sábado, 26 de outubro de 2013

Convido-os para minha Exposição de Máscaras...

Então, querem fazer uma viagem no tempo e vir comigo até Paraty?
1992 - minha exposição de Máscaras na Casa da Cultura.
Eu fiz o convite com aquarelado...catei as folhas secas, cipó, pedras...foi muito bom!

Meu marido estava com alguns projetos lá e eu, então, bolei esta exposição. Convidei-o também a participar com as 3 máscaras do folclore que ele tinha feito. Tinham máscaras e fotos, algumas poucas esculturas também.Máscaras do Folclore, dos Orixás, a Máscara do Rio ( que vomitava dejetos e a sujeira...rs..), e muitas outras.
O pessoal da Casa da Cultura se entusiasmou e com sua equipe, Temilton e o Diuner me ajudaram muito! Montaram até " o quarto escuro" que eu imaginava... Foi muito bom lembrar...
Nesta 1ª parte vou mostrar-lhes apenas o quarto escuro...rs...algo bem "moderno" para aquele tempo...rs...
(não ficarei triste se não gostarem, este tipo de coisa não agrada mesmo a todos os gostos...rs...
Mas na 2ª parte, garanto que tem coisas bonitas...rs....Ah! teve até um coral! e muitos turistas além dos alunos de lá e...claro de vocês!

Então, vamos lá! Logo na entrada do quarto escuro com as 6 esculturas havia um texto. Você ia andando, via as esculturas uma a uma e voltava, mas na volta as esculturas tinham, quase todas, um outro nome. É só clicar nas fotos que elas ampliam:
Vou colocar aqui as esculturas do fim para o começo, na viagem de volta do "LOUCO" (que somos quase todos nós) pois é uma mensagem com esperança...ao contrário de quando víamos as esculturas desde o início até quando a vida nos deixa loucos...rs...não se ofenda, eu disse que somos "quase" todos loucos.
1. A Loucura com seu EU dividido, que se transforma...no Louco:
2. Aprisionado ( bem, esta fica assim mesmo na ida ou na volta!...rs...

   3. A, por vezes doce, "Gaiola Dourada" que se transforma em "Prisão". Mas se o Louco acha um jeito de romper as correntes...rs...
4. Quando a cara cai - só pode cair se e quando percebemos tudo!, mas o LOUCO cheio de esperança muda as coisas e a usa como um gesto de sair "Buscando o EU"
5. O Palco da Vida ( adorei esta escultura- eram duas mulheres - a velha segurando na mão a lembrança de sua juventude...rs...Ui, quando eu fiz este trabalho eu era jovem...agora já estou nessa! E, refletido no espelho, a jovem mulher segurando uma máscara dela mesma mais bonita, ou maquiada, ou enfeitada para ser aceita e amada): O louco, claro se ele conseguiu romper as correntes, volta para o palco da vida e compreende a necessidade de suas máscaras, no bom sentido, claro ( já sei que muita gente vai dizer que não usa máscaras e vai se ofender e sei mais o que...mas cara! amigo/amiga, se quiser você pode ser aquele/a que é perfeito,  não tem rosto, ou tem um só, sempre e sempre, e sempre o mesmo jeito congelado de ser. Não quero ofender ninguém aqui!...rs...)
Outra vez só pra lembrar que a gente não foge do Palco da Vida...rs... e simplesmente porque é natural nos adaptarmos a diferentes situações, tentarmos trabalhar nossa personalidade e tentarmos não nos acomodar apenas aquilo que gostaríamos de ser, porque então seríamos sempre iguais, e sozinhos, se não levássemos os outros em consideração...

E, finalmente, o Útero/ Casulo...alguns chamam de "zona de conforto"... onde os loucos como EU, precisam se refugiar para digerir as coisas, sofrer as transformações necessárias, e muitas vezes MORRER, para poder RENASCER, como Fenix!! 


Então é isso!
Em outro post eu coloca as mais bonitinhas...rs...
Beijos aos amigos que vierem me visitar em minha exposição de alma, digo, de MÁSCARAS!!
Amo máscaras. É uma de minhas poucas, mas totalmente envolventes paixões!
Ah! que saudade me deu daqueles dias, daquele trabalho que, afinal de contas, serviu de incentivo para muitos outros e muitas outras exposições. Que pessoal legal aquele. Eles me compreenderam muito bem e foi ótimo trabalhar com eles! 

FOTOS E TEXTO: VERA ALVARENGA.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Lenine - Paciência Acústico


Será que temos este tempo pra perder.....  mas a vida é tão rara....
Beleza de música!  

