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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Libélulas...

 Nasci desta cor - azul. (clic para ver em tamanho maior)
 Mas conheci outras diferentes de mim...
 E todas nós temos nossos pontos de fraqueza, beleza,força e delicadeza...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Raízes...

 
Às vezes, sinto-me tão antiga e com as raízes tão presas ao solo, que esqueço de minhas asas, ou porque não as tenha mais, ou porque nunca as tenha tido...
Será que as asas de meu pensamento eram apenas as daqueles pássaros que passaram por mim?

Não sei ... não sei...

Em que ser maravilhoso eu poderia me transformar se conseguisse voar até encontrar solo fértil onde minhas raízes fossem aéreas e eu me sentisse livre para me fazer cativa apenas da alegria e do amor?

foto e texto: Vera Alvarenga.

sábado, 28 de abril de 2012

Voar, voar...






Não faz sentido sentir-me limitada
pelo pouco que sou...












Se minha natureza limita-me, diante de alguns, também é ela que me dá a medida de minha aventura... e as asas da liberdade.









Se não consigo ser como todos e incluir-me igualmente em tantos bandos....








E se os sinais e chamados me sensibilizam de
outras formas...

E se o vento canta uma canção em meus ouvidos
e me convida a imaginar o que seria se pudéssemos voar mais alto...



Ah! Seria melhor acomodar-me e ficar quieta em meu canto e a felicidade seria não fazer-me perguntas e não sonhar mais. No entanto, meu pensamento me leva primeiro, e logo o vento, em seguida vou inteira.
  Por algum tempo pressinto que tenho companhia e, quando me sinto só, me lembro de minha natureza 
e minhas asas se alongam
    e me fazem leve como o vento...

Então, por alguns momentos eternos eu o vejo, como se lembrasse de um sonho que era real, 
em uma outra vida, em um outro mundo,
então quebro as correntes, transponho limites 
e sinto tudo o que posso sentir e vivo conforme minha natureza
e a natureza de meu sonho.

Um dia, talvez, ouça o bater de outras asas a voar por instantes comigo, 
com a mesma ingenuidade que faz da fé, a mãe das possibilidades,
mas mesmo em meu voo solo
meu céu é meu único limite. 


Fotos e texto: Vera Alvarenga.
Música: Sonho de Ícaro- Biafra


                                                                                                                   


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Devolve-me as asas...

Vivias num mundo tão real!
Eu não era da terra, eu voava,
só de passagem ali estava,
aturdida, perdida me encontrava,
nos esbarramos,em dor quase igual.
Então, com imensa compaixão
quase sem forças, te incentivei
a usar tuas asas e...voar!
que as minhas,não sabia encontrar,
e te desejei ver livre e feliz.
Como a um pássaro ferido
com cuidado, te curar, eu quis
mas ao tocá-lo... me curei.
Agora sou eu que te peço:
- Volta à terra! Volta!
Precisarei puxá-lo pelos pés?
Não consigo, me entristeço,
e tudo me parece de revés
já não me reconheço
nem sei mais quem tu és.
Acho que trocamos de lugar,
eu cá na terra, você no ar!
Vem, desce por um momento,
desfaz a dor deste encantamento,
ou devolve-me as asas e vem me beijar.

Foto e poema: Vera Alvarenga



terça-feira, 7 de junho de 2011

E um homem... se fez anjo.

