo assim, no meu silêncio
em secreta e doce rendição,
fechava os olhos e me deitava
com ele, e o amava naquela hora,
sem medo, sem qualquer restrição.
A sensação de perda ia embora!
O amor de novo me habitava...
Então, em seus braços, dormia,
e a calma embalava o coração...

Foto/poesia: Vera Alvarenga.
Vídeo Sarah Mclachlan


terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Lado a lado...


Queria andar suavemente por tua vida
e nela sentir-me rainha, a escolhida,
como serias para mim, meu amado, e
em tua companhia  rir-me de contente
por qualquer bobagem, pois que abençoados
viveriamos assim, nossos dias, o meu, o teu,
o nosso destino, escrito como feliz enredo
pelas mãos de um sábio criador de sonhos...
E porque tu, como eu, pensarias que é assim
que vivem os que ao amor são predestinados,
não me envergonharia dos doces sentimentos
e nem daqueles tão mais ousados
pois que não haveria  razão para o medo,
e ao ouvir-te chamar-me - querida -
não como outrora ouvi, em gesto calculado
por interesse de um ego hipersociabilizado,
mas nos momentos de doce intimidade
e fruto de espontânea e coerente verdade,
eu me abriria novamente para a vida,
pois que estar assim recolhida chega a assustar-me!
E te reconheceria por não me decepcionares
do sonho, que nele havia um simples desejo
de ser tua, e amada, reflexo de igual desejo teu,
e ao olhar para o lado e ali encontrar-te
ah! como queria beijar-te! e beijar-te!
E fazer-te feliz, pois que é deste modo
que reconheço o que simplesmente sou.
E nossas palavras seriam mais um testemunho
da determinação de forjarmos nossa felicidade.
E eu viveria encantada com tua presença
porque, apesar de tudo, nos encontramos
e serias pra mim o milagre que veio,
por tuas mãos,  resgatar-me, e que chegou
para de novo preencher-me da graça
na alegria imensa de poder amar-te,
sem medo, com gratidão, por trazeres luz
e significado de novo para minha vida!
E então, eu teria a plena convicção do
valor de cada momento que me restasse
e que a vida me permitisse a seu lado
satisfazer esta ânsia de viver um grande amor
e te abraçando docemente, feliz
por viver a graça deste nosso amoroso encontro
até o final de nossos dias, não cansaria de dizer-te:
- querido, sou feliz por te amar, meu amado!

Foto e Texto : Vera Alvarenga

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Atravessando pontes...


 Já atravessei muitas pontes,
e quando sozinha, algo maior que tudo me impulsionava,
coragem e fé me inspiravam

Meu coração, contudo, hoje por vezes me intima
e prometi a ele atravessar as maiores,
somente se sua mão estiver ali no meio,
estendida em minha direção,
e um sorriso em seu rosto me receber...
e então, reencontrarei... reencontraremos,
do outro lado, 
o motivador de todas as coisas...
 












E, com certeza, este dia será abençoado!
E lembrado pelos que nos querem bem,
como o dia em que renascemos.
E o sol brilhará de novo,
em mil flocos de luz...
E então o desejo ardente
se fará em luz incandescente
e criará asas em mim e eu
saberei de novo, quem sou...

Fotos e texto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Gato na janela....

 E um dia, ela entrou por aquela porta.
Ao apagar a luz, pode ver na penumbra
o gato afastar-se silencioso e postar-se
à janela,com o mesmo olhar indiferente
com que seu dono olhava através dela.
E da janela, a luz que entrava, ainda
iluminava o livro aberto sobre a mesa
e a cadeira onde ele agora, se recostava.
Andando lenta mas decididamente, chegou perto
e sem hesitar um instante, porque sonhava,
estendendo a mão, tocou-lhe o rosto
e mesmo à pouca luz, olharam-se,
e ela viu naquele rosto tão querido,
o sorriso que, para ela, foi dirigido.
E viram, um no outro, o que era para ver
e souberam tudo o que era para saber.
Ela o beijou, docemente,
sem receio de ser mal compreendida...
e se beijaram de novo e ardentemente
como quem, finalmente, retorna à vida.