Será que ele vai voltar?

Este é o pica-pau que eu conhecia e de vez em quando vem tomar café comigo.
 A gente pensa que já conhece tudo que nos cerca...
E então o outro apareceu, não sei de onde veio, diferente de todos os que eu já vira...
E tão rápido, e pouco tempo ficou, que mal tive tempo de vê-lo com nitidez. Mas ainda vou poder vê-lo mais perto quando ele deixar de ser tão arisco que o abrir de uma janela já o espante.
Será que vai voltar e deixar que eu me aproxime?
Vejam só como tem a crista toda vermelha e não tem as pintas brancas nas asas...

fotos:Vera Alvarenga

A natureza de cada um de nós...


Os princípios e crenças que me fizeram prender-me firmemente ao solo que me era fértil, 
são os mesmos que me deram forças para lutar e permanecer quando os ventos eram fortes...
para proteger meus brotos e os que se aconchegavam a mim, do temporal que por vezes nos ameaça.. 

                                 Mas são eles que me fazem também desejar subir em direção ao céu
                                e voar com meus pássaros em suas asas e tocar o que é mais divino...
                                  Como podes pensar, minha amiga, que posso separar-me do que me faz inteira
e que são as coisas em que acredito e me motivaram até agora, como posso deixar de ser amorosa apenas por conveniência de alguém que não sou eu ou aquilo que eu julgava defender, como podes pensar que posso impedir a mim mesma de, por estas mesmas crenças, sonhar?

fotos e texto: Vera Alvarenga

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Mãe dando comida para filhotes...

 Mãe dando comida para os filhotes...

Êpa, errei de foto, embora o assunto seja o mesmo...rs...
Só faltou o Roberto e as noras...( mas pensei em vocês)
Foi uma noite agradável por muitos motivos, e o peixe ao molho de alcaparras no forno estava ótimo! (acertei no tempero! não tenho mais o hábito de cozinhar, mas ficou uma delícia!)
Alguém está servido/a?

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Raízes...

 
Às vezes, sinto-me tão antiga e com as raízes tão presas ao solo, que esqueço de minhas asas, ou porque não as tenha mais, ou porque nunca as tenha tido...
Será que as asas de meu pensamento eram apenas as daqueles pássaros que passaram por mim?

Não sei ... não sei...

Em que ser maravilhoso eu poderia me transformar se conseguisse voar até encontrar solo fértil onde minhas raízes fossem aéreas e eu me sentisse livre para me fazer cativa apenas da alegria e do amor?

foto e texto: Vera Alvarenga.

sábado, 19 de outubro de 2013

Viemos para o café...

 Nós também viemos para o café...
 mas aquele Sabiá Laranjeira está se julgando o dono do pedaço e espanta os outros convidados!

Fotos: Vera Alvarenga

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Anjos...


- Amor...
- Diga, anjo...
- Você não acredita em anjos, não é?
- Claro! por que não?! De vez em quando encontro algum por aí. Alguns são safadinhos..rs...
- Outros são muito humanos!
- E daí? Tem seus momentos angelicais. Mesmo assim, ainda creio nos divinos.

Foto: Vera Alvarenga

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Você é uma graça!


Só porque te vi
pousar por um momento aqui...
de repente, uma saudade louca
de você!
Pudera! você é uma graça...
que enfeita minha vida.
foto/texto: Vera Alvarenga

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Em transformação....


 São bolhas de sabão...
- " Não, não é isto não!
    Olhe bem de perto"...
Duvido que eu não esteja certo!
-" Teu olhar não me vê,
   apenas desconfia"...
Do que se trata então?
- " De um segredo meu...
    trata-se de mim,
    que me protejo assim
    quando em transformação"...
E quando te transformas?
- " Sempre que algo me toca,
   e um pouco a cada dia"...
Texto e fotos: Vera Alvarenga

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Borboleta

  Com a brisa da Primavera
lá vem ela, colorida
e voa, voa, e me leva junto.
E eu me lembro...
- Já faz tempo? te pergunto.
Foi, parece, inda outro dia,
era azul e subia, e girava
e fazia piruetas pelo ar,
e eu, que era menina, corria
e ria, e a queria tocar...
- Corre, corre, lá vai ela!
Corro, corro, onde está?
Ah! esta aqui é amarela!
Foge, foge, borboleta,
meu amor é delicado,
mas seu destino é voar.
Voa, voa pelo prado,
pelo campo, beija as flores,
e com todo o seu encanto,
e com toda essa leveza,
vem meus olhos encantar.

