domingo, 31 de agosto de 2014

Olhos postos em mim...


Vivo aqui, no lugar em que me plantaram. Por vezes, vejo teu olhar em minha direção...

às vezes, olhas para mim e o calor de teu olhar é como o raio de sol quando me alcança...
e mesmo na minha discrição, sinto que me escolheste porque viste beleza no que sou...
isto me define...me sinto bela... e te dou meu mais belo sorriso.

Muitas vezes porém, sinto que olhas apenas através de mim,
teu olhar posto naquilo que nunca serei...
Isto me desconcerta. Embora o sol ainda me aqueça,me retraio,
já não sei se posso continuar bela como sinto que podia ser,
porque a existência não existe apenas por si, mas pelo olhar que lhe dirigem...
Então, sou grata à natureza que me fez morar à sombra de uma árvore
e escondo ali meu desapontamento...
Contudo, dentro de mim há, em essência, a vida em divina centelha e
a cada novo amanhecer ainda olho em direção ao sol e sei que algo maior que eu
olha para mim... e brilho mesmo assim,
ainda que apenas nas cores do que sou.
( Clique nas imagens para ver melhor o efeito das fotos em relação ao foco do olhar...)
fotos e texto: Vera Alvarenga

sábado, 21 de junho de 2014

Como saber das coisas do coração?

 Acho que nunca, mas nunca mesmo
vou compreender
as coisas de que fala o coração...
Como é possível ainda sentir no rosto
o mesmo sorriso que abranda a alma,
só porque os olhos pensaram ver de novo
aquela luzinha distante, que antes,
lhe era dirigida, e vinha cheia de carinho?
Então sim, ela existia, e partia
de um ponto para outro que a acolhia.
Havia a intensão de dois pontos
que no limite dos limites,
do tempo e no espaço, decidiam
por um motivo se encontrar,
e acreditavam que isto era bom.
Passa o tempo e a vida me mostra
que a intersecção da intensão,se perdeu...
até o dia em que lá longe brilha
novamente, e eu,
surpreendentemente
sem que em nada possa me apoiar,
sem nem saber se é a mesma luz,
sinto na face aquele mesmo sorriso meu!
Só porque no coração a lealdade,
esperança ou amizade
teima em crer, que aquela luzinha
foi para mim que veio brilhar....
Será? Como saber?

Foto e poema:Vera Alvarenga

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Gota de orvalho...

Suspeito que sempre haverá ali
de todo aquele forte sentimento,
do sonho daquele momento,
um sorriso guardado
de um amor delicado,
escondido, perdido,
que eu sentia por ti....
como a gota de orvalho brilha,
ainda que secando ao sol
sobre a pele da flor,
é assim, que se esconde em mim,
para sempre, o meu amor.

(vera alvarenga)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Tudo é passageiro...

Tantas coisas bonitas para se ver neste mundo!
Entretanto...tudo é passageiro,
ainda que alguns sentimentos possam viver
eternamente
enquanto pudermos ser...
Foto e poesia: Vera Alvarenga

terça-feira, 8 de abril de 2014

Poema que jaz nas entranhas dos pais...

Teria sido tão bom o que íamos fazer
tão cheio de vida!
da nossa própria vida que ainda nos resta,
que nossos filhos nos amariam mesmo assim,
mesmo apesar de não termos conseguido
da primeira vez
ainda que tenhamos tentado,
e compreenderiam nossa serena alegria
e diriam que foi bom não termos desistido
de nossa ingenua alegria,
de nosso desejo de tocar
a fugaz felicidade que pensávamos
para sempre perdida...
teria sido....
 
Vera Alvarenga: foto e poema

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Ficamos juntas agora, para o que der e vier!

Ah, quantas vezes estive junto comigo mesma, com minha paixão e minha vida, naquele ato de exorcismo que é o escrever ( como diz um amigo do Porto, em um de seus escritos). E nos olhamos, e nos afastamos para nos ver melhor, e nos reaproximamos finalmente com um tanto de cuidado e carinho uma pela outra, eu e minhas outras, e aprendendo a nos amar como mais facilmente foi amar ao próximo, e por fim juntamente com o tempo desta maturidade, vim finalmente a saber o que é realmente esta compassividade que eu sentia pelo mundo e também me abracei. Por incrível que pareça, neste abraço compreendi que conseguindo ter compaixão também por mim,tenho ainda mais compreensão para com o outro.
...E assim, não digo o que idealmente se esperaria - que saio do encontro comigo mais inteira ou mais sábia - mas afirmo-lhe que saio comigo nos braços ( com aquela parte mais frágil de mim) para entregá-la a outros braços em quem confio mais que todos, e saio com todas as que sou, todas caminhando junto comigo, lado a lado, e não deixarei jamais uma de nós, ou parte de mim novamente para trás. Ficamos juntas agora para o que der e vier!

Texto e foto: Vera Alvarenga
Inspirada no texto de Melga do Porto - http://imagensepalavrasfz.blogspot.com.br/2014/03/digo-sempreque-escrever-e-um-acto-de.html#comment-form 

terça-feira, 4 de março de 2014

Estrela do mar...


