quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pequenas escolhas.


Estava me lembrando de 2011 e de que nem tudo podemos escolher.
Não escolhemos, por exemplo, sentir saudades, muitas vezes não escolhemos por quem nos apaixonar, não escolhemos saber que pessoas de quem a gente gosta tem de enfrentar momentos difíceis que lhe causam sofrimento e não escolhemos sofrer, evidentemente.

Ah! se tudo pudéssemos escolher de melhor...

 
 Mas das coisas que posso escolher, e que
me lembram um cantinho de meus antigos quintais,
está o Gerânio.
Sim, escolhi tê-los, de novo, em um vaso.
E agora estarão no meu terraço. Não preciso mais de um quintal, porque o edifício onde moro já está num belo jardim. Sempre me cerco de natureza. Esta é outra escolha que pude fazer quase sempre e até hoje. Poder fazer esta escolha também é uma sorte, ou benção como prefiro dizer, pela qual sou grata!
Estou pensando em voltar a ter uma jaboticabeira. Eu gostava muito das duas que tinha em vasos e me ofereciam frutas deliciosas.
Tomara que se acostumem com a nova casa e fiquem tão bonitos como aqueles que já tive. Com certeza ficarão bem, só vão precisar, como eu, como todos nós, que o tempo proporcione ambiente adequado e de cuidado amoroso, para retribuírem com sua mais bela florada e seus melhores frutos....

Sempre que puder vou escolher alguma flor, algum fruto e amor para ter no meu quintal, seja ele como e onde for.

Fotos e texto: Vera Alvarenga

sábado, 10 de agosto de 2013

Meu poema...


Minha alma, às vezes, me inunda de saudades.
Não eu! porque sei que não posso tê-la,
esta que só se tem,
quando falta nos faz
o que um dia tivemos...
Ah! minha alma me anima, me encanta,
sonha, faz rima, pensa nele e o deseja.
Não eu! que agora sei que não devo...
mas, minha alma sim, sofre de amor,
e por isto, me faz sofrer também...
Sem alma nada sou,
como então posso dividir-me assim?
Agora sei que ele é minha poesia,
o amor que nasce da alma que nada vê,
apenas vislumbra, sente e ama.
Minha alma fantasia!
e então quer me levar
a morar num livro encantado,
onde eu e meu amado
jamais sentiríamos a idade avançar...
porque escolheríamos a cegueira do amor
como a da alma quando se põe a sonhar.
Ah! a paixão, por vezes vem nos mostrar
de novo,o quanto ainda queríamos ter,
quão bela a vida ainda poderia ser...
E quando não se concretiza no verbo,
o amor, pouco a pouco, se desfaz,
como a chama que morre sem  ar...
Ah! mas a poesia não!
Temo que fique ali para sempre
ou até o dia que se queime
este antigo ( e meu) livro de poemas...
Então, tudo bem, e vem a paz
de nada mais se desejar...
Tudo bem?! que pena...
Eu te desejo paz, mas não esta
do mar que se quer contido,
desejo a paz do realizado,
do amor que não morre em vão.

Escultoras e poema: Vera Alvarenga

terça-feira, 30 de julho de 2013

Aquarela...

 E assim eu me diluo em ti, levando comigo as "marcas do tempo" ...
e vou me misturando às coisas que são tuas,
e vou tomando conta dos espaços que antes eram brancos
de um branco que queria preencher-se...
e entre as pedras do teu caminho, passo, e envolvo tudo,
colorindo, resignificando, dando vida a ti porque me permitistes,
e a mim, por feliz consequência e
porque só assim, sei ser eu...
porque sou cor e brilho do sol, aquarelados...
e desconfio que também sou amor...
até o dia em que não soubermos mais, desta obra,
como somos individualmente,
porque não nos interessa mais a solidão.

Foto, quadro e texto: Vera Alvarenga


domingo, 14 de julho de 2013

Reencontro...