Poesia e foto: Vera Alvarenga


terça-feira, 8 de outubro de 2013

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Então, onde estás?

Trago-te dentro de mim
como quem faz um filho,
nas entranhas.
Tenho-te em meus lábios
como quem ora, em prece,
todas as manhãs.
E, em pensamento, te ouço,
te dou nomes, falo contigo,
como se fora um amigo.
Não és nada e
nunca foste mais
do que um sentimento.
E, no entanto,és tudo,
mesmo em teu silêncio mudo,
pois que és o amor,
aquele que mora em sonhos,
que traz, em si, a lembrança
daquilo que desejamos
que um dia fosse eterno.

Foto e poesia: Vera Alvarenga

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Juntando pedaços...

 Penso que te quero assim tão bem
porque foste tu que me tocaste
no centro daquele tornado
em que um dia me encontrei.
E ali fiquei eu, até que tua mão
e teu olhar, por fim, me resgataram.
Penso que te amo de um amor
que não se pode medir,
agradecido e contente,
e de um jeito contraditório,
triste e tresloucado,
até indecente, pois
desconectado da realidade.
Devolveste parte de mim,
quando deixei renascer
a sensibilidade de que sou feita
e que pensara esconder, e
embora tenhas dado pouco
e teu calor não me aqueça,
e bem o quisera esquecer,
ainda escolho te amar
de um jeito manso, de um jeito meu.
E eu te reinvento
pois, se não fora
por este doce sentimento
com o qual me engano
mas toca meu sensível ser,
não me reconheceria mais,
eu me teria desfeito,
não encontraria amor em mim
para juntar meus pedaços... morreria.

Foto retirada do Google images
poesia:Vera Alvarenga

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quando me encontro assim, desprevenida...


 Quando me distraio, me descubro
daquilo que me protegia e me impedia
sentir quanto é grande o desejo,
quanto é grande a falta que sinto de você!
Você, que em mim é claro sentimento,
límpido,vivo e tão forte que ainda é real
como quando eu o senti pela primeira vez.
Amor! como eu queria ver-te em mim,
e tua luz no brilho do meu olhar, e
de novo me apaixonar, e amar, e amar,
encher-me da vida que vem de poder
de novo te provar, néctar dos deuses
que viveram e lutaram por ti e
unicamente para te experimentar!
Eles queriam te possuir!
Eu, queria apenas, a ti, me entregar!
Quem pode compreender-te?
Quem, senão tu, poderia me salvar?
Quantos de nós pudemos te provar?
E depois que te perdi, já te busquei
e desta vez, não me bastava sentir...
eu, que te queria ver em carne e osso,
hoje só posso conjecturar :
- Ah! Se meu caminho e o dele
tivessem decididamente se cruzado,
se pudéssemos ter nos tocado,
será que desta vez, teria a sorte
de realmente te reencontrar ?
Eu, que bem sei teu gosto, teu cheiro
e a magia de teus efeitos em mim...
Mas jamais o saberei.
Os deuses, assim o negaram!
Enganaram o destino escrito nas estrelas,
iludiram-me com falsos sinais,
enciumados da minha sede de amar,
preferem antes, a minha morte,
conspiram contra mim, apressam o tempo,
enviam feitiços que me envelhecem,
me curvam, me empobrecem...de tudo,
menos deste meu desejo de te reencontrar,
oh amor! único capaz de em um só milagre,
unir até as almas que estavam perdidas,
que viviam iludidas, antes de amar...
Foto e poesia: Vera Alvarenga

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

É assim que te quero...

Assim é o amor...
Ah! assim como quero ser,
eu te quero doce,
eu te quero amável e gentil
quando estás ao meu lado...
quero sentir que o mundo
é seguro para mim
só porque me dás a mão,
e só porque estás comigo
a vida engrandece em significado.
E sentir-me em paz
porque paz te dou.
Porque tua presença me acalma,
teu abraço me aconchega,
teu carinho me refaz...
e assim, te oferecer também
a melhor parte de mim.
Quero me ver refletida
na luz do teu carinhoso olhar
como se bela ainda fosse.
Quero a esperança
a iluminar nosso sorriso
e o futuro a nos pertencer.
Para isto foi feito o amor!
Para amarmos mais e mais.
Quanto ao resto,
momentos difíceis ou dor
que a vida possa nos trazer
tudo é mais fácil enfrentar,
nada me assusta se eu sei
que estamos juntos, e que
o que nos une é este amor.

E nesta música há muito do que eu acredito que deveria ser o sentimento a unir duas pessoas que se amam... a lealdade, amizade e apoio.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Pequenas escolhas.


