sábado, 29 de novembro de 2014

Teu sabor ainda toca meus lábios...

 Afasto-me de ti
porque não me é permitido
alimentar-me de sonho.
O sonho não existe
por mais delicado e terno
que tenha sido. Acabou!
Afasto-me do copo que
continha aquele vinho bordeaux,
não quero embriagar-me deste pecado...
Só não consigo ainda
deixar de beijar-te a cada dia...
Com meus lábios, na beira da taça,
apenas provo e toco de novo o sabor
do que um dia penetrou-me nas veias
deliciando-me na expectativa...
Porque o amor apaixonado,
aquela paixão que nos tomava por inteiro,
que nos enredava em suas macias teias,
é como doce e ingênuo vício, cujo sabor
jamais esqueceremos.

Foto do Google images/ poesia Vera Alvarenga 

domingo, 23 de novembro de 2014

Como um imã




 Há um lugar no mundo,
dentre tantos e tão distante,
que atrai minha atenção
como um imã atrai a limalha,
não imagino o motivo
nem fui eu quem o escolheu
para deter meu olhar perdido,
foi talvez minha alma
pra fingir que é de lá
que me vem o seu......





foto e poesia: Vera Alvarenga

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Esta vida de fotógrafo deve cansar...

To curioso
pra saber
porque
ela gosta
tanto assim
desta
caixinha...














- Poxa...faz meia hora que ela tá me contando... É interessante, tô entendendo o amor dela por isto,mas...

- Não aguentei....

- Mas, tô tomando conta...esta é minha, ninguém tasca!

fotos/texto:Vera Alvarenga



sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Como estou?


- Como estou? Como vão as coisas? Tudo bem, tudo em paz...melhor impossível!

 Mas confesso aqui com meus botões que o tempo passa e muitas vezes, quando as coisas não vão bem, quando não encontro eco, me dá uma vontade doida de gritar teu nome. Só pra ver onde se esconde isto que deveria retornar a nós como resposta aos nossos gestos.
  E me pergunto por que não nasci com asas, que pudessem voar até o teu infinito, onde pudesse encontrar-te. E ser bonita, tanto que pudesse agradar-te.
  E então sumir no teu abraço, e receber teu amor e dar-te o meu. Engraçado que me faz bem escrever-te sobre tal segredo, pois és meu! és meu sonho e então, percebo que em minha visão estaria sorrindo, rindo até, por que não?! ou então, muito silenciosos ficaríamos com medo de que uma palavra me acordasse do sonho e me fizesse cair novamente, das nuvens, do teu abraço, do teu amor.

  - ah!  mas tudo passa, não é mesmo? O tempo passa por minha pele como ventania, e por mim... e fico aqui em segurança, olhando o mundo com o meu melhor olhar, o de ver não o de sonhar, pois este a ti pertence.
   - Como estou? Como sempre...firmemente apoiada na realidade...vendo ainda brilho na vida ao redor, que reflete talvez do meu próprio desejo e do que ainda reste em mim de melhor...
  De resto, como tudo o que vive, envelheço, apodreço e morro lentamente... tudo parece que aqui somos dois... mas tudo bem...tá tudo em paz...nem sei porque este desassossego ainda me vem, como reflexo do sol que bate no espelho e fere os olhos! Talvez...talvez porque tenha incrível capacidade para me amoldar, me adaptar, mas não me conforme com as guerras ou com o amor que se torne grosseiro, disforme.

foto texto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Magia...


Por que não vejo de novo aquele gesto teu?
Era magia, eu sei, me lembro bem...
e eu me sentia leve, chegava a voar.
Não sei como fazias,
poucos eram os gestos e palavras
mas me encantavas
e eu, planava no ar.
Até de longe nos entendíamos
como se tivéssemos nos conhecido
sempre, num tempo qualquer atrás...
Tira de novo do teu chapéu
aquilo que me fazia crer
que magia existe
e jamais, jamais vai morrer!

Foto /poema: Vera Alvarenga.

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