Ah! se ele soubesse, quantas vezes
depois da primeira vez,
evitei a visão daquele encontro!
..do abraço que teria sido despedida
e tornou-se laço, e do beijo
que era para ser por ele roubado,
mas foi testemunha de um desejo
que teria ficado escondido
se não fosse um desejo antigo
que ambos guardávamos em segredo,
se não fosse ardente e em seu calor
não nos tivéssemos dissolvido...
Como era difícil não lembrar de um sonho
depois da primeira vez que se tem coragem
e a ousadia de o sonhar!
Se ele soubesse como me quis pequena,
e bela a seus olhos, e amada,
para deitar em seus braços, serena,
depois de fazermos amor....
Quantas vezes temi fechar os olhos e sonhar
antes de abrir meu peito e expor o coração
e me banhar nas águas salgadas do oceano,
e sangrar até o sol ficar vermelho,
e chorar até a lua branquear a areia,
e então,sair de novo, cabelos brancos de sal,
e no peito, pulsando, apenas uma estrela do mar...

foto e poema: Vera Alvarenga

domingo, 2 de março de 2014

Quando aquele anjo me vinha....




Havia um anjo em minha vida,
que mesmo de asas partidas
quando vinha pelas manhãs
me visitar, me fazia sorrir e
eu me sentia mais capaz de amar,
e o sol aquecia minh´alma.
E à noite, quando me deitava,
após ter caminhado pelo dia
corajosa e decididamente,
ainda que sem encontrar
tudo aquilo que me movia
antes da tempestade desabar,
mesmo assim, no meu silêncio
em secreta e doce rendição,
fechava os olhos e me deitava
com ele, e o amava naquela hora,
sem medo, sem qualquer restrição.
A sensação de perda ia embora!
O amor de novo me habitava...
Então, em seus braços, dormia,
e a calma embalava o coração...

Foto/poesia: Vera Alvarenga.
Vídeo Sarah Mclachlan


Sarah McLachlan - Answer (legendado)



terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Ver tudo o que se tem pra ver...


 Liberdade é poder olhar e "ver" o que está longe e o que está ao redor, conhecermos o mundo ao alcance do nosso olhar... espiar pra fora de si.... sentir o vento e respirar, ainda que não se possa ou não se queira ir longe demasiado... liberdade é, em se amando, ver o mundo juntos apesar de amar...
 Fotos/texto:Vera Alvarenga

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Libélulas...

 Nasci desta cor - azul. (clic para ver em tamanho maior)
 Mas conheci outras diferentes de mim...
 E todas nós temos nossos pontos de fraqueza, beleza,força e delicadeza...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

domingo, 26 de janeiro de 2014

Aceita mais um convite meu?

Horto Florestal- São Paulo - Brasil
 Vem meu querido! é sim, mais um convite meu
põe um sorriso nessa sua cara
e aquela bermuda e sapato confortáveis e...vem comigo!
Ah sim, vamos sair um pouco...
eu sei, é tão confortável  no nosso canto mas...
 Vale a pena... eu te garanto!
e prometo, vamos andando devagar
Como se não tivéssemos horário,
livres do tempo, dos compromissos
e como se não tivéssemos crianças pra cuidar...
 E afinal, é isto mesmo, os ninhos estão vazios
que fazer, se não aproveitar?

para relaxar... ver o mundo com outros olhos
olhos de quem quer apenas se encantar?
 Vem querido, pois que a alegre amizade é o que mais deve nos unir agora,
antes que a vida se perca em tantos gestos sem sentido,
e escorra patética em individual solidão e entre os dedos do tempo
como areia que leva, para o fundo do mar, nossa alegria,
vamos sentar neste banco e conversar... ou apenas nos deixar ficar...
 Sinto-me tão livre e tão eu, que até me arrepio de prazer
quando estou assim, neste meu ócio dignificado
por tantos anos de trabalho - um premio justificado!
Contudo, estar aqui sozinha, não seria o mesmo
porque tenho este impulso de compartilhar...
e de levar comigo pra onde vou, esta ânsia de amar.
Aceita meu convite então, e vem !
Andemos mais um pouco...ah! espere aí!
Já sei! queres conversar com as pessoas...pois que o faça!
enquanto vou ali um minuto...preciso fotografar!
E se você pensa que as fotos
estarão mais vívidas do que o próprio lugar...
é porque a realidade também se interpreta,
e a vida está também nos olhos de quem a vê...
 Concordo com você, meu amigo...mas é pura mágica...
quando somos capazes de amor,ainda pulsa o desejo por viver,
e tal magia se faz singela e natural como um riso de criança
que naturalmente anseia por ser feliz - é só se entregar!
como a gente gosta de se entregar ao que nos daria prazer...
como beber juntos aquela cerveja bem gelada...
mas, para o adulto, é sempre uma opção do coração
- um modo de não se entregar a cinzenta ausência de cor,
uma maneira que escolhemos de olhar
a vida, os mesmos lugares, o mesmo caminhar...
Fotos e texto:Vera Alvarenga

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Lado a lado...