Estava me lembrando de 2011 e de que nem tudo podemos escolher.
Não escolhemos, por exemplo, sentir saudades, muitas vezes não escolhemos por quem nos apaixonar, não escolhemos saber que pessoas de quem a gente gosta tem de enfrentar momentos difíceis que lhe causam sofrimento e não escolhemos sofrer, evidentemente.

Ah! se tudo pudéssemos escolher de melhor...

 
 Mas das coisas que posso escolher, e que
me lembram um cantinho de meus antigos quintais,
está o Gerânio.
Sim, escolhi tê-los, de novo, em um vaso.
E agora estarão no meu terraço. Não preciso mais de um quintal, porque o edifício onde moro já está num belo jardim. Sempre me cerco de natureza. Esta é outra escolha que pude fazer quase sempre e até hoje. Poder fazer esta escolha também é uma sorte, ou benção como prefiro dizer, pela qual sou grata!
Estou pensando em voltar a ter uma jaboticabeira. Eu gostava muito das duas que tinha em vasos e me ofereciam frutas deliciosas.
Tomara que se acostumem com a nova casa e fiquem tão bonitos como aqueles que já tive. Com certeza ficarão bem, só vão precisar, como eu, como todos nós, que o tempo proporcione ambiente adequado e de cuidado amoroso, para retribuírem com sua mais bela florada e seus melhores frutos....

Sempre que puder vou escolher alguma flor, algum fruto e amor para ter no meu quintal, seja ele como e onde for.

Fotos e texto: Vera Alvarenga

sábado, 10 de agosto de 2013

Meu poema...


Minha alma, às vezes, me inunda de saudades.
Não eu! porque sei que não posso tê-la,
esta que só se tem,
quando falta nos faz
o que um dia tivemos...
Ah! minha alma me anima, me encanta,
sonha, faz rima, pensa nele e o deseja.
Não eu! que agora sei que não devo...
mas, minha alma sim, sofre de amor,
e por isto, me faz sofrer também...
Sem alma nada sou,
como então posso dividir-me assim?
Agora sei que ele é minha poesia,
o amor que nasce da alma que nada vê,
apenas vislumbra, sente e ama.
Minha alma fantasia!
e então quer me levar
a morar num livro encantado,
onde eu e meu amado
jamais sentiríamos a idade avançar...
porque escolheríamos a cegueira do amor
como a da alma quando se põe a sonhar.
Ah! a paixão, por vezes vem nos mostrar
de novo,o quanto ainda queríamos ter,
quão bela a vida ainda poderia ser...
E quando não se concretiza no verbo,
o amor, pouco a pouco, se desfaz,
como a chama que morre sem  ar...
Ah! mas a poesia não!
Temo que fique ali para sempre
ou até o dia que se queime
este antigo ( e meu) livro de poemas...
Então, tudo bem, e vem a paz
de nada mais se desejar...
Tudo bem?! que pena...
Eu te desejo paz, mas não esta
do mar que se quer contido,
desejo a paz do realizado,
do amor que não morre em vão.

Escultoras e poema: Vera Alvarenga

terça-feira, 30 de julho de 2013

Aquarela...

 E assim eu me diluo em ti, levando comigo as "marcas do tempo" ...
e vou me misturando às coisas que são tuas,
e vou tomando conta dos espaços que antes eram brancos
de um branco que queria preencher-se...
e entre as pedras do teu caminho, passo, e envolvo tudo,
colorindo, resignificando, dando vida a ti porque me permitistes,
e a mim, por feliz consequência e
porque só assim, sei ser eu...
porque sou cor e brilho do sol, aquarelados...
e desconfio que também sou amor...
até o dia em que não soubermos mais, desta obra,
como somos individualmente,
porque não nos interessa mais a solidão.

Foto, quadro e texto: Vera Alvarenga


domingo, 14 de julho de 2013

Reencontro...