Foto retirada do Google ( com citação para br.freepik.com)
Poema: Vera Alvarenga

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Juntando pedaços...

 Penso que te quero assim tão bem
porque foste tu que me tocaste
no centro daquele tornado
em que um dia me encontrei.
E ali fiquei eu, até que tua mão
e teu olhar, por fim, me resgataram.
Penso que te amo de um amor
que não se pode medir,
agradecido e contente,
e de um jeito contraditório,
triste e tresloucado,
até indecente, pois
desconectado da realidade.
Devolveste parte de mim,
quando deixei renascer
a sensibilidade de que sou feita
e que pensara esconder, e
embora tenhas dado pouco
e teu calor não me aqueça,
e bem o quisera esquecer,
ainda escolho te amar
de um jeito manso, de um jeito meu.
E eu te reinvento
pois, se não fora
por este doce sentimento
com o qual me engano
mas toca meu sensível ser,
não me reconheceria mais,
eu me teria desfeito,
não encontraria amor em mim
para juntar meus pedaços... morreria.

Foto retirada do Google images
poesia:Vera Alvarenga

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quando me encontro assim, desprevenida...


 Quando me distraio, me descubro
daquilo que me protegia e me impedia
sentir quanto é grande o desejo,
quanto é grande a falta que sinto de você!
Você, que em mim é claro sentimento,
límpido,vivo e tão forte que ainda é real
como quando eu o senti pela primeira vez.
Amor! como eu queria ver-te em mim,
e tua luz no brilho do meu olhar, e
de novo me apaixonar, e amar, e amar,
encher-me da vida que vem de poder
de novo te provar, néctar dos deuses
que viveram e lutaram por ti e
unicamente para te experimentar!
Eles queriam te possuir!
Eu, queria apenas, a ti, me entregar!
Quem pode compreender-te?
Quem, senão tu, poderia me salvar?
Quantos de nós pudemos te provar?
E depois que te perdi, já te busquei
e desta vez, não me bastava sentir...
eu, que te queria ver em carne e osso,
hoje só posso conjecturar :
- Ah! Se meu caminho e o dele
tivessem decididamente se cruzado,
se pudéssemos ter nos tocado,
será que desta vez, teria a sorte
de realmente te reencontrar ?
Eu, que bem sei teu gosto, teu cheiro
e a magia de teus efeitos em mim...
Mas jamais o saberei.
Os deuses, assim o negaram!
Enganaram o destino escrito nas estrelas,
iludiram-me com falsos sinais,
enciumados da minha sede de amar,
preferem antes, a minha morte,
conspiram contra mim, apressam o tempo,
enviam feitiços que me envelhecem,
me curvam, me empobrecem...de tudo,
menos deste meu desejo de te reencontrar,
oh amor! único capaz de em um só milagre,
unir até as almas que estavam perdidas,
que viviam iludidas, antes de amar...
Foto e poesia: Vera Alvarenga

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Se eu pudesse te encantar!


 Ah! pego-me de novo em tua companhia,
porque trago-te comigo e
mesmo a contragosto,
distraída em pensamentos
me ponho a divagar...
- Se eu pudesse ser
mais do que hoje sou,
menos do que hoje estou...
... ser a brisa e o afago
que te acalmariam,
ser brasa a acender
teu desejo a se realizar,
ser como um sonho
que tua alma já sonhou...
e por ti, disto tudo saber...
Ah...se eu pudesse te encantar!
tanto quanto estou encantada,
por este absurdo desejo de te amar...

Como diz um poeta... muitas vezes é melhor nem pensar...
Música por Débora Blando - A luz que acende um olhar...

Poema e foto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Olha o trem! olha o trem...


