terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Minha jóia...

  Tem um sentimento
que habita em meu coração...
   e nele fez seu ninho.
É belo, como uma jóia
de cores incríveis e incrível valor...
   tem vida e me faz sonhar.
Se fica muito tempo em solidão
se não se vê refletido no amor,
   se agita, bate asas,
e num instante desaparece...
A ansiedade dá lugar ao silêncio,
   a saudade emudece,
entristeço sem compreender
os segredos que a vida tece...
  Então meus olhos
buscam no mundo ou nos sonhos
onde poderia ele, se esconder...

Foto e poema : Vera Alvarenga

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De algum jeito vai passar...

As vezes, a gente está se sentindo assim como...como só a gente pode saber, de um jeito que não adianta querer explicar... porque, mesmo que tentasse, não ia conseguir. Então a gente ouve uma música que nos toca de um jeito como nenhuma outra poderia tocar, naquele momento...
Pra que serviriam então, mais palavras? O jeito é apenas ouvir e se deixar levar...parece impossível, mas talvez a gente acabe acreditando que, de algum jeito vai passar....



Texto Vera
Video youtube.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

" Reflexos de mim..."

Meus trabalhos refletem o que sou........
Meus trabalhos refletem o que sou...   
Nem tudo que me reflete sou eu...........
                                                  
 Meus olhos são janelas da minha alma submersa no que aparento ser......
                                                                 

     Fotos e Texto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

" Ausência..."

Se eu não posso te tocar,
se não posso tentar adivinhar
a tua voz e o tom, no que escrevias,
nem nos conselhos,nem nas palavras
carinhosas,firmes ou reveladoras
dos sentimentos que compartilhavas...
O que é feito de ti, agora?
Onde te levou a vida ou a morte?
Que distância nos separa?
Como posso estar contigo,
que não no sonho, que é frio?
De que modo te saber?
De que maneira  te sentir
apesar do espaço vazio?
Como apagar tua marca
ainda real e viva, do coração?
Preciso tanto do real...
pois é deste que me faço.
Como despedir-me do que era bom?
O que me faria esquecer o bem
que tua presença causava?
Como preencher a ausência
de tudo, que ainda parecia ser
um futuro,  a desvendar?
Como ouvir-te assim, mudo?
Seria como querer apagar o sol,
que teima em minha janela vir brilhar.

Poema e Foto : Vera Alvarenga







domingo, 23 de janeiro de 2011

" Mentira..."

Você veio
e com um gesto,
tirou-me de um sonho
que eu tinha, no qual
me embalava, e
me deixava ficar
feliz, enquanto sonhava
que era possível crer,
na palavra dada.
Você chegou
vestida de certeza,
e por alguma razão,
afetou a mim.
Eu não percebi,
e não escutei
quando alguém gritou,
quando vozes diziam
que era você, que zombava.
Você mostrou que sofria
e eu não podia saber
se o que lhe fizera chorar
já não estava mais ali.
Ainda tentei lhe ouvir,
confesso não compreendi.
O tamanho de sua culpa
se existe, não posso julgar.
O mal que isto tudo causou
só em mim, posso avaliar.
De meu discernimento
duvido agora, com razão,
mas sem espanto, pois
fui fiel ao meu coração.
De seus sentimentos,
livro-me do fardo e
por isto, lhe peço perdão
mas,já não consigo confiar.
De sua vida, alegria ou dor,
só o tempo lhe mostrará
o real, o falso, aquilo que
de fato tenha algum valor.                                                                       

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

" Onde está o belo agora, no meio de tanta lama, na serra fluminense?"...

   Onde estarão as flores, lindas flores daquela bela região serrana do Rio de Janeiro, depois da tragédia que ocorreu lá?
   Foi a pergunta que me fiz, após dias das chuvas, desmoronamentos e inundações que as cidades daquela região sofreram.
   Eu, que tanto gosto de fotografar o belo e as flores, e os procuro onde possam meus olhos alcançar, como também busco o lado bom das coisas que tenho que viver.... imagino, o que iria fotografar
lá, agora? Onde encontraria o lado bom de tudo isto se eu estivesse lá?!

   Onde estão as árvores para pendurar os culpados, pelo descaso com a ocupação do solo, pela demora do atendimento às vítimas, pelo inesperado da quantidade de chuvas, pelo esperado diante do poder da natureza? Haverá culpados?

   Onde estão as árvores cobertas de flores para eu fotografar?
   Onde as flores douradas? Douradas como a luz do sol...onde estava o sol,quando a natureza desandou a chorar?
   Onde estava Deus, que não protegeu tantos filhos, não atendeu tantas preces de tantas mães e pais a desesperar?  
        Onde encontrarei as flores do campo, para fotografar?
    Embaixo da terra, da lama, da água podre que escorreu furiosa junto com as lágrimas de pesar daqueles que, depois de passado o assombro, choraram por vidas de familiares e amigos alí soterrados!
    Meu Deus, me responda, onde está o "belo" pra encher meus olhos, nossa memória, o coração, para ver que é no belo das flores que o senhor me mostra com mais clareza, que a beleza que elas refletem vem de ti, e estão também em nós?

  Onde estão as flores do campo, para cobrirmos as covas de mais de 700 pessoas que, nesta tragédia se
foram de repente, do lado dos que ficaram desconsolados a chorar sua dor?

  Teresópolis, Petrópolis, Nova Friburgo, a região serrana do Rio está em luto pelas perdas de tudo, gentes e posses... e nós, estamos também, em solidariedade... e todos, fomos obrigados a engolir esta grande verdade : " Nada aqui é eterno, e de nada podemos ter segurança !"


   Senhor, eu lhe perguntei outra vez, onde está o belo, em meio ao caos de tanta lama e tanta dor ?

   E, não tardou a resposta:
   - "Senhores, amigos, tragam-me muitas flores, todas as que nas fotos tenho a oferecer e todas as que puderem ainda trazer! Tragam-me flores para colocar aos pés  daqueles que, perdendo tudo, ainda no meio de lágrimas, agradeciam pelo prato de comida! Para aqueles que ali cozinhavam e lhes deram do que comer! Para aqueles que em luto, ainda tiveram forças para ajudar outros! Para os que enviaram reforços, para os heróis que se arriscam para salvar...para os que perderam casa e tudo mais, e familiares e filhos ( que dor terrível esta ) e conseguem ter fé em algo bom ...       Aí está o "BELO", na alma do ser humano... e só pode ser um sinal de que tu estás em nós, e aí em algum lugar, e receberás nossos filhos em teus braços quando, um dia, eles tiverem de partir.

Texto e fotos: Vera Alvarenga                                                                                                                                        

domingo, 16 de janeiro de 2011

" Página em Branco..."

Hoje, não venho aqui
para falar de mim,
nem buscar palavras
para me explicar
ou me definir.
Hoje, chorei mansinho
quando olhei o outro,
que não sou eu,
e mesmo sem olhar para mim,
mais um pouco me compreendi,
mais um pouco, me defini.
Murro em ponta de faca,
machucou, sangrou, doeu!
Não me servem as palavras
pra falar do que não é meu,
e não quero me contar.
Hoje, só vim pra me deitar
só pra me esparramar,
no teu leito quieto e branco,
da página que não escrevo
daquilo que eu sei que sei,
e do que sei que não devo,
porque hoje, não posso ser
se não posso compreender,
e trair-me, não me atrevo.
Nas palavras me esqueço,
no teu silêncio me reconheço.
Até o amanhã... quando
mais uma página tua, 
vestida de mim ou nua, eu puder virar... 

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