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sábado, 22 de agosto de 2015

O pássaro e a semente.

 Um pássaro levou a semente de meu coração e plantou em suas mãos porque, ainda que molhadas com lágrimas dele por seu próprio sofrimento, por momentos as mãos dele me tocaram com gestos fecundos...A generosidade daquele que, mesmo no impulso de se fechar para o mundo, nem sempre viveu só para si, os olhos que se levantam para ver e compreender o outro, cativam meu coração para sempre... como um imã, como se nossa alma reconhecesse uma outra na qual pode descansar ( e confiar). Assim, vivi este tipo de amor que nada mais é do que gesto fecundo em meio a solo árido.
  Há, sem dúvida, muitos tipos de amor. E muitos gestos. E o eterno, no amor, penso que é o momento em que duas pessoas se encontram para compartilhar, cada um pensando no bem do outro.
  De quantos momentos assim são feitos os nossos relacionamentos, a nossa vida?
  Tenho lembrança de muitos momentos em que meu coração se alegrou por se abrir assim para amar, e alguns raros e preciosos momentos em que se sentiu tocado desta maneira.

foto/texto: vera alvarenga

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Quando vieres novamente...


Se soubesses do carinho
que me envolve quando lembro
do que sentia quando
nos encontrávamos...
Ah! mas hoje vi teu olhar
postado na minha janela!
Vieste roubar-me o sorriso
que guardo sempre pra ti?
Tua presença me faz bela.
E para o jardim, eu corri
a ver se te encontrava.
- Espera! ordenei para mim,
- Volta! certamente ele já foi,
só queria o que lhe faltava.
A mim, deixou-me o olhar,
aquele que eu adorava.
Só faltou-me a palavra
com a qual antes me chamavas.
Quando voltares novamente,
traz qualquer palavra tua,
qualquer uma e fico contente.
É tudo tão simples para mim,
que talvez não compreendas.
Porque hoje sei, somos assim,
sem expectativas nem promessas,
sem horizontes à frente,
não há futuro, só o presente
das palavras escritas no papel.
Somos o quase nada delicado
como brisa a tocar nossa pele,
ou a borboleta a beijar o rosto
que por um gesto mais ousado,
se assusta e se vai, de repente...
Proponho sermos apenas canção,
então, como a do pássaro dourado,
que nos eleve a alma e encante,
apenas isto, e será o bastante.
  - Poema e foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O espírito do pássaro dourado...

 A vida precisa de magia e da nossa própria permissão para sermos felizes, acalentando sonhos que fazem parte do deixar viver em nosso ser mais íntimo, nossos desejos instintivos, reflexo da busca de uma felicidade e equilíbrio que nos deixa em paz, leves e bem.
 Às vezes a gente esquece disto - do direito de juntar com carinho os nossos pequenos pedacinhos e de os montar de novo e de novo, quando necessário, como num mosaico lindo de nossa alma, que precisa renovar-se em nova paisagem criativa. Isto nos fará de novo brilhar com a luz do sol ou das estrelas, e nos sentir curados, porque não é possível ir para o deserto e lá viver eternamente,mais do que o tempo necessário para lembrarmos do que somos.
Eu finalmente compreendi...
...que por amor, interiorizei o espírito do pássaro dourado, o que vinha me visitar e que me despertou o desejo de sair à luz do sol. Não deste sol do mundo, mas o do ser. Ao fazer dele parte de mim, aconcheguei em meu peito uma ilusão, diriam alguns.    
   Mas está aí a magia do sonho e do amor! O amor que nele está porque nele coloquei, neste encontro na intimidade do meu ser, permite que sejam mostradas as nossas faces vestidas do sonho, sem pudor ou qualquer sentimento de inadequação, e assim podemos voltar a ser naturalmente, o que somos. Torna-se possível voltar a gostar de ser o que sou. Encontro os meus pedacinhos que julgava perdidos e construo-me lentamente de novo, com a certeza de que vivo ainda, em mim. Trago-o agora em meu coração e ele é meu. Às vezes, quase o perco novamente e temo não ser capaz do que era, mas então percebo como é importante que eu o encontre...o amor. Dele, que me traz através do meu sonho e na minha intimidade a lembrança de minha força instintiva, cuido com carinho, porque enquanto estiver dentro de mim, não me deixará esquecer o que sou e porque ainda estou aqui. E estou aqui ainda, para amar. Estando no meu íntimo, me empresta o sentimento de me saber inteira. E com ele, vivo em segredo o meu ser. E ele ainda vive comigo, a despeito de tudo, num lugar entre a lógica e meu instinto de sobrevivência.
Penso que nos sentimos perdidos quando não sabemos onde colocamos o amor que por vezes, ressurge  nas asas de um pássaro dourado como o próprio desejo de viver o que ainda podemos ser. E mesmo que, do outro lado a realidade não possa concretizar nosso sonho, vivê-lo em nossa intimidade pode fazer a diferença entre estar vivo novamente ou não.
Texto e fotos: Vera Alvarenga
a foto do pássaro é tirada de uma imagem da TV Cultura. 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Frutas no quintal..."

  Sempre pensei que a casa onde moro é o meu lar e precisa refletir o que sou e aquilo que quero para minha vida. Por isto, não importa onde eu more,costumo me cercar de coisas bonitas, que me dão prazer de olhar e faço sempre um cantinho aconchegante para descansar,recarregar baterias .. E recomendo! é muito bom.
   Sou de São Paulo, capital, mas gosto de morar no interior. Moro na divisa entre Sorocaba e Votorantim. Adoro ver os lindos passarinhos soltos que vem comer frutos no meu quintal e no terraço. Fico trabalhando de frente ao comedouro que colocamos para eles. No meu quintal, numa casa simples, tenho um cantinho com rede,som,uma espreguiçadeira, onde eu leio e vou pra relaxar.Com quase 60 anos,agora é tempo de viver mais  no meu ritmo! pois quero tranquilidade e paz. Sou grata por tudo o que tenho, mesmo sendo simples, criar um espaço em nossa casa, onde possamos entrar em contato com a gente e com a natureza, é fundamental!
   Fiz um vídeo para compartilhar com vocês e espero que a idéia inspire os amigos...
 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Meu pássaro dourado..."

Assim quase para me despedir de uma série de poesias que fiz no inverno deste ano que passou, aqui está mais uma....

" Quem é?
Quem é que abriu minha janela,
e um raio de sol deixou entrar,
pela fresta, pelo ar?
Quem ousou me assustar assim
e sem convite,tomou posse de mim?
Ah, que bom, és tu!
meu pássaro dourado,
que de tão longe vieste
seduzir meu coração ferido,
que queria ,mas não sabia
como,sem medo, de novo amar.
Em tuas asas me trouxeste
pólen de dourado brilho
que penetrou no meu peito e
pela pele, e nas entranhas e
porque sou fértil de amor
me fez grávida de esperança.
Hoje,entrego-te meu segredo-
nua,como os que se despem
ou os que tentam se despedir,
confesso-te,pássaro querido,
desde que tu vieste e
com teu canto me seduziu,
este teu canto terno e agreste,
meu coração se enterneceu.
E como no rosto da criança,
voltou ingênuo, no meu,
o sorriso que ainda não morreu...
E como ela, quase inocente
passei em sonho a imaginar
que tudo era factível,
que tudo era possível,
que o destino me faria um dia voar,
a um convite e num sonho teu...."

Poesia e fotos: Vera Alvarenga                                                          

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