- Olha o trem!
olha o trem...olha o trem...
- Na estação!
na estação...na estação...
- Vou embora!
vai embora?...vai embora?...
- Vem amor!
vem amor...por favor...
- Não vou não!
não vou não...não vou não...
- Dá tua mão!
dá tua mão...fica não...
- Ai que pena!
ai que pena...quanta pena...
- O que eu faço?
sem você... o que faço?
- Vou então!
vou então...vou então...
- Onde está?!
onde está... onde está...
- Já tô dentro!
já tá dentro?...já tá dentro?...
- Não te vejo!
ao meu lado...ao meu lado...
- Ai que pena!
ai que pena...ai que pena...
- Mesmo trem!
mesmo trem ...mesmo trem...
e entre nós...
tanto espaço...tanto espaço...
t a n t o   e  s  p  a  ç  o...   ...

Poesia : Vera Alvarenga
Foto retirada do Google imagens


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ah! o amor...

   
Plena de ti, aprendi a me superar,
por ti fui capaz de muito mais
do que sonhava imaginar.
Com tua presença a me preencher,
a me possuir, a me completar,
fui doce, forte e feroz,
fui senhora de mim
me entregando a ti,
fomos fortes, enquanto "nós".
Confesso minha fraqueza
e total dependência a
este sentimento maior,
que me ensinou a amar
de tantas outras maneiras.
Que me ensinou a querer
ser tantas vezes melhor.
Não tens apenas um nome,
rodopias em meu ser
em busca de um objeto
ao qual possa te entregar,
me deixas tonta de medo
se não posso te nomear.
Se não posso sentir-te,
perco o prumo e o rumo.
Ilusão, verdade ou algoz,
quero-te, ainda, dentro de mim.
E mesmo que o tempo passe,
que me faça envelhecer
pergunto-te, serei sempre assim?
Sem ti me sinto perdida,
de nada me vale a vida,
ah! sentimento...ah! o amor!

Foto e poesia: Vera Alvarenga.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sonho de amor...

Quando estou sozinha lembro teu rosto,
imagino o semblante sério, compenetrado,
de repente abrir-se num sorriso disfarçado
só porque lembraste de mim.
Porque o amor é assim,
generoso sonha, igualmente deseja,
trago-te refletido no coração,
mesmo que não o veja,
e me alegra fantasiar que te lembras
e imaginas também, como seria bom
estarmos juntos neste momento.
Me chamas: vem! Em teu abraço se desfaz
o medo, entregam-se corpo e alma
num suspiro de alívio, como se
finalmente encontrassem o lar.
E porque amar é assim,
nos faz capaz de sonhar,
do mesmo modo tua cabeça descansa
no meu peito e, das tuas dores, quase refeito,
vejo-te escolher o mesmo que eu
- juntos podemos caminhar, em paz.
E diante de nossa escolha de amar
e da calma que isto nos traz,
se há bem que a vida pudesse nos dar
neste meu sonho de amor antiquado,
seria, por nós, ainda alcançado.

Texto e foto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Um dia, compreenderás?

Jamais compreenderás
o que foste para aquela
que outrora jovem, bela,
habitava convicta, em mim?
É que ela, instintivamente,
sempre andará comigo.
Um dia, entenderás
porque docemente a saudade
me lembra de ti, e me invade,
numa insistência muda, sem fim?
É que eu, intuitivamente,
adivinhei o melhor de ti, querido.
Ainda duvidas?
Despertaste quem já morria
só pra saber da dor de viver,
esta alma, o que já não podia,
presa no tempo do envelhecer?
Pois acredita! Não é difícil entender.
Se me foi possível um querer bem
tão doce e terno... Sinceramente!
é que é fácil gostarmos de alguém
que nos mostra possibilidades novamente.
Tu, sejas o que vi em ti ou não,
por teus próprios atos e palavras
ou pela natureza dos opostos,
tu serás o bálsamo e o espinho
que machuca e cura meu coração.
Eu? de contrastes também sou feita,
e de algum modo sempre te amarei
embora não possa dar-te total perdão
porque o amor te queria perto,
e tenho ausente a alegria
de pelo menos, por ti, saber-te bem.

Foto e poesia: Vera Alvarenga

quinta-feira, 8 de março de 2012

Não sonho mais...