Vivi uma vida com um homem
que me ama, eu sei,
com seu jeito de estranho amor
...e o amei.
Tive um amigo
que um dia me mostrou
que já era tempo de mudar,
e elogiou em mim a ternura
que eu procurava esconder,
pois me encabulavam os sentimentos
com os quais já não sabia viver.
Finalmente, li um homem, poeta,
que falava de inocências e do sentir,
sem nenhum constrangimento.
Tiro férias em minha vida!
Já sou velha, nada tenho
mais a conquistar, resta-me
o caminho que puder seguir.
Quero ser leve em sentimento,
ainda que austera a um primeiro olhar.
Quero evitar tanto pensar!
Já não quero mais compreender.
E na intimidade do meu quarto
de vestir aquilo que ainda sou,
ornar-me com minhas asas, isto sim,
com meu perfume de flor,
minhas tolices de mulher,
meus anseios de amor.
Quero ter braços de abraçar
e como uma árvore,
dar sombra para minha alma,
sentir que na água dos meus olhos
reflete tudo que eu amar
e amando, me serenar.
Quero perder finalmente o pudor
e assim, ser tola em excesso e
pertencer, e me entregar à Natureza
- a minha própria e de meu Criador.
...até o dia, seja qual for,
em que me liberte para sempre daqui.

Poema e foto: Vera Alvarenga.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Se eu pudesse te encantar!


 Ah! pego-me de novo em tua companhia,
porque trago-te comigo e
mesmo a contragosto,
distraída em pensamentos
me ponho a divagar...
- Se eu pudesse ser
mais do que hoje sou,
menos do que hoje estou...
... ser a brisa e o afago
que te acalmariam,
ser brasa a acender
teu desejo a se realizar,
ser como um sonho
que tua alma já sonhou...
e por ti, disto tudo saber...
Ah...se eu pudesse te encantar!
tanto quanto estou encantada,
por este absurdo desejo de te amar...

Como diz um poeta... muitas vezes é melhor nem pensar...
Música por Débora Blando - A luz que acende um olhar...

Poema e foto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O amor é uma companhia.


Vejam só...em julho de um ano tão distante deste que estamos, alguém escreveu algo que pode ser tão atual no sentir de algumas pessoas, mesmo que fosse descrito de outra forma. E sabemos que cada pessoa tem seu próprio jeito de sentir. Contudo, não importa onde quer que estejamos ou em que capítulo do tempo, emoções humanas e sentimentos são coisas que compartilhamos... (Vera)

O amor é uma companhia
Alberto Caeiro (10-07-1930)
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa
que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte
como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito
do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim
como um girassol com a cara dela no meio.

Como este pessoal era romântico naquele tempo, não é?
E nós, como somos?

Obs. retiradas do Wikipédia: " Alberto Caeiro da Silva foi um personagem ficcional (heterônimo) criada por Fernando Pessoa, sendo considerado oMestre Ingenuo. 
  • Mestre dos outros heterónimos e do próprio Fernando Pessoa porque, ao contrário destes, consegue submeter o pensar ao sentir, o que lhe permite:
    • viver sem dor; envelhecer sem angústia e morrer sem desespero;
    • não procurar encontrar sentido para a vida e para as coisas que o rodeiam;
    • sentir sem pensar; ser um ser uno (não fragmentado);
  • Poeta do real objectivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são com alegria ingênua e contemplação, recusando a subjetividade e a introspecção. O misticismo foi banido do seu universo.
  • Poeta da Natureza, porque integra-se nas leis do universo como se fosse um rio ou uma árvore, rendendo-se ao destino e à ordem natural das coisas.
  • Temporalidade estática, vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro. Cada instante tem igual duração ao dos relâmpagos, ou à das flores, ou ao do sol e tudo o que vê é eterna novidade; É um tempo objectivo que coincide com a sucessão dos dias e das estações. A Natureza é a sua verdade absoluta.
  • Antimetafísico, pois deseja abolir a consciência dos seus próprios pensamentos (o vício de pensar), pois deste modo todos seriam alegres e contentes.
  • Crença que as coisas não têm significação: têm existência, a sua existência é o seu próprio significado".

