sábado, 17 de março de 2012

Fotos do belo que há pra ver...





Saudades de quando eu ia plena de amor,
como se de minha simplicidade me bastasse!









Quando a ingenuidade eram as asas
que me libertavam dos limites...











E há quem diga que de amor
não se pode viver!
Eles me disseram que,
só do belo, a vida não se faz!








Mas certamente podemos escolher
para onde direcionar o olhar.








Eles que me digam quando ficarem velhos,
como eu, ou se a velhice os cegar,
ou se o amor morrer!



Fotos e texto: Vera Alvarenga

terça-feira, 13 de março de 2012

Simples atributos

Sensibilidade...

   Delicadeza...

        Harmonia...

             Força...

                 Luz....



Simples atributos ? 
Basta olhar pra mim, pra encontrar...você...
Fotos e texto: Vera Alvarenga.
Música cantada por Fábio Jr.- Foi tão bom...


quinta-feira, 8 de março de 2012

Não sonho mais...


Ah, meu estranho, e singelo, e tão delicado amor,
sentimento que era meu e a ti dediquei com todos os riscos...
Já não desejo mais, que do alto dos teus vôos
me estendas a tua mão pra me levar contigo.
Já não penso no milagre que teria sido o novo, recomeçar.
Milagre maior teria sido e é, o próprio viver!
Tenho apenas minha história e nela o lugar para tua presença.
Me acostumei tanto com a solidão, que um dia me calei
e adormeci, e o tempo passou muito depressa.
Nem sei quando começou, o estar só, e quando achei natural.
Criei um mundo dentro de mim, efervescente de vida, e vivi.
De repente, estar suspensa no ar, porém longe de um coração
encantado tanto quanto estava o meu, não seria mais opção.
O ar já me faltava! As penas das asas, molhadas, que pena,
pesavam demais, levaram-me à terra e a ela, devolvi a semente.
Se houver outras em mim, brotarão da alma fértil, um dia
quem sabe, pois alma não envelhece. Ou a natureza instintiva,
buscará alegria nos amores que se façam em outro nível da espiral.
O coração? que dele transborde apenas o sentimento de gratidão.
E a tenho também por ti. Que se aquietem outras paixões.  
Só eu sei do silêncio que ouço, da jovem alma que seguia sózinha
por tempo demais antes de reencontrar o amado naquelas noites.
Ele, que a amava sempre e só de um mesmo gesto.
Mas o tempo de solidão foi maior que o tempo dos encontros!
Para ela, escutar a própria voz, se fazer ouvir e ver, tornou-se sede.
Desejo escondido, mal contido, que tu fizeste vir à superfície como
sonho possível, tempos depois, quando os ventos da primavera
te trouxeram. Mas, o silêncio desde sempre existiu entre os dois.  
O silêncio que antes, era quebrado apenas no momento do amor.
O amor que estava lá, não declarado, compartilhado como se fora
destino irremediável, mas forte, porém sem a alegria do que flui leve.
E ela se tornou a amante dele e esqueceu de que era também mulher.
Sei que preciso ouvir o lamento daquela que foi aquela jovem.
É necessário ouvir o pranto da alma, se a quiser resgatar.
Não sonho como antes. O que se torna real, amanhã me bastará outra vez.
Não posso mais sonhar ser diferente do que sou agora, 
a menos que decida, eu mesma, pegar estrelas no meu céu.
Não se pode conduzir uma árvore velha, como a um bonsai.
Me deito na cama que fiz macia para mim, onde tranqüila me aquieto,
e nos anos que me banham de prata os cabelos, vejo refletido o amor
não só da amante, mas de filha, irmã, mãe, mulher apaixonada, amiga...
Como em transe, procuro na natureza os sinais para compreender
o momento crucial em que me encontro, ponto exato entre estar em paz
ou encontrar-se presa na insensibilidade dos que perderam a alma.
Enquanto não me alegra o levantar da cama onde acordo mas não canto,
do leito onde descanso sem sonhar, sinto uma paz que ainda não reconheço.
Não sei por quais caminhos ela me levará, dou tempo ao tempo que avança.
Aos poucos, contudo, me fortaleço. Ainda vejo estrelas que iluminam o mundo.
À noite novamente abraço, e do fundo da alma agradeço tudo o que tenho.
Me convenço, me entrego ao ciclo que virá, tão certo como vêm as estações, 
e sou eu que devo mergulhar na paz que cabe a mim, e assim, me aconchego,
embora às vezes, ainda procure minha alma perdida,
e ainda que lembre o que não esqueço.