Ah, meu estranho, e singelo, e tão delicado amor,
sentimento que era meu e a ti dediquei com todos os riscos...
Já não desejo mais, que do alto dos teus vôos
me estendas a tua mão pra me levar contigo.
Já não penso no milagre que teria sido o novo, recomeçar.
Milagre maior teria sido e é, o próprio viver!
Tenho apenas minha história e nela o lugar para tua presença.
Me acostumei tanto com a solidão, que um dia me calei
e adormeci, e o tempo passou muito depressa.
Nem sei quando começou, o estar só, e quando achei natural.
Criei um mundo dentro de mim, efervescente de vida, e vivi.
De repente, estar suspensa no ar, porém longe de um coração
encantado tanto quanto estava o meu, não seria mais opção.
O ar já me faltava! As penas das asas, molhadas, que pena,
pesavam demais, levaram-me à terra e a ela, devolvi a semente.
Se houver outras em mim, brotarão da alma fértil, um dia
quem sabe, pois alma não envelhece. Ou a natureza instintiva,
buscará alegria nos amores que se façam em outro nível da espiral.
O coração? que dele transborde apenas o sentimento de gratidão.
E a tenho também por ti. Que se aquietem outras paixões.  
Só eu sei do silêncio que ouço, da jovem alma que seguia sózinha
por tempo demais antes de reencontrar o amado naquelas noites.
Ele, que a amava sempre e só de um mesmo gesto.
Mas o tempo de solidão foi maior que o tempo dos encontros!
Para ela, escutar a própria voz, se fazer ouvir e ver, tornou-se sede.
Desejo escondido, mal contido, que tu fizeste vir à superfície como
sonho possível, tempos depois, quando os ventos da primavera
te trouxeram. Mas, o silêncio desde sempre existiu entre os dois.  
O silêncio que antes, era quebrado apenas no momento do amor.
O amor que estava lá, não declarado, compartilhado como se fora
destino irremediável, mas forte, porém sem a alegria do que flui leve.
E ela se tornou a amante dele e esqueceu de que era também mulher.
Sei que preciso ouvir o lamento daquela que foi aquela jovem.
É necessário ouvir o pranto da alma, se a quiser resgatar.
Não sonho como antes. O que se torna real, amanhã me bastará outra vez.
Não posso mais sonhar ser diferente do que sou agora, 
a menos que decida, eu mesma, pegar estrelas no meu céu.
Não se pode conduzir uma árvore velha, como a um bonsai.
Me deito na cama que fiz macia para mim, onde tranqüila me aquieto,
e nos anos que me banham de prata os cabelos, vejo refletido o amor
não só da amante, mas de filha, irmã, mãe, mulher apaixonada, amiga...
Como em transe, procuro na natureza os sinais para compreender
o momento crucial em que me encontro, ponto exato entre estar em paz
ou encontrar-se presa na insensibilidade dos que perderam a alma.
Enquanto não me alegra o levantar da cama onde acordo mas não canto,
do leito onde descanso sem sonhar, sinto uma paz que ainda não reconheço.
Não sei por quais caminhos ela me levará, dou tempo ao tempo que avança.
Aos poucos, contudo, me fortaleço. Ainda vejo estrelas que iluminam o mundo.
À noite novamente abraço, e do fundo da alma agradeço tudo o que tenho.
Me convenço, me entrego ao ciclo que virá, tão certo como vêm as estações, 
e sou eu que devo mergulhar na paz que cabe a mim, e assim, me aconchego,
embora às vezes, ainda procure minha alma perdida,
e ainda que lembre o que não esqueço.


Texto em poema: Vera Alvarenga
músicas do youtube cantadas por Elis e Fábio Jr.


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A senhora que passa pelas janelas...

Janelas...
Um dia, ela viu um homem
do outro lado de uma delas.
Ele lhe falou de si
de um jeito que não era o dele,
assim disse ele,
apenas um momento em que a dor
o fazia mostrar um lado íntimo da emoção,
uma face que ele acostumara a ocultar.
Ah... Janelas...
Em seu mais secreto mundo,
do lado de dentro de uma delas,
ela, que havia encarado a morte
e tinha sede de um sentimento profundo
que brotasse puro de um coração forte
mas gentil, bebeu daquela lágrima,
sentiu compaixão por ele e por si
que tanto estavam esquecidos do que podiam ser
e inocente pensou que, ali,
nascia delicado e verdadeiro amor.

