quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

" Onde está o belo agora, no meio de tanta lama, na serra fluminense?"...

   Onde estarão as flores, lindas flores daquela bela região serrana do Rio de Janeiro, depois da tragédia que ocorreu lá?
   Foi a pergunta que me fiz, após dias das chuvas, desmoronamentos e inundações que as cidades daquela região sofreram.
   Eu, que tanto gosto de fotografar o belo e as flores, e os procuro onde possam meus olhos alcançar, como também busco o lado bom das coisas que tenho que viver.... imagino, o que iria fotografar
lá, agora? Onde encontraria o lado bom de tudo isto se eu estivesse lá?!

   Onde estão as árvores para pendurar os culpados, pelo descaso com a ocupação do solo, pela demora do atendimento às vítimas, pelo inesperado da quantidade de chuvas, pelo esperado diante do poder da natureza? Haverá culpados?

   Onde estão as árvores cobertas de flores para eu fotografar?
   Onde as flores douradas? Douradas como a luz do sol...onde estava o sol,quando a natureza desandou a chorar?
   Onde estava Deus, que não protegeu tantos filhos, não atendeu tantas preces de tantas mães e pais a desesperar?  
        Onde encontrarei as flores do campo, para fotografar?
    Embaixo da terra, da lama, da água podre que escorreu furiosa junto com as lágrimas de pesar daqueles que, depois de passado o assombro, choraram por vidas de familiares e amigos alí soterrados!
    Meu Deus, me responda, onde está o "belo" pra encher meus olhos, nossa memória, o coração, para ver que é no belo das flores que o senhor me mostra com mais clareza, que a beleza que elas refletem vem de ti, e estão também em nós?

  Onde estão as flores do campo, para cobrirmos as covas de mais de 700 pessoas que, nesta tragédia se
foram de repente, do lado dos que ficaram desconsolados a chorar sua dor?

  Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, a região serrana do Rio está em luto pelas perdas de tudo, gentes e posses... e nós, estamos também, em solidariedade... e todos, fomos obrigados a engolir esta grande verdade : " Nada aqui é eterno, e de nada podemos ter segurança !"


   Senhor, eu lhe perguntei outra vez, onde está o belo, em meio ao caos de tanta lama e tanta dor ?

   E, não tardou a resposta:
   - "Senhores, amigos, tragam-me muitas flores, todas as que nas fotos tenho a oferecer e todas as que puderem ainda trazer! Tragam-me flores para colocar aos pés  daqueles que, perdendo tudo, ainda no meio de lágrimas, agradeciam pelo prato de comida! Para aqueles que ali cozinhavam e lhes deram do que comer! Para aqueles que em luto, ainda tiveram forças para ajudar outros! Para os que enviaram reforços, para os heróis que se arriscam para salvar...para os que perderam casa e tudo mais, e familiares e filhos ( que dor terrível esta ) e conseguem ter fé em algo bom ...       Aí está o "BELO", na alma do ser humano... e só pode ser um sinal de que tu estás em nós, e aí em algum lugar, e receberás nossos filhos em teus braços quando, um dia, eles tiverem de partir.

Texto e fotos: Vera Alvarenga                                                                                                                                        

domingo, 16 de janeiro de 2011

" Página em Branco..."

Hoje, não venho aqui
para falar de mim,
nem buscar palavras
para me explicar
ou me definir.
Hoje, chorei mansinho
quando olhei o outro,
que não sou eu,
e mesmo sem olhar para mim,
mais um pouco me compreendi,
mais um pouco, me defini.
Murro em ponta de faca,
machucou, sangrou, doeu!
Não me servem as palavras
pra falar do que não é meu,
e não quero me contar.
Hoje, só vim pra me deitar
só pra me esparramar,
no teu leito quieto e branco,
da página que não escrevo
daquilo que eu sei que sei,
e do que sei que não devo,
porque hoje, não posso ser
se não posso compreender,
e trair-me, não me atrevo.
Nas palavras me esqueço,
no teu silêncio me reconheço.
Até o amanhã... quando
mais uma página tua, 
vestida de mim ou nua, eu puder virar... 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

"Frutas no quintal..."