Texto em poema: Vera Alvarenga
músicas do youtube cantadas por Elis e Fábio Jr.


segunda-feira, 5 de março de 2012

Fotos de Cisnes.

Não canso de olhar para a água, quando posso ver nela reflexos, e cores, e patos e cisnes...e os admiro.

A água de um lago com seus reflexos, os cisnes
nadando ali, me conectam com a tranquilidade que também está dentro de mim.
Então me sento na sombra de uma árvore e entro em contato com algo que é comum a nós, mas que
não posso descrever.















Fotos: Vera Alvarenga


quinta-feira, 1 de março de 2012

Amizade que resiste ...

 Então, não seria eu,
voz e forma corretas,
embora de mim partisse
o gesto como resposta
aos gestos que foram teus.
Não era nosso, o momento.
E assim aconteceu
que não ouvimos poetas,
não falamos de amores
antes que o sol surgisse,
nem fizemos de sonhos,
alguma vida a renascer.
Cara a cara nos encontramos,
nos tocamos apenas enquanto,
um corte no espaço do tempo,
abria uma ferida em nós,
roubando-nos, da vida, o encanto.
Quem sabe, ainda nos encontremos
um dia, em algum outro ponto
do caminho onde andarmos,
e nosso olhar, meio tonto,
de ternura e doce surpresa,
talvez nos faça lembrar e saber,
que o que restou, a amizade,
é mais do que sonhamos,
vale mais do que os amores,
não definha nela, o bem querer.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sobrado antigo.

Estou no velho e descolorido
sobrado onde sempre morei.
Vejo no quintal a menina
que brinca sozinha e sorri.
Dentro da casa, a mulher
ardente, apaixonada, criativa,
deveras ocupada, a atenção
dividida, a prover, sustentar,
dando de comer, conquanto
não se restrinja a amamentar.
Limpa, enfeita, organiza,
pinta, perfuma, idealiza
em alegre, febril correria,
a casa onde já habitei
e que lembro com nostalgia.
Mas... não tenho tempo para elas!
Embora o meu tempo finja que agoniza
tenho, ainda, outro lugar para ir,
um espaço por demais conhecido,
onde era preciso ir sempre sòzinha,
para onde é sempre bom voltar.
Subo a escada e as encontro:
- Ah! Vocês, aqui, no meu sótão ?!
Exclamo como quem sabia, e
não se surpreende de as encontrar.
E choramos, e rimos, e dançamos,
e a poeira levanta, nos faz mal,
tossimos, caímos cansadas ao chão,
mas ainda bastante determinadas
a remexer naquele antigo baú,
a procura dos tesouros que guardamos.

Poema: Vera Alvarenga
Foto: retirada do Google images.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Queria não dormir...

Às vezes me lembro,
um dia, como se fosse hoje,
aquela doce quase certeza
de que seguindo pela estrada
veria seu rosto surgir
em meio à sombra ou à luz do sol,
e nosso tempo haveria de vir
então, apesar do medo, seguia,
na esperança de te encontrar,,,


Naquela tarde, ao fechar meus olhos
quase duvidava, já não sabia
se era real aquela imagem
que parecia desaparecer
ou era eu a imaginar.
E num esforço tremendo
tentava manter-me acordada,
eu não queria dormir
tinha urgência de amar...






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