Vieram os ventos,redemoinho, vendaval,
fecharam-se as janelas e mal se via nelas,
reflexo da luz que sempre nasce das sombras ,
e assim, aquela senhora que os viera visitar,
e numa das mãos sempre traz a morte
e na outra o doce lampejo da vida,
passou por entre as janelas
e voltou ao seu altar.
Porém, nenhuma tempestade assim tão grave
se faz sem propósito definido,
mesmo que de início, não compreendido,
o tempo lhes irá mostrar.
E agora, de cada lado de suas janelas,
na intimidade de seus espaços, e a sós,
ao perguntarem-se porque sofreram, sabem
agora, que morte e vida formam a mesma roda,
e a dor que dilacerou seus corações um dia vai passar.
Só um coração assim aberto pela dor,
compreende, aprende sobre o mais profundo amor,
que nasce da inocência e da compaixão.
E assim, cada um a seu modo e em seu lugar,
fará escolhas e estará pronto para, a si e outros, amar.

Foto e poema: Vera Alvarenga.



terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Repetir o mesmo padrão,pode ser uma arte...

   Ultimamente percebo que venho repetindo algumas idéias ou descobertas, nos textos que escrevo. Repetidamente falo do bem que o amor faz, do mal que sua ausência em nós pode causar.
  E por que repito? Será que me esqueço que já falei ou porque algo me fere, ou me emociona ou me encanta de tal maneira que, tendo ficado em mim, acaba povoando meus pensamentos e atos? De tudo o mais, esqueço  facilmente...
  Repito, não nego, mas a cada vez, talvez porque me esqueça como o disse antes, faço-o de uma nova forma.
  Algumas coisas a gente repete porque chocou, sacudiu e parece que precisamos mais tempo para metabolizar tudo o que houve em nós com o susto, a surpresa ou o choque. Até arte se faz muitas vezes, repetindo o mesmo padrão. Escher faz isto em seus desenhos, em busca de representar o infinito. E nós, repetimos o mesmo padrão daquilo que ficou marcado em nós, mesmo que não percebamos muito conscientemente.
  Algumas coisas repito porque gosto, me causam sensação de bem estar, de "estar em casa"...confessá-las, lembrar delas, desejar e então repetir algo concretizado, pode ser algumas vezes ,como beijar o homem amado. Me faz rir baixinho de alegria, me dá prazer, é bom. E o que a gente já sabe que é bom, a gente quer repetir ( estranho seria se não quisesse!). Andam dizendo que a gente não pode esperar repetir um momento glorioso, mas pudera, não é preciso desejar fazê-lo da mesma forma, não é? E por que não repetir? Por que não o desejo de repetir o que conhecemos, se gostamos de fazê-lo a cada manhã quando se trata de acordar bem e ver que temos mais um dia da mesma vida para viver! A gente quer repetir, nem que seja só em pensamento, nem que seja só pra lembrar como é boa a sensação que tem quando encontra aquilo que nos agrada, que é importante ou fundamental. A lembrança de uma boa emoção pode agir como um suave perfume que vem não se sabe de onde mas agrada aos sentidos e nos relembra o caminho. Quem já teve o prazer de trabalhar com algo que despertasse sua paixão, por exemplo, procurará este caminho para sua nova profissão. Quando eu penso em algumas emoções que já senti, me pego sorrindo e, por este instante trago o prazer para o meu momento presente...imagine quando são emoções por algo vivido completamente! rs.....
Repetir, pode ser também como abraçar a pessoa que a gente ama ou estava com saudades. Isto sim, com certeza, se eu puder vou fazer muitas vezes.
  Não deve ser fácil viver desejando sempre emoções novas e superficiais. Não sei como vivem os que evitam se aprofundar ou crer em seus instintos quando encontram o que ou quem os inspire, ou não se permitem repetir e demorar-se naquilo ou com aquele que lhes dá prazer... O medo de não sentir o mesmo que antes foi possível sentir, também nos amortece. Tudo porque pensamos que o mal está em repetir, quando na verdade está em temer a aproximação, a repetição e a intimidade seja lá com o que estejamos a fazer, e é muitas vezes isto que nos aproxima mais da sensação infinitamente boa de chegar lá e ser feliz, não importa por quantos minutos, nem com quantos detalhes iguais. Podemos ser felizes por segundos, por qualquer coisa tola ou singela, mas repetidamente isto nos trará energia para enfrentar os momentos difíceis da vida em que felicidade não puder ser uma opção.
  Vou parar por aqui, ou ficarei falando de amor, e me repetindo, me repetindo...
  Texto: Vera Alvarenga
Fotos de desenhos de Escher, no blog Imagens com texto de JJ.Amarante (http://imagenscomtexto.blogspot.com/2010_10_01_archive.html)