  Sempre pensei que a casa onde moro é o meu lar e precisa refletir o que sou e aquilo que quero para minha vida. Por isto, não importa onde eu more,costumo me cercar de coisas bonitas, que me dão prazer de olhar e faço sempre um cantinho aconchegante para descansar,recarregar baterias .. E recomendo! é muito bom.
   Sou de São Paulo, capital, mas gosto de morar no interior. Moro na divisa entre Sorocaba e Votorantim. Adoro ver os lindos passarinhos soltos que vem comer frutos no meu quintal e no terraço. Fico trabalhando de frente ao comedouro que colocamos para eles. No meu quintal, numa casa simples, tenho um cantinho com rede,som,uma espreguiçadeira, onde eu leio e vou pra relaxar.Com quase 60 anos,agora é tempo de viver mais  no meu ritmo! pois quero tranquilidade e paz. Sou grata por tudo o que tenho, mesmo sendo simples, criar um espaço em nossa casa, onde possamos entrar em contato com a gente e com a natureza, é fundamental!
   Fiz um vídeo para compartilhar com vocês e espero que a idéia inspire os amigos...
 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

"Refletindo sôbre a morte de um amigo"...

Hoje, resolvi postar este lindo Por-de-sol porque ele lembra despedida, e nós,
do Dihitt, nos despedimos de nosso gentil amigo Renato Trindade, que se foi, ainda com apenas 39 anos !
     O Por de Sol é triste para alguns, porque é luz tão presente e consciente em nossa vida e, mesmo assim, se despede de nós... mas também é lindo ao mesmo tempo, porque nos traz a noite, e nela veremos a luz das estrelas, com sorte a da Lua, e talvez nossa própria luz interna.

Os amigos e familiares choram por Renato.
Meus respeitos e sentimentos aos familiares e amigos íntimos que choram esta perda. Que possam ser consolados pela fé.

    Sempre que a morte nos surpreende assim, tão desprevenidos, vemos o quanto somos apegados a este lindo mundo que conhecemos e às pessoas que amamos, que nos amam e que fazem parte da nossa vida. Então, por que não deixar nosso coração falar mais alto? Por que desperdiçar o que é verdadeiro?



Costumo dizer que não devemos desperdiçar o tempo com competições pelo poder que não levam a nada.
Tenho me repetido, insistentemente, que o amor e a cumplicidade não garantem 24 hs.de felicidade, mas são um esforço que vale a pena, porque nos ajudam a sermos livres para realizar em nós e no outro,o que há de melhor ( o divino em nós), e aceitar o que não é perfeito, porque afinal é o real, e não ilusão.
   A passagem do tempo e a morte são as únicas certezas que temos...mas podemos fazer a escolha de sermos luz, no caminho de alguém... e, a todo momento podemos escolher ver o que há de belo e bom no nosso caminho e optar pela responsabilidade de retribuir o amor que recebemos, se queremos o direito a continuar a recebê-lo. Não façamos do outro apenas um objeto do nosso prazer.
Nosso beijo ao Renato, que para tantos foi luz, e a todos aqueles que sofrem por esta perda ( ou por outras.)
Mesmo que já tenhamos perdido alguém, se ainda estamos aqui, com fé recomeçaremos e ainda teremos outros para aprender a amar.
Que possamos nos lembrar da fragilidade da vida, antes de escolher prender a nós mesmos ou a outro, numa situação onde não tenhamos o desejo de oferecer amor verdadeiro, que flui com sinceridade do coração.
Pois é o amor que nos faz crescer e nos transmite luz.

Que possamos nos perdoar por termos exigido de outro uma perfeição que nós mesmos não podemos ter.
 Que possamos reverenciar a vida e o momento presente como uma benção.
 Que sejamos responsáveis para deixar livres os que dizemos amar e que nosso sonho seja atrelado a realidade daquilo e daqueles que possam cooperar entre si para um crescimento, respeitando os
limites do que cada um é.
Assim, poderemos brindar à vida, e levar um pouquinho de luz para os que se aproximarem de nós!
Que sejamos responsáveis, tanto por nós como pelo outro.
   Quando alguém se vai, e ficamos, é sinal de que ainda temos o que realizar e, com certeza, só pode ser a realização de nossa potencialidade e de amar.
Texto e fotos: Vera Alvarenga

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

" Fotos que me lembram o que ainda quero sentir"






"Eu precisaria deitar a cabeça em seu ombro muitas noites, para me acalmar em sua calma,  e me aconchegando em seus braços, saber que posso sentir-me segura e que ainda posso ver a paz que reflete do que ainda sou."