Ahh!!!  tá explicado! Compreendo este sujeito...rs...(Vera)

Texto e foto: Vera Alvarenga
Poema : Alberto Caeiro(1030)

Ainda era Outono...

 Ainda era Outono...

Na Natureza,
algumas árvores se desnudavam,
algumas simplesmente envelheciam,
outras ficavam ainda mais bonitas,
ainda outras permaneciam em silêncio
como se estivessem gestando
em segredo
o que viria num próximo futuro...




Como na Natureza,
alguns de nós
simplesmente envelhecemos,
alguns serenos outros não,
alguns poucos se redescobrem
em seus melhores momentos,
outros escolhem um sonho
que os agasalhará no inverno,
ainda outros constroem, em segredo,
projetos daquilo que ainda
querem realizar....

para todos o tempo passa
e as estações se sucedem
uma a uma, sem cessar.


Festas Juninas 2013


Meus caipirinhas prediletos...

Resolvi esticar o cabelo...rs...


- Tá bem, resolvi esticar o cabelo... Estou bonita?

domingo, 7 de julho de 2013

Acorda herói!

Acorda homem!
Acorda herói desnudado
para a principal batalha,
para salvar tua vida!
para salvar tua amada!
Mas não siga apenas por glória
que ela não te pede heroísmos,
siga por sonhos que serão
os que em leito macio
se transformarão,
para aqueles que se amam.
Acorda e fica alerta!
Pois o monstro que não tarda,
 aquele que espreita, ataca e mata,
não se deixa facilmente vencer.
Alimenta-se de tua presunção,
nutre-se de tua energia dispersa
mãe das tuas ilusões,
e quando menos esperas,
queimar-te-á vivo e em sombra
apenas te transformará.
Deixa tuas armas e armadura,
de outros não cometas o mesmo erro,
desnuda-te, vai de peito aberto,
mostra o que tens no coração!
E então, acordarás pela manhã,
saciado, em serena mansidão
como aquele que tem em seus braços
descansando, o corpo da mulher amada,
e terás vencido todas as batalhas,
e  terás conquistado a ambas,
a ela, que em teu braço dorme,
como a tua vida que a ti então,
para sempre pertencerá.

poema: Vera Alvarenga
foto retirada do Google imagens


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Olha o trem! olha o trem...


- Olha o trem!
olha o trem...olha o trem...
- Na estação!
na estação...na estação...
- Vou embora!
vai embora?...vai embora?...
- Vem amor!
vem amor...por favor...
- Não vou não!
não vou não...não vou não...
- Dá tua mão!
dá tua mão...fica não...
- Ai que pena!
ai que pena...quanta pena...
- O que eu faço?
sem você... o que faço?
- Vou então!
vou então...vou então...
- Onde está?!
onde está... onde está...
- Já tô dentro!
já tá dentro?...já tá dentro?...
- Não te vejo!
ao meu lado...ao meu lado...
- Ai que pena!
ai que pena...ai que pena...
- Mesmo trem!
mesmo trem ...mesmo trem...
e entre nós...
tanto espaço...tanto espaço...
t a n t o   e  s  p  a  ç  o...   ...

Poesia : Vera Alvarenga
Foto retirada do Google imagens


Passaste pelo jardim e não me viste...

Por onde andastes,
que tantas ocupações
te roubaram o tempo
em que passastes por mim
tantas vezes, sem ao menos,
olhar no fundo dos meus olhos?
E agora, o que faço,
de tanto amor que eu tinha
e se diluiu buscando teus passos
e penetrou na terra seca
e se escondeu até de mim?
E mesmo assim,
espalhado por todo chão
me afirma que ainda existe,
e me deixa neste conflito...
Será ainda o amor eterno,
que a tudo sobreviveu
e ainda guardo por ti,
ou um pobre desejo triste
que não encontra solução?

