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terça-feira, 22 de setembro de 2015

Durante a noite...


Conforme envelheço parece que cada noite rouba-me um pouquinho do riso antigo.
 No entanto, enquanto durmo, se não estou enganada ou seria um sonho?
 Uma senhora bondosa, com vestido azul escuro sob um avental de branco puro,
vem banhar-me com águas mornas como se eu fora ainda criança.
Toma-me nos braços e com a caneca iluminada pela luz prata da lua,
joga-me água límpida enquanto estou assim, de tudo, nua.
- Pronto, estás banhada. Lavei-te a alma como sempre. É o que ela me diz.
E de manhã acordo pura. Perdoei, fui perdoada. Bendigo a vida. Recomeço.
Mais um dia para ser gente. Sorrir, chorar ou aquietar-me. Vencer os medos,
mergulhar nos silêncios e emocionar-me. Sentir saudades e amor, amar.
Buscar significados, significar. Resgatar esperanças,  tentar ser feliz! 

foto/poema: Vera Alvarenga

terça-feira, 14 de julho de 2015

Oração a um amor maior....

 Vivo da agonia de ter um coração inchado, esfacelado, maltratado por ser descomunal para alguém pequena como eu. De tão disforme e grande, mal cabe no peito e me impede, às vezes de respirar.
Quando isto acontece me desatino. Crio verbos que não existem. Desejo coisas que não queria necessitar. Fico com um pé na lua, outro no mar...Um olho no sonho, outro no mundo. E ralho comigo mesma até ficar inteira onde possa me reencontrar. Corro o risco de cair num sono profundo.
Busca constante esta de equilíbrio, porque ele pende mais para um dos lados, embora o equilíbrio se pareça por vezes, a um lugar sobre o muro, onde a gente fica impassível, pra poder se centrar.
Penso que é meu destino e meta conseguir com ele conviver.
Quando ele me desnorteia, penso que sou criança ou alguém que não soube crescer. Mas ele está no corpo de quem cresceu, o que pode, e permaneceu lúcida apesar de tudo. Ou será que me engano? Não sei!
Coisas da emoção e do amor o fazem tremer e dispara, por vezes, sem que o possa controlar.
Por isto eu O coloco lá, em meu coração, a cada dia.
E quando o coração dispara peço que, por mais esta vez, me ensine a sobreviver.
poema e foto: vera alvarenga

sábado, 29 de novembro de 2014

Teu sabor ainda toca meus lábios...

 Afasto-me de ti
porque não me é permitido
alimentar-me de sonho.
O sonho não existe
por mais delicado e terno
que tenha sido. Acabou!
Afasto-me do copo que
continha aquele vinho bordeaux,
não quero embriagar-me deste pecado...
Só não consigo ainda
deixar de beijar-te a cada dia...
Com meus lábios, na beira da taça,
apenas provo e toco de novo o sabor
do que um dia penetrou-me nas veias
deliciando-me na expectativa...
Porque o amor apaixonado,
aquela paixão que nos tomava por inteiro,
que nos enredava em suas macias teias,
é como doce e ingênuo vício, cujo sabor
jamais esqueceremos.

Foto do Google images/ poesia Vera Alvarenga 

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tua presença...


Deus! Por que puseste dentro de mim
esta semente que não germinará?

Acaso me querias..assim
quieta, de repente perdida
em meus pensamentos
a lembrar-me do quanto
sou frágil?
Acaso me querias, assim, perdida?
...tendo de me esquecer
do que me permitistes sonhar,
e precisando me reencontrar
a cada dia?
Fica comigo então!
Perdoa-me por me perder...
por não conseguir esquecer...
Já me demoro demais no
sonho infértil de um desejo morto.
Devolve minha antiga alegria!
Preciso derramar sorrisos
no solo em que vivo....
e brotar pétalas de cor.
Aquece-me ...sonha comigo...
mostra-me tua presença,
preciso de um sonho de amor!

Foto /poema: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Gota de orvalho...

Suspeito que sempre haverá ali
de todo aquele forte sentimento,
do sonho daquele momento,
um sorriso guardado
de um amor delicado,
escondido, perdido,
que eu sentia por ti....
como a gota de orvalho brilha,
ainda que secando ao sol
sobre a pele da flor,
é assim, que se esconde em mim,
para sempre, o meu amor.

(vera alvarenga)

domingo, 2 de março de 2014

Quando aquele anjo me vinha....




Havia um anjo em minha vida,
que mesmo de asas partidas
quando vinha pelas manhãs
me visitar, me fazia sorrir e
eu me sentia mais capaz de amar,
e o sol aquecia minh´alma.
E à noite, quando me deitava,
após ter caminhado pelo dia
corajosa e decididamente,
ainda que sem encontrar
tudo aquilo que me movia
antes da tempestade desabar,
mesmo assim, no meu silêncio
em secreta e doce rendição,
fechava os olhos e me deitava
com ele, e o amava naquela hora,
sem medo, sem qualquer restrição.
A sensação de perda ia embora!
O amor de novo me habitava...
Então, em seus braços, dormia,
e a calma embalava o coração...