Queria andar suavemente por tua vida
e nela sentir-me rainha, a escolhida,
como serias para mim, meu amado, e
em tua companhia  rir-me de contente
por qualquer bobagem, pois que abençoados
viveriamos assim, nossos dias, o meu, o teu,
o nosso destino, escrito como feliz enredo
pelas mãos de um sábio criador de sonhos...
E porque tu, como eu, pensarias que é assim
que vivem os que ao amor são predestinados,
não me envergonharia dos doces sentimentos
e nem daqueles tão mais ousados
pois que não haveria  razão para o medo,
e ao ouvir-te chamar-me - querida -
não como outrora ouvi, em gesto calculado
por interesse de um ego hipersociabilizado,
mas nos momentos de doce intimidade
e fruto de espontânea e coerente verdade,
eu me abriria novamente para a vida,
pois que estar assim recolhida chega a assustar-me!
E te reconheceria por não me decepcionares
do sonho, que nele havia um simples desejo
de ser tua, e amada, reflexo de igual desejo teu,
e ao olhar para o lado e ali encontrar-te
ah! como queria beijar-te! e beijar-te!
E fazer-te feliz, pois que é deste modo
que reconheço o que simplesmente sou.
E nossas palavras seriam mais um testemunho
da determinação de forjarmos nossa felicidade.
E eu viveria encantada com tua presença
porque, apesar de tudo, nos encontramos
e serias pra mim o milagre que veio,
por tuas mãos,  resgatar-me, e que chegou
para de novo preencher-me da graça
na alegria imensa de poder amar-te,
sem medo, com gratidão, por trazeres luz
e significado de novo para minha vida!
E então, eu teria a plena convicção do
valor de cada momento que me restasse
e que a vida me permitisse a seu lado
satisfazer esta ânsia de viver um grande amor
e te abraçando docemente, feliz
por viver a graça deste nosso amoroso encontro
até o final de nossos dias, não cansaria de dizer-te:
- querido, sou feliz por te amar, meu amado!

Foto e Texto : Vera Alvarenga

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

minha vida - rita lee (+playlist)

Rita Lee - Amor E Sexo (+playlist)

Atravessando pontes...


 Já atravessei muitas pontes,
e quando sozinha, algo maior que tudo me impulsionava,
coragem e fé me inspiravam

Meu coração, contudo, hoje por vezes me intima
e prometi a ele atravessar as maiores,
somente se sua mão estiver ali no meio,
estendida em minha direção,
e um sorriso em seu rosto me receber...
e então, reencontrarei... reencontraremos,
do outro lado, 
o motivador de todas as coisas...
 












E, com certeza, este dia será abençoado!
E lembrado pelos que nos querem bem,
como o dia em que renascemos.
E o sol brilhará de novo,
em mil flocos de luz...
E então o desejo ardente
se fará em luz incandescente
e criará asas em mim e eu
saberei de novo, quem sou...

Fotos e texto: Vera Alvarenga

Indiferença...

  E que a indiferença ao acordar e vislumbrar o novo dia, faça as malas e se vá pra sempre de nossas vidas! E que então, a paixão por alguém e por algo venha fazer morada em nossa casa, bem lá dentro num cantinho do coração. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Nas frágeis asas de uma Libélula...

 
  No Tempo de um recomeço
  de um novo ano, de promessas,
  que segue indiferente ao que deixa para trás,
  que engole os sonhos e todos os ais,
  que me marca o rosto e as mãos
  e vai inalterado de encontro ao futuro,
  apesar de tudo e mesmo assim, encantado...
  neste tempo que já não é meu,
  do que vou falar que não seja eu?
  Do que irremediavelmente sinto e
  que a ninguém, nem a mim, interessa mais?
  Do que vou falar agora? e pra quem?
  Não daquela menina, que desde sempre o tinha
  em seu coração ainda que não soubesse,
  e o temesse, e o tivesse procurado
  e quase o tivesse tocado...
  E não falarei mais de mim, que sou meio morta,
  desde que meu último e derradeiro sonho
  levou com ele minhas asas de libélula e
  não posso mais voar!
  Deuses, emprestem-me suas asas!
  Alguém me escuta, em algum lugar?
  Talvez... talvez ainda ouse falar sim,
  de outras não de mim, daquelas mulheres
  de seus grandes amores e sentimentos, e ah!
  parece que já posso sentir o vento nos quintais
  fazendo dançar as roupas e os cabelos,
  refrescando-me a pele na tarde quente
  que me cora a face, o desejo ardente,
  e por que não? Por que não?
  Falar dos seus sonhos, não dos meus!
  porque ainda assim, ao falar de amor,
  seja onde for, somos todas iguais...
  e na renda de delicadas asas
  vejo escrito seu nome e só assim,
  sinto o bater das frágeis asas da libélula,
  vida pulsante em meu coração...
  Foto e poesia: Vera Alvarenga
  

Compartilhe com...