sábado, 24 de setembro de 2011

O amor na maturidade...

Tenho escrito sobre o apaixonar-se na idade madura, como isto pode parecer para alguns e para a própria pessoa algo inapropriado. Com minha mãe não foi...e ela apaixonou-se aos 70 anos... foi lindo! Contudo,  escolheu ficar sozinha por medo de enfrentar alguns contratempos familiares e por apegar-se às prerrogativas de sua individualidade, assim como, preservar o orgulho de sua liberdade. Foi uma escolha. Pelo que pude acompanhar, penso que no final das contas, não ficou satisfeita com a solidão de sua escolha.
 E tudo que se sonha quando se está apaixonado após a meia idade, e o que se sente, de tão bonito e vigoroso assusta, porque parece não caber mais no tempo. Não combina absolutamente com a aparência da imagem no espelho, pois o amor está na alma, é ela que ama e rejuvenesce o corpo, embora não possa fazê-lo como a pessoa apaixonada gostaria.
Pois é claro que, se ela quer amar, gostaria também de poder oferecer ao amado, o melhor de si, inclusive na aparência. É assim que penso.
Hoje recebi de minha amiga Atena, um lindo pps. com texto de Rubem Alves - uma pérola - que gostaria de colocar aqui no blog. para também compartilhá-lo,mas não sei como: " e os velhos se apaixonarão de novo".
É realmente de uma sensibilidade incrível e conta verdades de sentimento.
Claro está que nem todos os "velhos apaixonados" tem a sorte e o destino a seu favor. Há também aqueles que forçosamente precisarão reconhecer não ser o seu momento. Ou os que compreendem que o/a  outro/a, tão bonito/a, inteligente ( os apaixonados quase sempre acham o outro mais bonito que a si mesmos),  certamente terá para companheira/o outra pessoa, quando chegar a hora. Se for assim, é assim que deve ser. Sim, e também porque a vida contém ainda "faróis quebrados"- aqueles sinais que a gente não compreende que não estavam abertos para nós, embora pudessem parecer que sim. Nem tudo é possível, não basta sonhar e lidar com frustrações é necessário, mas quando acontece entre dois, como neste pps., então é porque realmente vale a pena!
Desejo às pessoas que se sentem sozinhas após a meia idade, que o universo todo conspire a seu favor e que se decidam por encontrar seus pares, e possam vivenciar pelo resto de seu tempo uma vida de realização em grande ternura e companheirismo. Realmente creio que é o amor, que nos faz melhores e ele sim, nos faz verdadeiramente independentes e livres para uma vida própria, que vale a pena, sem precisarmos ficar girando em volta de familiares, amigos ou objetos que são fundamentais para nossa alegria, mas que tem seu próprio e diferente ritmo a ser vivido!
Que não desistamos de encontrar este amor companheiro e cúmplice  e que procuremos vivê-lo com nossos pares escolhidos, para que nossa vida possa ter significado, alegria e plenitude. Enquanto a chama do amor puder arder em nosso coração para aquecê-lo e deixar que o brilho de sua existência em nós, seja notado em nosso olhar, ensinaremos em silêncio aos jovens os valores pelos quais vale a pena viver.
  Aqui, um vídeo que encontrei com o mesmo texto do pps. que recebi da Atena. Obrigada amiga, pelo belíssimo pps, que me emocionou demais. Não são as mesmas belas imagens do pps. mas o texto é o mesmo,e espero que gostem.