Foto/poesia: Vera Alvarenga.
Vídeo Sarah Mclachlan


segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Então, onde estás?

Trago-te dentro de mim
como quem faz um filho,
nas entranhas.
Tenho-te em meus lábios
como quem ora, em prece,
todas as manhãs.
E, em pensamento, te ouço,
te dou nomes, falo contigo,
como se fora um amigo.
Não és nada e
nunca foste mais
do que um sentimento.
E, no entanto,és tudo,
mesmo em teu silêncio mudo,
pois que és o amor,
aquele que mora em sonhos,
que traz, em si, a lembrança
daquilo que desejamos
que um dia fosse eterno.

Foto e poesia: Vera Alvarenga

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Se eu pudesse te encantar!


 Ah! pego-me de novo em tua companhia,
porque trago-te comigo e
mesmo a contragosto,
distraída em pensamentos
me ponho a divagar...
- Se eu pudesse ser
mais do que hoje sou,
menos do que hoje estou...
... ser a brisa e o afago
que te acalmariam,
ser brasa a acender
teu desejo a se realizar,
ser como um sonho
que tua alma já sonhou...
e por ti, disto tudo saber...
Ah...se eu pudesse te encantar!
tanto quanto estou encantada,
por este absurdo desejo de te amar...

Como diz um poeta... muitas vezes é melhor nem pensar...
Música por Débora Blando - A luz que acende um olhar...

Poema e foto: Vera Alvarenga.

domingo, 16 de junho de 2013

O que é Felicidade pra você?

 
Quando ficamos mais velhos, felicidade ganha contornos bem simples.
  Pode ser apenas ter saúde e ver os que a gente ama, felizes, e nossos netos conversando e rindo para nós....
  
  Pode ser apenas pensar a cada dia: - " Amanhã, com sorte nos encontraremos no meio da ponte... e como os mais leais dos amigos talvez possamos chegar ao final do dia, sem nenhuma discussão, sem nada que agrida em nós o desejo de nos entregar em gestos de amar."

 Duas coisas me fazem serena e feliz: Uma, lembrar-me do tempo em que a inocência confundia as coisas e me fazia ver amor, onde, por vezes era apenas egoísmo e necessidade de poder. A outra é sonhar, e acreditar que é possível ser feliz quando a gente consegue amar sem mesmo pensar na retribuição...mas, hehehe...isto não é próprio do ser humano. O amor que sentimos vem de nossa fonte interior, sem dúvida, mas precisa, necessita mesmo ser realimentado, do contrário a fonte se esgota ou se esvai desensibilizando-se em triste abandono de si mesma. Talvez só a fé e a inocência sejam capazes de nos restituir alegria e serenidade. 

Texto e foto: Vera Alvarenga.
 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tudo em paz, tudo bem.

Não, não estou só,
nem é solidão,
apenas sei o que cabe no coração.
Hei, espere um instante!
Lá ao longe,
vejo um aceno?
Alguém chegando
ou indo embora?
Um ponto distante,
um mito, sonho ou lenda,
do outro lado do oceano.
Melhor nem olhar,
melhor não saber,
se for adeus, nem quero ver.
Tá tudo em paz, tudo bem.
E, para dizer a verdade,
estou indo também.
Vou seguindo, levo meu cansaço,
que se desfaz no meu vôo,
quando mergulho no espaço
infinito de tudo o que não fiz,
daquilo que não conheço,
das vitórias que alcancei
ou do que jamais terei,
e mesmo do que tive e mereço.
Agora, apenas sei, o quanto levo de saudade.

Poema e fotos: Vera Alvarenga.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

Na dança da vida...

Como pensas que podias perdê-la?
Sem jamais se terem encontrado?
Se ela não deitou em teu peito,
não te cobriu de carinhos e
não acordou em seu leito
com arrepios dos teus afagos...
Sentiste o conforto em seu regaço?
Sentiu-se ela, finalmente segura,
e docemente entregue no abraço
do teu corpo amoroso?
Ela te tomou em seu colo
para consolar teu desgosto?
Molhou tua face com a lágrima
que por ti, rolava de seu rosto?
E o medo que morava nela,
se desfez em tua presença?
Sorriram tantas vezes juntos,
entre léguas de distância a separar
o que assim, fora apenas sonho,
que se desfez à beira do mar,
ou dissolveu-se no espaço...
Ambos partiram, um do outro,
pela ausência dos sons e tons
que na dança da vida
costuma unir, diferentes passos...

Foto e poema : Vera Alvarenga 

domingo, 23 de janeiro de 2011

" Mentira..."