Poesia inspirada pelos versos de Mario Quintana :
" O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata o jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente."

foto e poesia: Vera Alvarenga


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Enquanto houver aquele sol...( em mim)

 
Por que o mau humor?
Por que tanta presunção!
Por que não comemorar coisas boas da vida?
E apenas ser simplesmente feliz?
Por que...POR QUE!!!???

"Quando parecer que não há saída,
qdo me parecer que não há mais solução
lembras sempre, mulher, como na canção,
que ainda há de haver esperança
em cada um de nós, algo de uma criança"
Enquanto houver sol em mim,
agora grito no espelho, assim:
- Quando não houver saída...
saia! acalme-se! vá tomar ar,
você vai ver, tudo vai passar!
Porque se você enganou a si mesma
quando haveria de ter esperança
em você, e se iludiu feito criança,
então é tarde pra mudar,
vá em frente, aguente...
Faça o melhor acontecer,
não se deixe destruir !
Levante a cabeça, esqueça,
porque se a torneira pinga e pinga,
e tinge a água com ferrugem,
e te assusta e você busca
o que não pode mais encontrar,
reconheça, é teu jeito errado
de encarar a vida e se enxergar...
Se a água então, não te mata a sede,
não se desespere! amorteça
ou saia e esqueça...dê um tempo,
não se deixe amedrontar,
não se deixe destruir porque
tudo, acredite, tudo vai passar...
Mas cuidado, não se espante,
se o seu coração de repente acordar,
e bater com mais força em outro lugar...
não se culpe nem se encante,
é só uma nova ilusão,
que também certamente vai passar,
por causa do teu velho jeito de acreditar
"que ainda há de haver esperança"....
Música que me inspirou: Titãs - Enquanto houver sol...
Texto: Vera Alvarenga.

domingo, 16 de junho de 2013

O que é Felicidade pra você?

 
Quando ficamos mais velhos, felicidade ganha contornos bem simples.
  Pode ser apenas ter saúde e ver os que a gente ama, felizes, e nossos netos conversando e rindo para nós....
  
  Pode ser apenas pensar a cada dia: - " Amanhã, com sorte nos encontraremos no meio da ponte... e como os mais leais dos amigos talvez possamos chegar ao final do dia, sem nenhuma discussão, sem nada que agrida em nós o desejo de nos entregar em gestos de amar."

 Duas coisas me fazem serena e feliz: Uma, lembrar-me do tempo em que a inocência confundia as coisas e me fazia ver amor, onde, por vezes era apenas egoísmo e necessidade de poder. A outra é sonhar, e acreditar que é possível ser feliz quando a gente consegue amar sem mesmo pensar na retribuição...mas, hehehe...isto não é próprio do ser humano. O amor que sentimos vem de nossa fonte interior, sem dúvida, mas precisa, necessita mesmo ser realimentado, do contrário a fonte se esgota ou se esvai desensibilizando-se em triste abandono de si mesma. Talvez só a fé e a inocência sejam capazes de nos restituir alegria e serenidade. 

Texto e foto: Vera Alvarenga.
 

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ode à Vida!


Brindo a ti!
Ó tu que és a única que tenho!
Agarro-te com minhas mãos
eu, que só a ti conheço,
embora minha alma queira lembrar
algo que envolto em brumas está
e que não consigo me recordar...
Em que tempo foi que o toquei?
Em que tempo me tocaste?
Neste mundo, com certeza não.
Seria um descontentamento divino
que me assombra, sem que eu saiba?
Como foi que conheci o que
em meu peito ficou gravado
como o ferro marca o gado,
como o fogo molda o signo
que designa o designado?
Onde foi que então vivi
algo de que tenho saudade
e não sei como encontrar
e está em mim, e não fora,
e me deixava calma e serena,
e mais feliz que agora?
Pois é este, que faz de ti,
a promessa que vale a pena,
pois que em ti sómente eu vivo
mas é com ele, e só por ele,
que te faço, em mim, plena...

Foto e versos: Vera Alvarenga

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Ah! o amor...

