terça-feira, 5 de junho de 2012

Delicado por de sol...

 Às vezes me sinto assim... delicada...
como este momento que captei com minha câmera
neste delicado por-de-sol...

E não importa a idade, a aparência ou onde o meu corpo esteja, porque é sentimento, e o sentir é assim, capaz de ser, apesar de qualquer coisa...

Estranho é que não era preciso ser concreto, embora fosse real... Bastava um sinal e tudo era bom. Que bobagem!
Perfeito porque era sonho?...

 Era como quando, intuitivamente, parecemos  captar o que um ou outro sente, como quando nos ligamos por algum laço invisível...
de sentimento, com certeza...
E parecíamos, por momentos, estar mais leves, um ao lado do outro... Tudo era possível, mesmo que não fosse! Tal é a leveza deste sentimento.
Sua presença trazia uma alegria terna, algo que não costumamos nos permitir viver, algo que não posso explicar com palavras... talvez as fotos possam.

Em sua presença o tempo parava. Tímida e sem culpa, sorria ao ouví-lo chamar-me..querida. E nascia o sentimento de confiança e liberdade - por não sentir-se ameaçado você não agredia verbalmente para defender-se, nem diminuía os espaços como fazem os tolos! O céu parecia não ter limites para um vôo, se o desejássemos. E eu podia ser eu mesma, ambos podíamos, e ousava acreditar que podia ser mais, e alcar voos mais altos, pois confesso que não me sentia grande coisa, então... Era assim que era...
Você, aos poucos, tornou-se tão insubstituível como me disse certa vez que eu era... E não sendo concretamente nada, era quase tudo! Como o pássaro dourado, que trazia nas asas o brilho do sol que iluminou aquele entardecer.
Isto me fez voltar a ouvir uma música do Legião Urbana - tem uma frase que diz assim: "..que tudo que você me disse é o que você gostaria que tivessem dito pra você...se o tempo pudesse voltar desta vez..."

Nós, seres humanos somos tolos...Quando foi que desperdiçamos nosso tempo? quando começamos a perder a inocência de querer viver, de fato, e com alegria, o amor? ...o tempo é tão curto e não voltará nem desta vez.
O que perdemos, perdemos...onde nos perdemos dos nossos sonhos, das pessoas que amávamos, das que podíamos amar? Não sei. Só nos resta saber que a cada dia, teremos um novo amanhecer.
Fotos e texto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Desejo secreto...

      Nunca ninguém tinha escrito
      tão eloquentemente o que sinto
      neste meu silêncio disfarçado,
      como nestas linhas que eu lia
      no mesmo instante em que sentia
      este desejo que conheço
      e em mim, fica guardado.
      Afaga meus cabelos,
      beija-me na nuca
      procura minha boca,
      e por me desejares nua
      despe-me aos poucos e
      convicto, afirma que sou tua.
      Toma-me em teus braços,
      que inquieta-me o desejo
      de oferecer-te carícias e beijos,
      e receber de igual medida
      os que tens para me dar, e
      juntos haveremos de voar
      mais uma vez, encantados,
      com a magia deste ato de amar
      que nos envolve com doçura indescritível.
      Então, estando eu tão sensível,
      abraça-me, protege-me, enrolas
      o teu corpo no meu. Assim possuídos
      dormiremos um sono de paz e,
      sonolenta, te ouvirei aos meus ouvidos
      dizer baixinho que me amas,
      e não sabes como demoraste me encontrar.

Foto retirada do Google
Poema: Vera Alvarenga 

sábado, 12 de maio de 2012

Homenagem a minha mãe.

  Um ritual delicado...
...Din..don... - Oi, mãe! ,
 Vim tomar um cafezinho com a senhora.
- Ah, filha, já estava na hora!
Qualquer hora era a certa
para este encontro casual,
visitinha rápida, costumeira
para uma conversa natural.
E ela colocava na mesa
o café bem quentinho,
e em sua xícara chinesa
a melhor que ela tinha,
o servia para mim.
E era na sala, na bandeja,
forrada de toalha de renda,
com frescuras de um ritual,
que traz ao simples cotidiano
belezas, nos gestos, escondidas,
pois que, de delicadezas
também se faz a vida.
Sei que sempre foi assim,
certamente me oferecia o melhor
de tudo que podia ter.
Hoje, já não a posso ver,
nem tomamos juntas o café,
mas além da cadeira de balanço,
parece que trago comigo,
algumas coisas que eram dela,
no meu próprio jeito de ser.
Sento-me à janela,
na mão, a xícara e o cafèzinho,
no peito, bate a saudade,
quase posso sentir o cheirinho
daquele doce ritual antigo .

Votos de saúde, paz e muitos momentos de alegria e carinho para todas as mães!
Foto e poema: Vera Alvarenga

   

domingo, 6 de maio de 2012

Aves de papel...

