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segunda-feira, 27 de junho de 2016

Perdão.


Aquelas mãos, ele sabia, eram dela
que haveria de ter reconsiderado voltar.
  Tapavam-lhe os olhos que já estiveram cegos,
mesmo antes dela, agora, os tapar.
  E dentro dele, um tremor ao lembrar
como seu gesto fora rude.
  Mesmo assim, ela voltava...
  Com aquelas mãos suaves,
que o corpo dele tão bem conhecia,
cujo perfume tão bem lembrava,
tapando-lhe os olhos, parecia dizer:
  - Pensei que ficaste cego, mas te perdoo,
porque teu silêncio assustado
e o tremor que tentas esconder
me contam que tu me reconheces.

veraalvarenga

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

" Um anjo visitou-me esta noite..."

Um anjo de púrpuras asas
visitou-me esta noite,
cobriu-me com seu abraço e
na flauta, tocou o compasso
de uma canção de ninar.
E eu, que sentia o peso,
da dúvida em meu coração,
me permiti embalar,
naquela doce canção e
pedi, orando baixinho :
- " Anjo, se em teu juízo perfeito,
pensas que causo algum mal,
mostra pra mim o caminho,
me perdôa, me dê um sinal,
que seja claro e preciso
pois que sonhei ter na vida,
aquilo em que acreditei
e não foi verdadeiro,
com quem muito amei..."
Olhou-me ele com pena,
da frágil humanidade que tenho,
que nos faz com tal empenho,
justificar a procura
do amor e da ternura,
que valoriza a vida.
E antes que eu dormisse,
já cansada da minha aflição,
me disse: -" Estás perdoada!
Eu conheço o teu coração! "

Poesia: Vera Alvarenga  -(inverno 2010)
Foto : imagens Google.

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