   
Plena de ti, aprendi a me superar,
por ti fui capaz de muito mais
do que sonhava imaginar.
Com tua presença a me preencher,
a me possuir, a me completar,
fui doce, forte e feroz,
fui senhora de mim
me entregando a ti,
fomos fortes, enquanto "nós".
Confesso minha fraqueza
e total dependência a
este sentimento maior,
que me ensinou a amar
de tantas outras maneiras.
Que me ensinou a querer
ser tantas vezes melhor.
Não tens apenas um nome,
rodopias em meu ser
em busca de um objeto
ao qual possa te entregar,
me deixas tonta de medo
se não posso te nomear.
Se não posso sentir-te,
perco o prumo e o rumo.
Ilusão, verdade ou algoz,
quero-te, ainda, dentro de mim.
E mesmo que o tempo passe,
que me faça envelhecer
pergunto-te, serei sempre assim?
Sem ti me sinto perdida,
de nada me vale a vida,
ah! sentimento...ah! o amor!

Foto e poesia: Vera Alvarenga.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

O peso da espada da Justiça...


Quando os Justos, por cobiça
medo ou desatenção,
fecham os olhos ou descuidam
do que lhes vem às mãos,
meu coração estremece,
ao ver pender a balança.
Quando a Justiça pisa em falso,
em seu desequilíbrio
deixa cair a espada
que corta-me a cabeça!
Minha alma dela não precisa,
mas eu, sinto-me perdida...
Roubarão de mim, as roupas
e tudo que me pertence
porque ela não viu o que estava à frente?
porque como ela, não posso ver?
Os presunçosos, os ébrios de poder,
zombarão de mim, por fim?
enquanto outros me violentarão
porque meu grito não mais se ouvirá?
Sem a cabeça, jamais entenderei,
simples que sou, porque ela se desviou...
não acompanharei mais seus passos,
já não me encontrarei em paz...
Nem ouvirei, se em segredo,
ela me confessar sua vergonha.
Sem esperança, estarei nas mãos
de quem desviou sua atenção!
Sem cabeça, não serei mais nada,
seguirei os passos da boiada
prisioneira de seu destino.
Só minha alma poderá clamar
para que tudo não tenha passado
apenas de um sonho mau,
que jamais volte a me assombrar!

Poesia : Vera Alvarenga Foto: retirada do Google

quinta-feira, 30 de maio de 2013

De que sou feita, afinal?!


De que sou feita, afinal?!
Devo ser tão tola,
que acredito em palavras
...e por elas espero ?!
Minha pele, por vezes, arrepia
ainda por baixo da armadura
que tentei forjar
da matéria mais dura.
Meu pensamento ainda procura...
o que?!? embora eu o tenha protegido
com sonhos de embalar,
que sendo só meus, eu sabia,
não espero mais realizar,
e por isto mesmo me protegiam...
Ah!Os sonhos nos querem resgatar,
de uma história que já foi escrita!
Me escondo numa solidão
que não me assusta, que reconheço,
me deixa confortável,
é quarto morno em que posso
quando preciso, me aconchegar.
É ali que descanso em sentimentos
que de novo me tocaram,
quando um dia acordei e
ousei outro sonho, sonhar...
Conscientemente eu o nego!
Não me nutre, não satisfaz...
nem me consome mais!
Assim decido, determinada!
Por que a ele retorno,
se ora nele me entristeço
por notar seu efeito em mim?
Ora,porque nele me encontro em paz.
Se nele sou livre, ah! incoerência...
por que nele ainda me prendo?
De que sou feita, afinal?!
De que é feito um sonho,
que se quer tão distante,
que não vive, não morre,
e de tão simples,
nem se pode alcançar?
Talvez o sonho viva, enfim,
de seu poder sobre mim...
Pego então minha espada,
eu o quero matar.
......... Espera, não posso!
Claro que não!
Pois de muitos modos, o amo.
Eu o teci com o melhor que eu tinha,
e o melhor que dele senti.
Não morra! Não sofra!
...E eu? a mim bastaria saber
que vive e pulsa, que distante respira
e então, eu o podia transformar,
talvez um dia, na realidade que posso aceitar.