 
E um homem... se fez anjo.
Ele estava lá, sozinho, pensando em como continuar, qual seria o próximo passo a dar.
Sentia-se desolado com a própria incapacidade de decidir sobre o rumo de algumas coisas, com sua impotência diante do imprevisível, com a impossibilidade de controlar o bem e o mal, a dor e o medo. O que poderia dizer para dar a ela um pouco de esperança, força ou fé, diante de tão grande desafio? E ela parecia tão pequena...e frágil agora, depois das primeiras, corajosas mas frustradas tentativas em busca da própria cura.
O que poderia fazer para devolver a si próprio e ao seu coração a tranquilidade dos dias que já iam longe no tempo? Aqueles dias se foram para sempre, junto com a juventude e a inocência dos que, sem pressa, pensam que o tempo lhes pertence e permitirá que as alegrias se perpetuem na vida. A vida, agora ameaçada. Não apenas a vida dela mas, igualmente a sua, em conseqüência.
Nada e ninguém era para sempre!
De cabeça baixa, no escuro da noite, deixou que algumas lágrimas rolassem de seus olhos. Sensibilizara-se por ela, mas as lágrimas eram também por sua própria história. Ninguém veria. Ali, sozinho, estava livre para chorar, sentir o assombro diante de sua insignificância. Não tinha tanto poder como imaginara. Não tinha aliás, nenhum poder . Sentiu certo alívio por desarmar de si mesmo a postura de quem nunca perdera o equilíbrio. Sentiu-se um pouco tonto. Sentou-se. Se continuasse de pé, cairia de joelhos, numa humildade que não reconhecia em si.
Respirou fundo. Entregou-se.... não mais ao sofrimento, nem ao desânimo, nem à saudade, apenas à certeza de que não podia controlar tudo. De cabeça baixa, quis orar. Não sabia quais palavras seriam as mais adequadas, então apenas as sentiu. Assim em silêncio, orou a um Deus que nem sabia como era, um Deus só seu, que talvez nem existisse, ou nunca o ouvisse...
Este Deus tinha de ser grande agora. E ele lhe pedia por inspiração. Quem o visse daquela maneira, por aquele ângulo, juraria que neste momento, de suas costas soltavam-se quase transparentes asas, que se abriam.
Após alguns minutos, respirou fundo e levantou-se, como se estivesse mais leve. Uma idéia o animou. Já sabia o que fazer... não podia controlar o presente, nem os fatos, nem o medo dela, nem curá-la, mas podia levar-lhe uma palavra, a idéia de um sonho pelo qual lutar, um sonho que a faria desejar também ter asas, algo para crer em si.
E assim, caminhou ao encontro dela, levando consigo um desejo, uma luz. Se ela não tivesse asas, este desejo certamente a sustentaria, para além de seus limites!

E assim, aquele homem foi em direção da mulher e como um pássaro ou anjo, e sustentado por uma lembrança sentiu-se forte, emprestou-lhe suas asas, porque ela antes, já fizera isto com ele, num dia não muito distante daquele ....

foto retirado do Google images
Texto: Vera Alvarenga  

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Minha jóia...

  Tem um sentimento
que habita em meu coração...
   e nele fez seu ninho.
É belo, como uma jóia
de cores incríveis e incrível valor...
   tem vida e me faz sonhar.
Se fica muito tempo em solidão
se não se vê refletido no amor,
   se agita, bate asas,
e num instante desaparece...
A ansiedade dá lugar ao silêncio,
   a saudade emudece,
entristeço sem compreender
os segredos que a vida tece...
  Então meus olhos
buscam no mundo ou nos sonhos
onde poderia ele, se esconder...

Foto e poema : Vera Alvarenga

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Aquela...sim, sou eu!

Quem é você?
que agora me fita,
aflita,
me estranha
e grita:
- "Você, não sou eu!"
Quem serão os que ferem,
sem refletir, porque querem
te encontrar sempre a mesma?
Não sabem que é morto
o tempo que passou?
Que a canção é da alma,
mas a dança é do corpo?
Eles podem ignorar,
mas você, jamais duvidar
de tudo que eu trago em mim,
de tudo o que eu vi,
das marcas que ganhei,
do tempo que se foi,
da vida que vivi!
Somos a mesma, sim!
Levanta a cabeça,
te orgulha de mim!
Sou tuas dores,teus amores,
tuas glórias, vitórias,
teus sorrisos e caprichos...
de tua canção sou o cantor,
o livro de teu escritor,
teus pés e tuas asas,
para seguir teus desejos.
Sou teu fiel companheiro,
ora metade, ora inteiro,
sou teu corpo que envelhece,
mas tua essência não esquece.
Somos um, e não seremos mais
a criança... que cresceu...
Somos tudo o que já fomos,
nos completamos, tu e eu.

Poesia e foto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

" Um anjo visitou-me esta noite..."

Um anjo de púrpuras asas
visitou-me esta noite,
cobriu-me com seu abraço e
na flauta, tocou o compasso
de uma canção de ninar.
E eu, que sentia o peso,
da dúvida em meu coração,
me permiti embalar,
naquela doce canção e
pedi, orando baixinho :
- " Anjo, se em teu juízo perfeito,
pensas que causo algum mal,
mostra pra mim o caminho,
me perdôa, me dê um sinal,
que seja claro e preciso
pois que sonhei ter na vida,
aquilo em que acreditei
e não foi verdadeiro,
com quem muito amei..."
Olhou-me ele com pena,
da frágil humanidade que tenho,
que nos faz com tal empenho,
justificar a procura
do amor e da ternura,
que valoriza a vida.
E antes que eu dormisse,
já cansada da minha aflição,
me disse: -" Estás perdoada!
Eu conheço o teu coração! "

Poesia: Vera Alvarenga  -(inverno 2010)
Foto : imagens Google.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"Convite para um Herói..."