E para complementar, mais este:

Texto Vera Alvarenga. Vídeo do youtube.



   


sábado, 20 de agosto de 2011

Fotos de Momentos Perfeitos...

Ontem foi o dia Internacional da Fotografia! eu resolvi postar aqui, durante alguns dias, Fotos que para mim, representam um Momento Perfeito!


Ah! quando chegamos ao "nosso" ninho, depois
de um dia cansativo ou uma viagem agitada...

este é um momento perfeito!









Estarmos em boa companhia, "jogando conversa fora" e tranquilamente observando a paisagem...

sem dúvida, é um momento perfeito!








Quando a gente lava as mãos e se prepara para
uma deliciosa refeição, da qual já pode sentir o cheirinho..
 huummm....o perfeito momento que vem antes do
prazer de matarmos nossa fome! Afinal, somos matéria e precisamos satisfazer os instintos..rs......






Ah, nada mais agradável do que, se pudéssemos dividir deliciosa refeição,um chá das cinco,  um jantar, ou queijos que ambos escolhêssemos,
e vinho que eu deixaria para você escolher....
e pudéssemos conversar com bom humor, enquanto saboreássemos as delícias escolhidas por nós...
sem pressa... só enquanto durasse o prazer...

 Momento mais que perfeito!
 

Quando a discussão a respeito de pontos de vista diferentes é acalorada, mas no final, a gente fica
bem, porque reconhecemos que cada um tem direito de pensar diferentemente...
põe momento perfeito nisso!






E então, se as pessoas perceberem que a gente
está conseguindo conviver preservando a liberdade, mesmo apesar de termos escolhido ser indispensável na vida um do outro...

Bem, nem precisaria que eles notassem, mas que é um momento perfeito este de nos sentir livres apesar
de nos entregarmos ao relacionamento,isto é, não é?


Depois do jantar.... um carinho, como quem não quer nada, mas chega devagarinho, com intenção
de comemorar a vida, e fazer preguiça depois...

Hei, quer um cafuné?
coça um pouquinho minhas costas?
ah, tá bom demais! sua mão e este momento
são perfeitos!








Depois de tantos e diferentes momentos no tempo que estivemos juntos, e de fazer amor à nossa maneira, agora, preciso ainda dizer como será perfeito o momento de relaxarmos ?

Acho que não. Você pode imaginar...

Crônica fotográfica : Vera Alvarenga
Texto e fotos.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

"Me apaixonei por um olhar..."

"Me apaixonei por um olhar,
por um gesto de ternura"...
assim ele cantava a canção.
Quem não conhece tal sentimento?
Quem não sabe do olhar que posto em si,
pode acordar, derreter o gelo
do inverno que o congelava?
Sei dos nossos,que pediam e davam,
compreendiam, buscavam,
e se encontraram por momentos,
se reconheceram, sem se ver,
quiseram saciar-se, sem se ter.
O resto? Foi consequência
daquilo que não se explica,
dos sonhos adormecidos
pelos desejos despertados,
de uma emoção crescente
por entregar-se inteiramente
ao mais singelo amor sonhado!                                
E do sonho, o fruto concebido,
embora não nascido, abortado,
pois carente do alimento natural,
mesmo com seus dias contados,
ainda assim,como luz aquece a alma,
com pena de saber que não pode ser real.


E a música que adoro, cantada por Oswaldo Montenegro....


Foto: retirada do Google Imagens
Poema:Vera Alvarenga

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Uma Comemoração inesquecível!