Poema: Vera Alvarenga Foto: Google imagens.



terça-feira, 21 de maio de 2013

No alto coração...

Queria tanto que minhas palavras
ainda chegassem até você,
amigo que um dia tive,
como um sussurro, ou brisa,
ou um beijo na face,
como um carinho que aquece,
ou leal sentimento que persiste
porque não tem onde ancorar
em outro lugar
que não no alto do coração.

Foto e poema: Vera Alvarenga

terça-feira, 2 de abril de 2013

Tinham a mesma natureza...

lembrou-se daquele pássaro amarelo que um dia, chegou tão próximo a si, que quase pode tocá-lo





Fotos: Vera Alvarenga 


domingo, 31 de março de 2013

Um por de sol...

 
Queria que olhasses para mim
como quem olha um por de sol,
com olhar sereno, e ainda que saibas
que o dia finda o reconhece
e o acha lindo, mesmo assim.
Queria que olhasses para mim
com aquele brilho no olhar
e o carinho que só os que sonham
e nos querem em seu amanhã,
podem desejar nos oferecer.
... E saberíamos que o mundo
não termina no horizonte distante,
e os caminhos a percorrer,
ainda estão no presente...

Foto e versos:Vera Alvarenga

sábado, 30 de março de 2013

Feliz Páscoa !

  Que possamos renovar sempre a nossa fé, para que possamos, a cada dia, ter novas alegrias e esperanças.
  Que possamos valorizar e sentir gratidão pelas  bençãos que estão a nosso alcance, mesmo que singelas...
 
Que possamos crer que não estamos sozinhos, que Deus nos ouve e nos ama... assim, poderemos descansar em seus braços e confiar que nossos filhos e aqueles a quem amamos estarão 
em boas mãos e que a nossa vida tem sentido.
FELIZ PÁSCOA !
foto/texto:Vera Alvarenga

quinta-feira, 28 de março de 2013

No teu amor...

  Se me entreguei, em toda minha pureza, ao teu abraço...

 É no teu amor que posso florescer, a cada novo dia.

Fotos: Vera Alvarenga

quarta-feira, 27 de março de 2013

Verde que te quero verde...


O que seria dos habitantes das grandes cidades se não fossem os Parques, o verde, a água que ainda se conseguiu preservar? 
O que seria dos olhares, se não pudessem na Natureza descansar?

Fotos ( Jardim Botânico - SP- Brasil) : Vera Alvarenga 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Sem pressa...


Quando houver sombra neste banco, pego um livro e volto... sem pressa... 
(Jardim Botânico- S.P. fev/13)

terça-feira, 19 de março de 2013

A gota d´água e a enchente...

Foi assim, como uma gota que pingava,
inconstante e inesperada tortura
a qual eu nunca me acostumava...
e pingava, e pingava, imprevisivelmente,
justo no momento em que já não se esperava,
no instante em que acabava de me entregar
e relaxava,ouvindo o som calmo do farfalhar,
junto com a brisa suave que brincava nos galhos
da árvore sob a qual eu podia descansar...
Era lá, nos teus braços, que eu me queria segura.
E era assim que, de repente, acontecia,
e vinha não sei de onde uma corrente
de frio, de ventania, de coisa desabando,
da palavra fria, do gesto desencontrado,
como última gota que causa o líquido derramado,
que me surpreendia, me balançava, tirava meu chão.
Foi assim, como uma gota que antes pingava
e cai no que transborda e forma o rio e a enchente,
que cega, carrega tudo que é da gente,
e mistura na mesma lama o medo e a coragem
e expõe em desarranjo, as boas lembranças,
sonhos, esperanças, ao lado das fraquezas
de que somos feitos todos nós,
que me virei num instante, e o vi no retrato...
e minha mão o alcançou e de mim se apoderou
sentimento inesperado, o avesso de um carinho,
intenso, desnorteado. E eu te joguei longe!
Em mil pedaços, te estilhacei...
Minhas pernas tremeram, me ajoelhei,
não te reconhecia mais,neste momento, não!
Chorei. Lentamente, porque me faltava energia,
arrastando-me, catei teus cacos e os meus
pedaços de vidro que refletiam o que somos nós.
Não havia nenhum pedaço perfeito,
mas nenhum deles era só imperfeição.
Juntei cacos e lembranças, refiz a imagem
a partir do sentimento que jamais se quebraria,
porque, perfeito, está moldado em meu coração.