Você veio
e com um gesto,
tirou-me de um sonho
que eu tinha, no qual
me embalava, e
me deixava ficar
feliz, enquanto sonhava
que era possível crer,
na palavra dada.
Você chegou
vestida de certeza,
e por alguma razão,
afetou a mim.
Eu não percebi,
e não escutei
quando alguém gritou,
quando vozes diziam
que era você, que zombava.
Você mostrou que sofria
e eu não podia saber
se o que lhe fizera chorar
já não estava mais ali.
Ainda tentei lhe ouvir,
confesso não compreendi.
O tamanho de sua culpa
se existe, não posso julgar.
O mal que isto tudo causou
só em mim, posso avaliar.
De meu discernimento
duvido agora, com razão,
mas sem espanto, pois
fui fiel ao meu coração.
De seus sentimentos,
livro-me do fardo e
por isto, lhe peço perdão
mas,já não consigo confiar.
De sua vida, alegria ou dor,
só o tempo lhe mostrará
o real, o falso, aquilo que
de fato tenha algum valor.                                                                       

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Meu pássaro dourado..."

Assim quase para me despedir de uma série de poesias que fiz no inverno deste ano que passou, aqui está mais uma....

" Quem é?
Quem é que abriu minha janela,
e um raio de sol deixou entrar,
pela fresta, pelo ar?
Quem ousou me assustar assim
e sem convite,tomou posse de mim?
Ah, que bom, és tu!
meu pássaro dourado,
que de tão longe vieste
seduzir meu coração ferido,
que queria ,mas não sabia
como,sem medo, de novo amar.
Em tuas asas me trouxeste
pólen de dourado brilho
que penetrou no meu peito e
pela pele, e nas entranhas e
porque sou fértil de amor
me fez grávida de esperança.
Hoje,entrego-te meu segredo-
nua,como os que se despem
ou os que tentam se despedir,
confesso-te,pássaro querido,
desde que tu vieste e
com teu canto me seduziu,
este teu canto terno e agreste,
meu coração se enterneceu.
E como no rosto da criança,
voltou ingênuo, no meu,
o sorriso que ainda não morreu...
E como ela, quase inocente
passei em sonho a imaginar
que tudo era factível,
que tudo era possível,
que o destino me faria um dia voar,
a um convite e num sonho teu...."

Poesia e fotos: Vera Alvarenga                                                          

quinta-feira, 10 de junho de 2010

- " Então...melhor assim..."

-" Onde está, mulher!?
    Onde seu olhar se escondeu?
    Psiu! aqui, no meu canto.
    Já nem estou indignada,
    apenas me deixo ficar calada.
    Me retraí... Melhor assim.
    Se me olhar nos olhos, verá,
    que aquela pequena e serena,
    fraca e forte, menina e mulher,
    ainda está aqui. Todas,sou eu.
    Hoje, não me culpo mais, e
    não quero apenas me conformar.   
    Hoje, eu sei mais de mim!
    Tenho pressa, quero amar!
    Sei que busco,que  me perco
    que  me iludo facilmente.
    Sei de mim! Sou carente ! e
    se te encontro, te ajudo,
    te amo e sigo docemente,
    no sonho que é meu...
    Esta sou eu!
    Contudo, se for só meu, o sonho...
    Então...melhor assim.
    Não se aproxime de mim
    não me queira tocar,
    com fracas palavras.
    Não quero amar o sol
    que de tão grande, meus
    braços não possam abraçar.
    Não quero amar a chuva fina,
    que se espalhe, por aí e
    a tudo e todas queira tocar.
    Quero a tempestade,
     forte, verdade! depois...o raio
     de sol que brilha, sem ferir.
     Porque sou assim, natureza,
     ternura, coragem, certeza!
     Não tenho mais tempo
     para fingir que sou feliz.
     Nem para inventar o homem
     valente, amigo e cúmplice,
     porque não teme amar!
     Seremos "nós".. ou fico aqui!
    Agora... sei mais de mim!
    Foi tanto que já me dei.
    me entreguei e me despi!
    Prefiro ficar aqui...melhor assim.
    Só saio de mim, se for pra me diluir,
    se for para me libertar,
    no abraço maduro do homem
    que queira me dar
    o seu olhar mais contente,
    e sem medo, com ternura me diga:
    " quero você, mulher, em minha vida!"
    Então, eu não me cansarei
    mais de o amar!
    Seremos dois cúmplices a seguir,
    vivendo em sonho, o resto de vida
    que juntos, faremos que valha a pena!
    E eu? Voltarei a ser, eu
    mulher, ardente e serena".
 

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

- " Pirilampo, minha luz..."

 
Pirilampo, minha luz
eu queria te fazer, meiga e suave
e te ver do amor brotar, como uma semente.
Um azul, de mar no olhar
um riso inocente,
como um sol a despertar, displicentemente...
A coragem de um soldado, em tempos de guerra,
mansa e fértil,como a terra, em tempos de paz.
Sempre alegre como um lar,cheio de crianças
realista, mas capaz, de ter esperanças!

Pirilampo,minha luz,
eu queria poder te dar, asas de andorinha
pra te ver livre voar, mas nunca sozinha;
o cabelo solto ao vento, um cheiro de jasmim,
como um rio ,que corre lento ,te ver crescer assim.
Imprevista como a chuva, que corta o verão,
a firmeza de uma rocha
 e um grande coração....
Pirilampo, minha luz,
sempre em meus sonhos eu,
te sonhei assim....

Vera alvarenga        1982.

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