" Precisaria que me dissesse que sabe tudo o que já não sou e mesmo assim me olhasse com admiração, para que
eu pudesse vencer o medo de ter desaparecido por inteiro, e para eu saber que ainda sou o que você pode intuir de mim!"

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Aquela...sim, sou eu!

Quem é você?
que agora me fita,
aflita,
me estranha
e grita:
- "Você, não sou eu!"
Quem serão os que ferem,
sem refletir, porque querem
te encontrar sempre a mesma?
Não sabem que é morto
o tempo que passou?
Que a canção é da alma,
mas a dança é do corpo?
Eles podem ignorar,
mas você, jamais duvidar
de tudo que eu trago em mim,
de tudo o que eu vi,
das marcas que ganhei,
do tempo que se foi,
da vida que vivi!
Somos a mesma, sim!
Levanta a cabeça,
te orgulha de mim!
Sou tuas dores,teus amores,
tuas glórias, vitórias,
teus sorrisos e caprichos...
de tua canção sou o cantor,
o livro de teu escritor,
teus pés e tuas asas,
para seguir teus desejos.
Sou teu fiel companheiro,
ora metade, ora inteiro,
sou teu corpo que envelhece,
mas tua essência não esquece.
Somos um, e não seremos mais
a criança... que cresceu...
Somos tudo o que já fomos,
nos completamos, tu e eu.

Poesia e foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Minha adorável companheira!

 Cora nos acompanhou durante muitos anos (14) de nossa vida. Foi uma companheira e tanto!

 Fiz uma poesia em homenagem a ela , que fala do amor que estes nossos cãezinhos tem por nós.
 Estive procurando uma foto em que Cora era tão pequenina e brincava na orelha da nossa pastora alemã Ully. Não encontrei.
 
Aqui estão algumas fotos dela conosco, com meu neto Pedro e sua filha Luana, e com os seus 7 filhotes lindos!!


                                                                                
Esta, ao lado, é a foto do último dia de sua vida.
Ela adorava comer cenoura, mas não gostava da casca ( espertinha!).

" Cora, adorável Companheira"
Foram quatorze anos...
tua vida inteira,
de amor e cumplicidade,
sem enganos,
só alegrias, felicidade.
Não posso jamais esquecer
sua amizade,proteção,
carinhos a oferecer,
brotados do coração.
De todos eu poderia esconder
emoção de tristeza, desalento,
não de teu olhar atento!
Fomos companheiras
e em tantos momentos
caminhamos juntas,
amigas verdadeiras!
Guardo em minha lembrança
tantas vezes que senti
de ti, a presença,
do toque macio em teu pêlo,
dos olhinhos postos em mim,
cheios de amor e zêlo!
Nem parecias um cão,
mas anjo a conviver comigo!
Minha dourada amiguinha,
guardo-te em meu coração. "


Ela morou conosco em São Paulo, na cobertura próximo à Av. Morumbi.
Depois mudou-se conosco para Florianópolis na casa que alugamos. Ficava ao meu lado enquanto eu trabalhava na cerâmica. Adorava pular as ondas!
E finalmente mudou-se para a casa que compramos
no gostoso Condomínio "Atlântico Sul", na praia dos
Ingleses,quando vendemos o aptº em S.Paulo.
   Era uma cocker dourada linda, inteligente e obediente.
Exímia caçadora. Dava o alarme quando aparecia algum animal em casa e queria caça-los: gambás, lagartos, e até por duas vezes um camundongo.
Companheira e dócil, apesar de independente! Uma
cachorrinha muito especial, que meu filho dizia que parecia gente, pois compreendia quando estávamos felizes, quando fiquei triste pela doença de minha mãe e quando falávamos com ela, baixinho e ela nos olhava piscando os olhinhos para mostrar que compreendia! (rs......). Foi ótimo ter sua companhia por tanto tempo!

Texto,poesia e fotos: Vera Alvarenga

Compartilhe com...