Foto e poema: Vera Alvarenga
  

sexta-feira, 15 de março de 2013

Vem, larga tudo por alguns momentos...

 - " Quando alguns pesos começam a se soltar de nossos ombros e a gente vê que está tudo bem, dá um
    alívio...então bate uma preguiçaaaa..... ufa!".....

Vem, larga tudo, vem curtir por alguns momentos, esta preguiça merecida aqui comigo!

Foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 12 de março de 2013

Um novo visitante...

 A primeira vez que o vi fiquei
surpresa e maravilhada.
 Tão lindo, deve ser uma Saíra... e
aqui, solto no meu terraço!

 Por uma semana ele nos visitou...

 Não voltou mais... o que terá acontecido com ele?

  De qualquer modo, adorei a visita.


Texto e foto:Vera Alvarenga

sábado, 9 de março de 2013

Um vídeo inspirador com belíssimas imagens

Já falei aqui no blog, como sou grata por poder enxergar detalhes da natureza e que, ao me aproximar em silêncio do belo nela, foi quando me senti mais próxima a algo infinitamente maior do que nós - Deus.
A beleza que há nos movimentos e cores da vida nos surpreende e sensibiliza. Isto nos relembra o sentimento de amor e gratidão. Por vezes, me senti inadequada, desconfortável com o grau de sensibilidade que experimento. É diferente para cada um dos "tipos" de pessoa a que podemos pertencer...
Adoro ver, nas minhas fotos, apenas aqueles detalhes em destaque, abstraídos de tudo o mais. E certa  inadequação se deve, naturalmente, a dificuldade que encontramos de conciliar o que sentimos com o que é possível viver no dia a dia e, mais ainda, diante das pessoas com as quais convivemos ou que nos julgam, diante de nossos próprios limites na coragem de demonstrar o que sentimos e do próprio mundo que, esta aí em toda a sua concretude e, em seu movimento constante,exige de nós uma tomada de posição a cada momento.
Encontrei este vídeo no FACE de uma amiga, que pegou de outra, que pegou no Youtube.

Vale a pena ver e nos relembrar dos sentimentos que, se mostram nossas fragilidades, também são os mais nobres que acompanham nossa humanidade. O autor, de maneira magnífica, sabe dividir conosco seu modo de viver a vida... e dividindo, compartilhando ele multiplica, fortalece... Lindo,lindo! é como uma oração...
Texto:Vera
Vídeo: Youtube

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Sonho de amor...

Quando estou sozinha lembro teu rosto,
imagino o semblante sério, compenetrado,
de repente abrir-se num sorriso disfarçado
só porque lembraste de mim.
Porque o amor é assim,
generoso sonha, igualmente deseja,
trago-te refletido no coração,
mesmo que não o veja,
e me alegra fantasiar que te lembras
e imaginas também, como seria bom
estarmos juntos neste momento.
Me chamas: vem! Em teu abraço se desfaz
o medo, entregam-se corpo e alma
num suspiro de alívio, como se
finalmente encontrassem o lar.
E porque amar é assim,
nos faz capaz de sonhar,
do mesmo modo tua cabeça descansa
no meu peito e, das tuas dores, quase refeito,
vejo-te escolher o mesmo que eu
- juntos podemos caminhar, em paz.
E diante de nossa escolha de amar
e da calma que isto nos traz,
se há bem que a vida pudesse nos dar
neste meu sonho de amor antiquado,
seria, por nós, ainda alcançado.