Herói! Escuta!
Não pedi para abandonares armas
enquanto ainda precisavas delas,
mas que abrisses mais espaço,
para eu poder entrar na tua vida
e desejei o teu mais terno olhar.
Lembras? Não sou eu, tua inimiga!
Sou tua companheira, tua metade,
que te lembra, dos outros, a bondade
que também vive em teu peito.
Sou mulher, não gosto da guerra,
meu corpo é feito para amar.
Este é o convite que tantas vezes faço...
Vem, homem! Põe asas no olhar!
Perde um momento comigo!
Me dá um abraço,
tira a carranca da cara,
inspira o perfume da noite e o meu,
relaxa! Aceita a flor que trago, pois
ela faz parte do que sou, meu amigo!
Deixa o espelho e as medalhas
com tua armadura, de lado,
por algum tempo a te esperar.
Eu, já esperei muito por ti.
Antes de partir,
também preciso do teu olhar!
Acaso viste hoje, esta lua?
Foi ela que me fez assim...
é dela também o ritmo
que em harmonia, pulsa em mim.
Não estás cansado de briga?
Teu peito já traz costurado,
um coração remendado, e agora,
mais esta cicatriz de tuas batalhas.
Não concordas que era chegada hora
de transformar tua motivação?
Decidir tudo, consertar o mundo,
apontar todos os erros, pra quê?
Valerá a pena assim combater?
Deixa estar livre teu coração
e a chama que nele ainda arde.
Vive, homem! e deixa viver!
Só o amor justifica a intenção.
Acorda para o bem da vida,
antes que seja tarde !

Poesia:Vera Alvarenga
Foto: pode ter direitos autorais.Retirada do Google imagens.

sábado, 19 de junho de 2010

- " Um estranho animal! "...


Hoje pegamos a estradinha que leva à represa de Votorantim, perto daqui.Eu queria conhecer e sugeri este rápido passeio ao meu marido. No caminho tirei uma foto de uma árvore, daquelas lindas que ficam sem folhas no inverno, com seus galhos retorcidos e nos inspiram a imaginar animais desenhados ali. E, por causa desta visão, vocês vão ver na foto que parece haver um grande gato feito ali com os galhos... eu me perguntei: - " Como qual animal eu me sentiria hoje? qual deles mais poderia me descrever?"
Mais uma vez, minha resposta não pode convergir para um só!
     E me senti assim, como um filhote de urso,que adora brincar e receber um abraço aconchegante e macio. Já tive meu tempo de leoa, para defender meus filhotes e brincar com eles e adorava sentir-me como uma gata,ronronando nas pernas do meu dono. Hoje, a maior parte de mim se sente como um cachorro fiel, porém meio deixado de lado e assim, fica lá no portão, abanando o rabinho para os que passam e dão carinho. Mas ele permanece ali, no portão... Entretanto, no peito deste canino, há um pássaro, feliz, capaz de vôos curtos e que se alimenta, sem culpa nem preconceito nenhum, das migalhas que encontra, pois é disto que os alegres pássaros se alimentam, não é? Minha mente sim, é inquieta, tem asas de um animal estranho que não sei nomear. Ela é a parte de mim, mais livre e realiza vôos altos, porque é levada por meu espírito,  ao mesmo tempo que pode se colocar ao lado de qualquer animal na terra, e sentir-se igual. Contudo, de tão livre, ela é a mais prisioneira, pois não se conforma, por saber tão pouco e ter tão poucas certezas sôbre si mesma e sôbre a vida. Ela se deslumbra, com a mesma facilidade que se assusta. E fica perplexa com o tanto que ainda ignora, de tudo o que poderia saber!
Mas eu trocaria todo o conhecimento do mundo, se apenas uma coisa pudesse voltar a sentir e realmente reconhecer... o Amor, em toda a sua força e esplendor!Aquele que comemora a Vida que ainda se tem pra viver!
texto: Vera Alvarenga
foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

- " Enquanto eu for um só...."


                                                              Sonhei, que mergulhei
num tempo que passou,
tão fundo, que até pensei
que ia me perder
nas sombras, do que fui.
E então, um desejo ardente
se fez em luz incandescente
e criou asas em mim
e eu pude libertar
o que eu fui procurar
meu verdadeiro eu :
 o que sou, renasci!

Só então, compreendi
que tudo é solidão
enquanto eu for um só;
que tudo é ilusão,
se não houver o Amor.

E o dia amanheceu
e o sol brilhou de novo, 
em mil flocos de luz
 e eu acordei feliz
já sei o que..não sou.

Vera Alvarenga                                                                                   

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