Volto aqui para lhes falar de meu aniversário! Algo especial!(para mim)
Dia 28 de maio fiz 60 anos! Uau! E no dia 27 de maio,39 anos de casados,eu e o Cesar.
É uma vida! nestes 39 anos enfrentamos batalhas,vencemos dificuldades,vivemos um grande amor, tivemos crises, sonhos realizados,aprendemos, amadurecemos...eu,principalmente tive muito a aprender, atravessar barreiras, ultrapassar limites. Temos uma história bonita.
Alguns anos se passaram em que o aniversário do Cesar era comemorado com nossos amigos,pois que era próximo do aniversário do sócio e da esposa deste. Outros, em que eu comemorava de outra maneira( coisa de mulher,não deixar passar em branco o aniversário de quem se quer bem).O meu,sendo isolado,ficava meio tímido, como eu mesma sou. Eu ficava sem graça de fazer minha própria festa! kkk......
Contudo,neste ano,2011, como em alguns poucos no passado, decidi fazer uma comemoração para mim mesma,no dia 4 de junho,afinal,eram 60 anos de vida a ser comemorados, mais o lançamento de nosso livro de poesias e também o aniversário de casamento, que não foi comemorado na semana anterior. Convidei amigos do Dihitt,amigos virtuais que eu tinha vontade de conhecer( e que se encaixavam no limite de 22 convidados que me foi dado!). Alguns não vieram por motivos importantes, mas estiveram conosco em pensamento,eu sei.
Recebi muitos presentes, além da presença das amigas!Pessoal, não sou interesseira! mas quero falar disto por dois motivos: Um ,para agradecer a linda blusa,quadros,bolo,guloseimas,especial vinho,músicas,cremes perfumados,etc..que representaram na verdade, o carinho e alegria que trocamos uns com os outros aqui.Adorei tudo! Também dei às amigas, uma lembrança de meu artesanato e um livro de poesias. Outro motivo é que quero mostrar-lhes a foto de um dos presentes, porque é o que representará este carinho todo que nos uniu nestes 3 dias de comemorações! É uma bonequinha de biscuit,que Maria mandou fazer e me trouxe - a artesã copiou uma foto que Maria Marçal deu a ela como modelo. Vejam que legal!!
Gente, esta bonequinha tem uma máquina fotográfica e está vestida como eu estava num dos domingos que fui à Praça para o show...e sempre estou com minha máquina!
Vejam a foto atrás!   Incrível Maria!
E abaixo, o vídeo com as fotos e uma música que adoro e quero oferecer com meu carinho aos amigos do coração. É uma música que tem um apelo...e que significa muito para mim,particularmente.
Que todos que assistirem a este vídeo possam sentir um pouco do carinho que quero compartilhar com vocês. Espero que gostem! Beijos e obrigada amigas : Valéria,Maria,Lilian,Carla, meus amigos de 42 anos de amizade Alda e Sálvio, meus filhos Robson e Lika que representaram os outros que não puderam vir ,meus netos e um especial agradecimento ao meu marido que foi super gentil com minhas convidadas, e me agradou muito com isto (assim,eu o perdoo por não termos comemorado no dia...rs......) Meu carinho a todos,por este aniversário especial. Penso que vou querer comemorar sempre, de alguma forma, com alguém, por mais uns 20 anos pela frente agora!! kkkk...... mesmo que seja com uma pessoa só que a gente gosta, com o marido/esposa, filho/a, amigo/a,nora/genro,  é preciso comemorar a vida, o amor, a saúde que ainda temos.
Não deixem de assistir ao vídeo.
Acho que vão gostar.
Eu me emociono com a música e em lembrar o carinho que podemos trocar,em gestos simples e singelos que oferecemos aos amigos ou a quem queremos bem.
E como estes gestos nos fazem bem,não é? Podem até mudar a direção de nossos caminhos! Ou iluminar nosso dia como um raio de sol, ou nosso rosto,com um sorriso, ou nossas noites,com um sonho ou um desejo a realizar... Não quero outros momentos iguais a este, ou juras de amizade eterna! Todos somos livres,inclusive para percebermos que uma de nossas escolhas é poder estar disponível para a vida, para o prazer de viver e para valorizar as pessoas certas,nos momentos certos, se assim o quisermos e,enquanto as tivermos!
Abraço carinhoso a todos.
Fotos e texto :Vera Alvarenga




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