Texto e foto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Em poucos segundos...

 Tudo se moveu, em instantes,
naquele mundo, entre nuances
indo de um lado a seu oposto.
... De um colorido febril,
em meio a alegria das canções
e sons e risos e festa e cor,
aquela juventude, em segundos,
experimentou no tumulto,
gritos de susto, de medo e horror.
E daquele instante no qual a chama
que brincava no sinalizador
tornou-se a causa de tanta agonia,
pouco tempo se passou para que
tudo se transformasse, como fumaça,
em negra tristeza, amargura e dor,
que dilacerou os corações,
dos que lá não foram.
Havia, naquele dia, mais mortos
do que os 236, pois em silêncio
ou sussurro, caminhavam, ainda
que disfarçassem sua própria morte.
Para eles, os que aqui ficaram,
o mundo perdera sentido e cor.
Minha alma deseja e pede e ora,
por uma benção de consolo
aos pais, amigos e familiares
dos amados que foram embora.
E num momento de medo, vi,
talvez por anseio de esperança, fé,
desejo e parece que ouço até
o primeiro que encontrou a saída...
-Hei, amigos! É por aqui!
Olhem aquela luz. Venham!
Estamos finalmente salvos!
Quem é que nos abraça
e nos recebe com tanto amor?
Ah! Senhor! então és tu?
Estamos nos braços de Sua Graça.

Foto e poema em solidariedade aos jovens mortos numa festa, em incêncio de uma boate em Santa Maria, RS, no final de semana de 26/27 de janeiro-2013.



terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Interpretações....

  Todas as manhãs e às tardes também  pequenos pássaros cantantes vem
felizes, comer frutas no meu terraço.
  Interpretam suas canções, cada um a seu modo.
  São os assim chamados : "sanhaço" .
Há o sanhaço azul, e o verde,
dependendo das cores que tem.
Tão habituada estou com eles
que ao ver de longe as asas
verdes do sanhaço, já sei
que vou ouvir seu canto,
o mais delicado, no meu terraço.


A natureza faz surpresas.
E nos ensina, basta olhar...
Dos pássaros que aqui vem,
hoje digo, com certeza,
- "nem todo pequeno alado
de tom esverdeado
é um sanhaço..."
   E isto me faz lembrar...
- "nem todo aquele que cala,
 consente..."
- "nem toda aquela que duvida,desmente..."
- "nem toda palavra tem o significado exato que interpretamos, quando não  fomos nós que a dissemos..."

Há de se ter o espírito aberto para se aprender, sempre.
E tolos são os que se ofendem porque alguém lhes pergunta o que querem dizer....
Afinal, nem tudo que parece, é.
Não é?

Fotos e texto: Vera Alvarenga.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A árvore, a mulher e o menino...

Havia uma árvore ali em algum lugar. A mulher passava e não a viu, mas viu o carro. E nele estava a árvore, nua como ela, e também as suas pétalas que antes a enfeitavam... 
O carro estava lindo! E ela teve uma idéia. Inspirada por aquela imagem (seria uma simples ilusão como aquelas sombras na caverna?) criou uma realidade. E escreveu o rascunho de um livro que chegou às mãos de um menino triste. Ele folheou as páginas de papel feito de árvores, e leu as palavras que falavam daquela outra que havia em algum lugar. Sorriu.
Um dia o menino, que já sabia sorrir, criou sua própria realidade, cresceu e conheceu outros lugares no mundo. O mundo era bem maior do que aquela rua onde havia aquela árvore em algum lugar, e onde nasceu uma idéia, graças a uma ilusória imagem. O menino, que voltou homem feito, cheio de idéias e ilusões, falou a 12 meninos tristes sôbre aquela história..... e.....

 Crônica fotográfica: Vera Alvarenga.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Como cabe uma árvore iluminada no meu carro?

  Da mesma forma que vejo refletir um grande sonho em meu coração, e em minhas atitudes reflete aquilo em que acredito!

Foto/texto:Vera Alvarenga

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