Vivi uma vida com um homem
que me ama, eu sei,
com seu jeito de estranho amor
...e o amei.
Tive um amigo
que um dia me mostrou
que já era tempo de mudar,
e elogiou em mim a ternura
que eu procurava esconder,
pois me encabulavam os sentimentos
com os quais já não sabia viver.
Finalmente, li um homem, poeta,
que falava de inocências e do sentir,
sem nenhum constrangimento.
Tiro férias em minha vida!
Já sou velha, nada tenho
mais a conquistar, resta-me
o caminho que puder seguir.
Quero ser leve em sentimento,
ainda que austera a um primeiro olhar.
Quero evitar tanto pensar!
Já não quero mais compreender.
E na intimidade do meu quarto
de vestir aquilo que ainda sou,
ornar-me com minhas asas, isto sim,
com meu perfume de flor,
minhas tolices de mulher,
meus anseios de amor.
Quero ter braços de abraçar
e como uma árvore,
dar sombra para minha alma,
sentir que na água dos meus olhos
reflete tudo que eu amar
e amando, me serenar.
Quero perder finalmente o pudor
e assim, ser tola em excesso e
pertencer, e me entregar à Natureza
- a minha própria e de meu Criador.
...até o dia, seja qual for,
em que me liberte para sempre daqui.

Poema e foto: Vera Alvarenga.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Se eu pudesse te encantar!


 Ah! pego-me de novo em tua companhia,
porque trago-te comigo e
mesmo a contragosto,
distraída em pensamentos
me ponho a divagar...
- Se eu pudesse ser
mais do que hoje sou,
menos do que hoje estou...
... ser a brisa e o afago
que te acalmariam,
ser brasa a acender
teu desejo a se realizar,
ser como um sonho
que tua alma já sonhou...
e por ti, disto tudo saber...
Ah...se eu pudesse te encantar!
tanto quanto estou encantada,
por este absurdo desejo de te amar...

Como diz um poeta... muitas vezes é melhor nem pensar...
Música por Débora Blando - A luz que acende um olhar...

Poema e foto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O amor é uma companhia.


Vejam só...em julho de um ano tão distante deste que estamos, alguém escreveu algo que pode ser tão atual no sentir de algumas pessoas, mesmo que fosse descrito de outra forma. E sabemos que cada pessoa tem seu próprio jeito de sentir. Contudo, não importa onde quer que estejamos ou em que capítulo do tempo, emoções humanas e sentimentos são coisas que compartilhamos... (Vera)

O amor é uma companhia
Alberto Caeiro (10-07-1930)
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
e ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir
vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa
que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se não a vejo, imagino-a e sou forte
como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito
do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim
como um girassol com a cara dela no meio.

Como este pessoal era romântico naquele tempo, não é?
E nós, como somos?

Obs. retiradas do Wikipédia: " Alberto Caeiro da Silva foi um personagem ficcional (heterônimo) criada por Fernando Pessoa, sendo considerado oMestre Ingenuo. 
  • Mestre dos outros heterónimos e do próprio Fernando Pessoa porque, ao contrário destes, consegue submeter o pensar ao sentir, o que lhe permite:
    • viver sem dor; envelhecer sem angústia e morrer sem desespero;
    • não procurar encontrar sentido para a vida e para as coisas que o rodeiam;
    • sentir sem pensar; ser um ser uno (não fragmentado);
  • Poeta do real objectivo, pois aceita a realidade e o mundo exterior como são com alegria ingênua e contemplação, recusando a subjetividade e a introspecção. O misticismo foi banido do seu universo.
  • Poeta da Natureza, porque integra-se nas leis do universo como se fosse um rio ou uma árvore, rendendo-se ao destino e à ordem natural das coisas.
  • Temporalidade estática, vive no presente, não quer saber do passado ou do futuro. Cada instante tem igual duração ao dos relâmpagos, ou à das flores, ou ao do sol e tudo o que vê é eterna novidade; É um tempo objectivo que coincide com a sucessão dos dias e das estações. A Natureza é a sua verdade absoluta.
  • Antimetafísico, pois deseja abolir a consciência dos seus próprios pensamentos (o vício de pensar), pois deste modo todos seriam alegres e contentes.
  • Crença que as coisas não têm significação: têm existência, a sua existência é o seu próprio significado".

Ahh!!!  tá explicado! Compreendo este sujeito...rs...(Vera)

Texto e foto: Vera Alvarenga
Poema : Alberto Caeiro(1030)

Ainda era Outono...

 Ainda era Outono...

Na Natureza,
algumas árvores se desnudavam,
algumas simplesmente envelheciam,
outras ficavam ainda mais bonitas,
ainda outras permaneciam em silêncio
como se estivessem gestando
em segredo
o que viria num próximo futuro...




Como na Natureza,
alguns de nós
simplesmente envelhecemos,
alguns serenos outros não,
alguns poucos se redescobrem
em seus melhores momentos,
outros escolhem um sonho
que os agasalhará no inverno,
ainda outros constroem, em segredo,
projetos daquilo que ainda
querem realizar....

para todos o tempo passa
e as estações se sucedem
uma a uma, sem cessar.


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