Quando ele entrou em sua vida
com os olhos de mar de um naufragado,
ela, que no oceano, nadava já exaurida,
pensou ver no barco à deriva
providência divina, prova viva
ali deixada para os resgatar.
Nova rota para um novo mundo.
Mas ele veio como uma onda
que a seus olhos se agigantou
e soberana passou agitando o mar,
o que a fez mergulhar, ainda mais fundo.
E assim, no azul profundo da escuridão
desvendou sua própria natureza.
Lutou contra fantasmas de barcos naufragados,
misturou-se aos ossos de corpos mal amados,
encontrou-se nos destroços de momentos bem vividos,
como os singelos sonhos guardados no coração,
e no navio, escondidos no porão, 
descobriu sinais indeléveis de tesouros encantados. 
Em sua mente ela quis para sempre ser feliz,
e bela, e grande, e forte como aquela onda...
... Mora hoje ali, no topo de um iceberg.
E dos sons que não lhe chegam,
das palavras que ele não lhe escreve,
faz aves de papel, que lança ao vento, que
alegres ou tristes, serenas e livres, voam ao léu.

Foto retirada do Google imagens
Porema: Vera Alvarenga

Fruta madura.



Fruta Madura.
Falas da maturidade?
dos riscos da ingenuidade
e sinceridade do coração?
Cuidar sim, renunciar, não!
É como se uma fruta renunciasse
ao seu potencial para a doçura!
Mais uma vez, tudo se daria ao contrário,
e seria amarga a fruta madura!



A amiga Sissy fez um post que gostei demais e me inspirou. Concordo com ela em pensar como seria bom se não perdermos a expressão da ingenuidade e sinceridade de sentimentos, apesar de tantos que nos fazem pensar que se trata de uma fraqueza que não podemos levar conosco ao amadurecer. Claro está que diante das ameaças se faz necessário nos defender, e tentamos aprender a deixar de lado a ingenuidade,quando necessário, mas deixá-la expressar-se em nós,quando em vez,é não matar parte boa do que somos.
O link do poema da Sissy :
 http://blogzoomideiasdafadasemfim.blogspot.com.br/2012/05/como-fazer-sorrir.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+blogspot/Qvwhj+(BlogZoom)

Foto retirada do google images e vídeos do youtube
Poema de Vera Alvarenga

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Um adeus, a cada dia...

Havia noites em que fechava os olhos,
noutras, nem disto precisava e
penetrava, no escuro , à procura
daquele sinal, daquela luz
que vinha dele, que era ele
e a enchia de alegria e ternura.
Lá, onde antes se encontravam,
ia em busca de sua presença,
como quem na praia caminhava
por léguas e sem destino,
sentindo no corpo a temperatura
elevar-se e a água salgada
nos pés, sem poder dela beber.
Ia com sede portanto,
tentando conter o incontido desejo,
de ver o rosto que aprendeu a amar
num sonho que aprendeu a sonhar,
de por ele sentir-se abraçada,
ouvir sua voz dizendo a carícia
que tanto adorava ouvir
no jeito dele de a chamar,
como se dos lábios recebesse um beijo.
Ia. Ainda inocente, insistia e buscava,
como quem quisesse a cura
para o mal que levava à morte
mas que aprendera a aceitar,
por um bem que indiferente
sumia no horizonte, como o sol
que no fim do dia, invariavelmente,
se deita lá  no fundo do mar.
Às vezes, sentia vontade de gritar!
Gritar o grito dos dilacerados
pela saudades que rasgam os sonhos,
pelos desencantos que secam as árvores,
pela tristeza dos desencantados.
Em seu velho corpo de mulher,
morava uma jovem apaixonada
vestida com a alma de uma rainha,
que seguia tecendo o destino
e tentava aprender,
a difícil arte de envelhecer.
 

Foto e poema: Vera Alvarenga

domingo, 29 de abril de 2012

O que fizeste?

Fizeste de mim o que não podia ser.
Seria teu rei, se eu a quisesse ter!
Puseste sobre meu corpo
um manto que não me serve.
Moldado sou em carne e osso
como o barro de tuas esculturas,
mas dentro, meu sangue pulsa e ferve
de minhas alegrias, não das tuas,
de minhas dores, de meus amores.
Se não sei mais sonhar, vivo.
Nem sei se ainda sei amar
mas ainda creio em meu velho instinto
e só ao meu desejo, sigo.
Quisera, contudo, compreender...
como pensei que me conhecias?
Como ouviste meus gritos mudos,
e acima de todos os absurdos,
como me colocaste assim
nas profundezas do teu ser
se nunca eu a tomei para mim?
Se nunca, verdadeiramente, me aproximei?
Não consigo crer neste laço imaterial,
irreal e antinatural, que somente uma mulher
pode, deste modo, absurdamente conceber!

Foto retirada do Google imagens.
Poema: Vera Alvarenga 

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